Capítulo 24: Campeões

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— Ladybug?! — Hawk Moth parecia estar assustada.
— Em carne e osso. Algum problema?
— C-como você... — Por que estava agindo desta forma? Havia visto um fantasma?
— Estou da forma que você queria, não é mesmo? Não é para isso que você quer meu Miraculous?
— Você não sabe o que está falando! Você não sabe o que está fazendo!
— Você que não sabe com o que está se metendo. — Depois dessa ameaça, a vilã se irritou e iniciou uma luta contra sua inimiga.
A garota deveria ser uma ótima aluna em educação física, afinal lutava tão bem quanto a joaninha, mas isso não quer dizer que era melhor.
— Ainda tem certeza de que vai ganhar de mim? — Fizeram uma pequena pausa para recuperar o fôlego.
— 99%. — Voltou a golpear.
Poderiam fazer isso pelo resto da madrugada, mas não havia apenas isso em jogo, vidas de parisienses continuavam na ponta da balança.
No momento certo, Marinette conseguiu coloca-la contra as grades da enorme Torre Eiffel, a ponto de que pudesse cair se acabasse sendo empurrada.
— Vai, me empurra de uma vez! Não é isso que você quer? Se vingar?! — Mesmo na beira da morte, ela iria dar um jeito de atormentar a garota. — Ah, espera, não é isso que uma super-heroína faz. Isso iria manchar sua imagem, afinal, se faz isso comigo, poderá fazer com qualquer um deles, não é mesmo?
Parece que ela havia conseguido o que queria. Ladybug começou a refletir por alguns segundos, que foram o suficiente para a akumatizadora aproveitar a chance e fazer o mesmo que havia sido feito com ela.
— Se você não pode, eu já posso. — Piscou e derrubou-a.
Marinette caía, caía lentamente como da última vez. Isso lhe trazia recordações, boas e ruins, afinal foi assim que entendeu quem realmente era o amor da sua vida, mas também ficou inconsciente por algum tempo e com uma grande dor no corpo, além disso, havia milhões de pessoas que dependiam dela, não existiria outra pessoa capaz de salvar todos além dela naquele momento. Não poderia deixar todos na mão, não poderia deixar acontecer novamente, não desta vez.
Tudo que precisava para sobreviver era foco e um ioiô, seu lindo e belo ioiô que depois de ter jogado e consequentemente o amarrado no topo, estava sendo levada novamente para onde começou.
— Acho que enganei a borboleta.
— Tem certeza? — Havia acontecido o contrário, isso tinha sido apenas um atraso, a pré-estreia do que iria acontecer. — Vem passear comigo lá embaixo.
Socos e chutes eram desviados frequentemente, uma nova luta se iniciava, e a loira conseguia o que queria. Aos poucos a heroína estava mais perto da base, caindo na tão esperada armadilha.
— Obrigada pela obediência, facilitou minha vida. Agora... Peguem ela. — Um sinal era o suficiente para que Ladybug estivesse cercada, sem saída.
— Ninguém ensinou educação a vocês? — Alguns atiravam "coisas", outros davam golpes, mas nada a derrubava enquanto sua força existisse.
— Sabe, fico me perguntando por que seu amado gatinho fez o favor de lhe entregar a preciosa joia dele. — Realmente, o que ela não faria para atormentar a mente da jovem garota?
— Você está ouvindo o que está falando?
— Desde que você esteja não faz diferença para mim. — Bocejou. — Quer dizer que vocês sabem a identidade um do outro... Interessante.
— Eu acho que você não tem direitos suficientes para perguntar essas coisas. — Não iria se deixar levar pelos comentários importunos, mesmo na dificuldade que teria de se concentrar, responder e lutar.
— Acho que não me passaram um livro de regras. — Encostou-se a uma das bases do monumento e ficou observando como se nada acontecesse. — Pelo jeito você deve amar ele.
— Mais do que tudo nesse mundo. — Jogou Homem-Bolha longe.
— Mas e ele? Te ama da mesma forma? Ou será que ele está com você só porque você usa uma máscara escarlate no rosto? História familiar, não é mesmo?
— Me deixa em paz.
