À alguns minutos atrás:
— Pena que a Diane não pôde vir. — Uma garota comentou com outra ao seu lado, enquanto desenhava em um caderno sentada na escada da quadra.
— Não temos culpa se ela era do time vermelho. — Deu de ombros, usava um vestido curto vermelho alaranjado com detalhes em preto e branco, tomando um refrigerante qualquer.
— Lila, mas também não é culpa dela ser. — Repreendeu a colega, girando o lápis no ar como se estivesse pensativa.
— Mas não é culpa nossa e acabou. — Deu de ombros. — Você poderia fazer alguma coisa mais interessante do que desenhar. Vamos aproveitar a festa!
— Desculpa, mas eu não sei aproveitar uma festa.
— Pénelope, como assim você não sabe?! Todo mundo sabe!
Lila e Pénelope, as duas idealizadoras do blog que tanto criticava os atos de uma certa joaninha, estavam discutindo sobre uma bobeira qualquer que havia aparecido.
— Tá, já chega. Acho melhor ficarmos quietas. — A desenhista sugeriu com o olhar que sua colega, que estava confusa por essa pausa na discussão, olhasse para a porta onde todos os outros olhares estavam concentrados, nos líderes de mão dadas que entravam juntos por ali.
— Mas o quê?
— Volpina, você... — Foi interrompida.
— É, eu já sabia disso. É diferente vendo com meus próprios olhos. Nem ligo.
— Sei... — Se divertiu com a situação dela, mas mudou de assunto após olhar para um esboço de seu caderno, uma joaninha e uma pata de gato. — Imagina se eles fossem estudantes daqui.
— Quem?
— Ladybug e Chat Noir, ora bolas.
— Dúvido. Ninguém daqui é digno de ganhar um Miraculous. Nem mesmo nós duas. — A outra parou o que estava fazendo e começou a encarar novamente a garota.
— Sabe, tem razão. Ainda não sei porque falo com você, estraga prazeres. — Riram, as duas eram bem próximas para utilizarem expressões deste tipo, porém isso poderia sair do limite a qualquer minuto. — Pelo menos nunca fui vítima de um akuma.
— Descoberta, Pénelope é o tal Hawk Moth, extra extra! — Começou a brincar com as palavras até a hora que finalmente a jovem finalmente se irritou, ou começou a se irritar.
— Chega Lila.
— Nossa, depois eu que sou a estraga prazeres. — Deu de ombros.
— Mas você é mesmo.
— Não tanto quanto você, que não faz nada além de ficar desenhando. Ah é, esqueci, você tem que ficar akumatizando as pessoas. — A morena havia passado dos limites com suas perturbações.
— Está bem. — Suspirou, tentando se acalmar. — Eu vou no banheiro e já volto.— É tão bom ver que estão todos tão felizes. Sabiam que eu fiz uma descoberta hoje? — A vilã andava pelo corrimão da escada, falando com as pessoas ali presente. — Uma pessoa me disse que ninguém nessa escola é digno de ter um miraculous, mas eu discordo. — Olhou para o broche de borboleta em seu pescoço. — Sabe, e se talvez Ladybug e Chat Noir estiverem infiltrados aqui, nesta quadra nesse momento? Difícil? Talvez não.
De repente as portas se fecharam e foi possível ouvir o barulho delas se trancando. Todas, desde as das salas até a de entrada. Ninguém mais agora sairia ou entraria.
— Sentiram minha falta? — Outra garota apareceu para surpreender os presentes, uma de olhos verdes e cabelo castanho, orelhas de raposa e tudo mais. Ninguém mais, ninguém menos que Volpina.
— Isso já está muito estranho. — Adrien cochichou com Marinette, que concordou com a cabeça.
— E como vamos nos transformar? Qualquer movimento nosso pode revelar nossa identidade.
— Se entrarmos na multidão, podemos nos livrar da atenção, porém onde vamos nos transformar? Todas as salas estão trancadas.
— Por que entrar em uma sala se podemos entrar no banheiro? — A joaninha sugeriu uma ideia que foi bem aceita pelo parceiro.
— O problema é que é se a porta do vestiário estiver fechada, voltaremos a ser o centro das atenções.
— Espera, provavelmente foi a Volpina quem fechou, então...
— Então é tudo uma ilusão! Pensou rápido, My Lady. — Piscou para ela, mesmo que tivessem conversando em sussuros. — Isso significa que é tudo uma armadilha. Se tocarmos na ilusão, ela vai se desfazer e incriminar a gente.
— Exatamente! Precisamos de um plano!
— Por que você acha que eles estão aqui? — Alya, justo ela e sua curiosidade, se manifestou com seu celular nas mãos em mais uma reportagem para o Ladyblog.
— E por que você não acha? — Hawk Moth juntou as mãos e no momento em que as abriu, uma borboleta escura saiu das mesmas e foi na direção do celular da menina. Em instantes, uma névoa roxa cobriu a blogueira levando a simples aluna Alya e trazendo a famosa Lady Wifi de volta.
— Ai não! Alya! — A melhor amiga da recém akumatizada queria poder ter impedido isso de ter acontecido, mas não pôde e agora precisava impedir que outras pessoas fossem pelo mesmo caminho.
— Nós vamos conseguir, não se preocupe. — Tentou acalma-la, porém ela estava tensa e não parecia ser só por causa da akumatização ao vivo. — O que foi?
— Nada. — Balançou a cabeça, afastando qualquer outra ideia que estivesse nela. — Vamos ter que arriscar a primeira ideia. — Os dois deram um suspiro, mas sabiam que era a única forma.
— Nos encontramos daqui a pouco.
Cada um foi para um lado diferente, Marinette passava de fininho entre as pessoas, sendo despercebida por quase todos, que prestavam atenção na tal Hawk Moth, mas uma única pessoa a parou em seu caminho.
— Uau, você está bonita. — Um ruivo de olhos azuis a observava dos pés à cabeça, envergonhado por estar dizendo isso a ela.
— Obrigada, eu acho... — Ele era Nathanael, uma pessoa que já teve ou ainda tinha sentimentos pela líder de seu time.
— Onde está indo? — Demonstrou curiosidade pelo destinatário da garota, que já não sabia o que dizer, seu tempo estava correndo.
— Estou indo ao banheiro. — Nada além da verdade.
— Mas elas não fecharam a porta dos vestiários também?
— Espero que não. — Realmente estava esperançosa de que não tivesse acontecido isso, sem ilusões por enquanto. — Eu vou indo... Tchau. — Cortou qualquer coisa que ele fosse dizer e voltou para sua correria, deixando um garoto derretido pela despedida daquela que provavelmente nunca iria o amar, mas ele sempre estaria ali por ela.
Finalmente estava de frente para a porta do vestiário, abriria ou não? Deveria mesmo correr um risco que poderia destruir o segredo dela? Não havia tempo para estas perguntas de sobrevivência, apenas riscos e para a sorte dela, a porta se abriu normalmente, não havia nenhuma ilusão para atormenta-la. Seguiu para o banheiro e se jogou na porta, cansada, parecia ter corrido uma maratona, uma corrida que parecia não ter fim e que só estava na largada.
— Tikki, precisamos conversar.
— Primeiro você vai me contar o que tanto a deixa pensativa. — A kwami saiu de seu esconderijo e ficou de frente para sua dona, que estava surpresa com essa reação da pequena.
— Tudo bem... — Suspirou derrotada. — Hoje a tarde, eu tive um pesadelo e nele a Lila, quer dizer, Volpina, apareceu do nada no meu quarto e havia descoberto que eu sou a Ladybug. — Desgrudou da porta, fazendo gestos enquanto falava e fazendo um drama estilo Marinette.
— Calma, foi só um pesadelo. Não é porque ela apareceu que ela descobriu, não é mesmo?
— Mas se ela apareceu, é por algum motivo.
— Que deve envolver a aparição de Hawk Moth. — A vermelha estava raciocinando algo, talvez juntando pistas como se fossem quebra cabeças de detetive.
— Mas aquela não é a verdadeira Hawk Moth, não é?
— Isso é algo um pouco confuso, mas eu acho que não. Ela pode ser apenas mais uma das vítimas do akuma.
— Se ela for um akuma criada por Hawk Moth para se passar por ele, provavelmente ela terá os mesmos poderes que ele.
— Ou seja, ela poderá akumatizar pessoas. Igual fez com a Alya! Você tem que impedi-la, Marinette! — A kwami finalmente juntou todas as peças, incentivando sua mestra a acabar com tudo isso, mas ela estava cabisbaixa, olhando para o chão.
— Tikki, eu tô com medo. E se me descobrirem? E se descobrirem que eu sou a Ladybug? Se eu aparecer posso colocar a vida destes estudantes em perigo! — A garota se observava no espelho, seus olhos lacremejavam. Tudo culpa de um pensamento inseguro que conseguiu invadir a cabeça dela.
Os olhares tinham um ponto fixo, o reflexo do espelho, uma imagem triste de uma princesa desmoronando por causa de não confiar em si mesma, porém o colar se destacava, o mesmo colar que havia ganhado à algumas horas atrás, ele de alguma forma parecia brilhar, um brilho sobrenatural talvez?
O silêncio durou apenas alguns segundos após a última fala do local, com o barulho da porta a abrir e alguém se revelar em um raio de luz vindo da quadra que atravessava todo o vestuário e chegava ali, assustando a joaninha assustada.
— Marinette Dupain-Cheng, como assim você está com medo?!
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A Vingança dos Akumas
FanfictionÓdio e tristeza são as vítimas perfeitas para os akumas de Hawk Moth, que faz de tudo para obter os Miraculous de Ladybug e Chat Noir. Porém os dois protetores de Paris terão que se preparar, pois os akumas estão mais fortes do que nunca.