— Eu estive estudando seu comportamento, você também o desprezava. Será mesmo que vocês dois mudaram? Ou fazem um teatro, enganam um ao outro, como uma novela mexicana. — Com seus dedos, deu um sinal para que Ilustrador do Mal desenhasse uma maçã para que pudesse humilhar a vítima de suas perturbações, como se sua vida fosse como flores. Assim, deu uma mordida na fruta que caiu em suas mãos. — Ah, espera, vocês são heróis, não podem mentir um para o outro. Será mesmo? Toda rosa tem seus espinhos, e os seus, minha cara joaninha, já estão à flor da pele. — Jogou o alimento longe e começou a se aproximar aos poucos, até cochichar algo nos ouvidos da outra. — Você está ficando irritada, então quer dizer que é verdade.
— CHEGA! — Gritou, caindo de joelhos no chão. Seus sentimentos se uniram em uma única fonte de energia devastadora que se libertou com o grito, afastando tudo e todos que estavam a sua volta.
De repente, todo o cenário começou a se dissolver diante dos olhos azuis assustados, dando espaço a uma fria e longa escuridão sem fim.
— Onde estou? — Se perguntou, levantando-se e observando melhor ao seu redor.
— My Lady?! —Uma voz familiar a chamou por trás de suas costas, e após se virar, encontrou alguém inesperado.
— Chat! — Os dois correram um para o outro, entrando num abraço forte e aconchegante um do outro. — Você não sabe como eu amo esse abraço.
— Meu abraço é o melhor do mundo.
— Convencido. — Revirou os olhos.
— Você sabe que é verdade. — Piscou, separando um do outro. — Eu só queria dizer que...
— Que...?
— Não importa onde estaremos com quem estivermos nós sempre estaremos juntos. — Entrelaçou seus dedos com os dela. — Para sempre.
— O que você quer dizer?
— Mesmo que isso não seja real, quando tudo voltar ao normal, eu só vou quero estar com você. — Aos poucos seu corpo começava a desaparecer misticamente.
— Por favor, fica aqui comigo. — Algumas lágrimas começaram a brotar em seus olhos.
— Eu não sou real, sou apenas uma cópia feita por sua cabeça. Mas saiba que tudo que vivemos foi real, não deixa aquela louca manipular você. Acredite em mim. Acredite em você. — A última frase começou a ecoar pela vazia escuridão enquanto o loiro já havia desaparecido de vez, deixando uma Ladybug perplexa.
— Chat? Por favor, volta aqui!
Se a cena anterior já havia sido estranha, tudo iria piorar. Uma luz rosa surgiu de frente para a menina, assustando-a de primeira.
— Não se assuste! Não irei lhe fazer mal. — A voz dela lembrava um pouco a da Tikki, deveria ser uma simples coincidência.
— O que é você?
— Sou sua consciência e estou aqui para te ajudar.
— Ajudar em que?
— Vencer essa luta.
— Tudo bem, mas por que você tem a voz da minha kwami? — Hesitou um pouco antes de perguntar, mas deveria saber tudo que precisasse mesmo sendo algo que estivesse ligado a sua cabeça.
— Achamos que seria melhor usar a voz de alguém que confiasse para que lhe deixasse mais confortável.
— Achamos? Não é só você?
— É uma longa história, mas não podemos perder tempo.
— Como assim não podemos perder... Tempo... — A que provavelmente seria a última pergunta foi à passagem para que outra coisa criada pela sua mente sumisse, porém, antes de voltar ao antigo espaço colorido, antigas recordações vinham a tona, como se fossem um corredor do tempo para o atual.
Todos estavam ali, do mesmo jeito que os deixou, como se o tempo tivesse parado ao seu redor.
Está nervosa? — Hawk Moth perguntava caída no chão.
— Na verdade não. — Iria se aproximar dela, mas foi agarrada pelos braços. — O quê? — Senhor Pombo e Rogercop havia executado a ação, enquanto Sub Zero estava disposta a pegar seus Miraculous.
— Acabou Super Ladybug.
— Sabe, você fala demais. — No momento em que a gelada foi atirar nas jóias, a joaninha se abaixou e fez com que os guardas acabassem congelados no lugar, libertando-a. — Quero ver me pegar! — Começou a correr entorno dos outros super-vilões, que consequentemente acabaram congelados pela magia congelante.
— Olha o que você fez! — A chefe de todo o plano começou a dar uma bronca na aprendiz, dando tempo o suficiente para que dissesse uma simples palavra.
— Talismã! — Jogou seu ioiô para o alto, recebendo em suas mãos... Nada? Simplesmente nada? Só uma centelha brilhante que sobrevoava suas mãos. O que seria aquilo? — Ham? Não entendi. — Ela poderia ter ganhado um espelho, ou até mesmo uma simples pena, porém nada era pouco. Talvez fosse nesse nada que estava o "X" da questão. — Até um espelho seria útil. — E assim foi feito, da luz surgiu um espelho, no tradicional estilo avermelhado.
— Vai nos derrotar com um objeto normal? Deveria ter escolhido algo mais afiado. — Gozou.
— Mas o que eu faria? Seria ruim para vocês, não para mim. — Tentou deixar as duas que sobraram sem paciência, o que funcionou com uma. Sub Zero voltou a tentar congela-la, apenas tentou mesmo. A joaninha era esperta, colocou o espelho na sua frente, fazendo com que o raio refletisse e voltasse contra a chefe púrpura, consequentemente paralisando a cúmplice.
— O que é mais útil agora? — Ela só tinha se esquecido de um certo detalhe, como ela iria por um fim nisso se ela não era uma vítima do akuma?
Após alguns segundos de observação, uma imagem brilhante penetrou nos olhos azuis, no braço de Hawk Moth havia um bracelete de ouro. Conclusão: Ela era falsa. Agora só precisava de um jeito de libertar a borboleta.
— Como é que ele faz... — Estava pensativa. — Cataclismo! — Levantou o braço direito para o alto e a energia negra surgiu em sua mão, como previsto. — Isso foi fácil. — Sorriu. — Agora vamos acabar com isso. — Tocou no gelo e o mesmo se desfez. Retirou o acessório o mais rápido que pôde antes que os movimentos totais da loira voltassem.
— Devolve meu bracelete! — Gritava desesperadamente, seu segredinho havia sido revelado.
— Cataclismo! — Sentiu que era necessário usar novamente para quebrar o objeto, e o que parecia antigamente que só era possível usar uma única vez, a fusão dos Miraculous poderia fazer o impossível. Tocou no ouro e ele se desfez, liberando o animal.
— Chega de maldade, akuma. Te peguei. — Abriu seu ioiô e realizou os procedimentos para capturar e purificar. — Tchau, tchau borboletinha. — A libertou. — Miraculous Ladybug! E Chat Noir... — Jogou o espelho para o alto, lembrando-se do parceiro que deveria estar comemorando mais uma vitória com ela ali.
Aos poucos tudo voltava ao normal com as joaninhas mágicas, tirando a parte de que todos os akumas que haviam sido utilizados começaram a voar na direção da inimiga, que se assustou com a reviravolta. Marinette não tinha como reagir, o máximo que poderia fazer era fechar os olhos e esperar, porém quando olhou, as borboletas entravam pelo seu corpo e o atravessavam como puras, algo sem uma explicação exata.
— O que acabou de acontecer? — Perguntou para si mesma, assustada. Mas agora ela tinha outra coisa para fazer. Atirou sua arma contra os prédios, voando com auxílio do mesmo e indo parar numa certa janela. — Demorei? — Pulou para dentro do dormitório.
— Você conseguiu. — Se levantou do sofá, havia assistido no noticiário cada cena da batalha.
— Nós conseguimos. — Aprofundou o "nós", se aproximando de seu loiro e abraçando-o calorosamente. — Eu já disse que seu abraço é o melhor do mundo?
— Para tudo existe a primeira vez. — Sorriu. — E como foi lá?
— Estranho. — Deu uma risada abafada. — Senti falta de um gatinho.
— Não precisa sentir mais. — Colocou a mão no rosto dela e aproximou seus lábios, iniciando uma explosão de sentimentos num único beijo.
Marinette, ainda trajada de super-heroína, ficou na ponta dos pés para ficar do mesmo tamanho que ele, sem perceber que seus dedos não tocavam no chão.
— Você não me contou que podia voar. — Se separaram
— Eu também não sabia que eu podia fazer isso. — Concluiu. — Acho que isso te pertence, Adrien Agreste. — Tirou o anel do dedo, colocando no de seu parceiro e liberando o kwami negro, enquanto a vermelha continuava em sua orelha.
— Eu morri? Estou no céu? — Plagg perguntou dramaticamente, enquanto se deitava no chão.
— Eu acho que no céu não tem queijo. — O modelo cruzou os braços, sabia que depois dessa o gato iria acabar com seu drama.
— Prefiro ficar onde tem então.
— Toma. — Jogou.
— Meu Camembert! — Comia.
— Desligar. — O normal uniforme escarlate saiu do corpo da garota, consequentemente liberando a pequena joaninha.
— Você conseguiu. — Caiu nas delicadas mãos da jovem, que voltou a utilizar o vestido de gala.
— Todos nós conseguimos. — Tikki abraçou sua bochecha, todos eram campeões.

Alguns dias se passaram desde a derrota da falsa Hawk Moth, e dentro deles muita coisa aconteceu. O AntiLadyBlog foi excluído pela polícia por ofensas e boatos "falsos". Chloé continuou agindo como... Enfim, a Chloé, porém humilhando menos do que antigamente, sendo mais "amigável" com a menina de olhos azuis. O verdadeiro akumatizador continuou ativo, mas não era visto desde a última aparição da borboleta, deve ter dado uma folga prolongada.
Aproveitando isso, Adrien e Marinette andavam pelo parque conversando coisas aleatórias e tomando um delicioso sorvete.
— Tikki, me explica uma coisa. — A kwami colocou a cabeça para fora da bolsinha. — Como aquelas borboletas me atravessaram puras? Era mais uma coisa da fusão dos Miraculous?
— Acho que seu coração é puro o suficiente para conter toda a maldade a sua volta. — Mordeu um biscoito. — Isso já aconteceu antes.
— Sério? Com quem?
— Com você!
— Comigo? — Se assustou, não se lembrava desta cena.
— Lembra daquela noite em que você estava triste? — A outra assentiu. — Hawk Moth mandou um akuma para você, mas Chat apareceu e te deixou feliz. O akuma quando se aproximou, misteriosamente se purificou. — A garota ficou sem palavras e o máximo que conseguiu fazer foi abraçar seu parceiro.
— Obrigada por tudo, gatinho.
— My Lady. — Beijou a cabeça dela. — Mas então... Se um dia a gente se casar... — Coraram.
— Marinette Agreste Dupain-Cheng... É um bom nome. — Riram.
— Concordo. — Sorriu, colocando um braço ao redor do pescoço dela.
— Podemos ter um hamster? Eu adoro hamsters! — Tentou fazer uma cara fofa.
— Tudo bem por mim.
— Eba! — Festejou como se fosse uma criança.
— Desde que você me deixe ter um gato.
— Um gato? Não poderia ser um cãozinho fofinho? — Discordou da idéia.
— Os dois então.
— Está bem, só vamos ter um zoológico em casa.
— Mas três animais não é um zoológico. — Respondeu a ironia.
Tudo estava normal, até as pessoas ali presentes saírem correndo desesperadamente, o que só podia significar apenas uma coisa.
— Você está pronto?— Os dois se encararam pelo canto dos olhos, já sabiam que agora tinham trabalho para fazer, e então, saíram correndo atrás de um esconderijo.
— Eu vou sentir falta quando tudo isso acabar. — Respondeu.
Mesmo que o verdadeiro Hawk Moth não havia sido derrotado, não importava quem ele era, poderia ser qualquer um de dois milhões de habitantes parisienses. Porém, outra coisa que não importava era a quantidade de akumas que eles tivessem que lutar até toda a batalha acabar, desde que estivessem juntos, todo obstáculo que vier pela frente não os derrubará. Mas para o rei das borboletas, como havia sido apelidado recentemente, a vingança ainda não acabou.

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E então, o que acharam? Vão sentir falta da Super Ladybug? ❤
Quem sabe tenha uma segunda temporada... Vai depender se vocês quiserem ♥
Mas enquanto isso, a Bugaboo está com uma fic nova(Aeeeeeeee!). Leiam Looks!
Beijos da Super Bugaboo ❤❤❤❤❤

A Vingança dos AkumasOnde histórias criam vida. Descubra agora