Já era tarde, provavelmente quase toda cidade já deveria estar dormindo, a luz dos postes e da grande torre iluminava a escuridão predominante, menos no quarto de Marinette, que continuava escuro e triste, sendo que a mesma chorava em sua cama abraçada em seu travesseiro de gato.
Tikki observava chateada a situação, até perceber que outra pessoa também chorava do lado de fora da janela e o máximo que podia fazer no momento, era ajudar.
— Chat? — Fugiu de seus pensamentos e olhou atento para a kwami.
— Tudo o que ela disse... É verdade? — Secou as lágrimas, aguardando a resposta.
— É o que ela pensa... — Suspirou infeliz. — Mas você pode mudar isso.
— Como? — Um rastro de esperança surgiu nos olhos dele.
— Que tal se você conversasse com ela?
— Acho que não custa tentar. — Terminou de enxugar o rosto e se preparou para subir para a varanda. — Obrigado, Tikki. — Subiu e entrou pela portinha, parando em cima da cama e tentando surpreender a outra, colocando a mão nos olhos dela. — Quem é?
— O tiozinho da lanchonete? — Fez graça.
— Me magoou agora. — Destampou os olhos azuis da menina e se sentou atrás da mesma.
— Eu sei que é você, gatinho bobo. — Se virou e deu um toquinho na cabeça dele, rindo em seguida, mas toda essa alegria acabou rapidamente quando uma única lágrima voltou a cair.
— Olha me desculpa... Por tudo que eu te fiz passar.
— Tudo bem. Acho que eu passei dos limites. — Secou os olhos. — Você ouviu tudo?
— Sim...
— Você me desculpa? — O abraçou com força, surpreendendo-o e recebendo outro em troca. — Por favor.
— É claro. Só me prometa uma coisa. — Se separaram. — Não escuta a Chloé, tudo bem?
— Está bem. — Confirmou. — Espera um pouco! Como sabe que foi a Chloé que colocou tudo isso na minha cabeça? — Cruzou os braços, curiosa.
— Sentido felino, sabia que ele é lendário?
— Se você diz. — Deu de ombros. — Você não vai se transformar?
— Não, me sinto melhor assim. — Relaxou. — Amanhã já é o último dia de gincana...
— Você gostou?
— É claro. — Sorriu. — O que iremos ganhar se vencermos?
— Lembranças e experiência? — Os dois riram com o comentário da moça. — Não sei.
— Então só iremos descobrir amanhã. Se ganharmos.— Bom dia, My Lady. — O garoto se espreguiçou na cama cutucando a menina do seu lado.
— Só mais dois minutos, Tikki. — Não sabia que não era a vermelha, mas do mesmo jeito deveria estar gostando do sono profundo que estava tendo.
— Não, você precisa acordar, Bugaboo! — Essas palavras fizeram a jovem finalmente perceber quem era, sentando-se e coçando os olhos.
— O que você está fazendo aqui, Chat? Não deveria estar na sua casa? E que horas são? — Ficou confusa com a presença dele ali, só deveria vê-lo na escola agora, a menos que ele...
— Ontem, depois que você acabou dormindo, eu sem querer também dormi aqui. — Coçou a nuca, envergonhado. — E não se preocupe, ainda são sete horas. — A outra respirou aliviada.
— Você não acha que já deve ir embora? E se perceberem que você não está lá?
— Tudo bem, já estou indo. — Piscou. — Até daqui a pouco, My Lady. — Mandou um beijo e saiu pela portinha da varanda.
— Você percebeu o que tinha acontecido ontem? — A vermelha apareceu.
— O que?
— Esquece. — A pequena parecia assustada, o que será que ela queria dizer? — E então? O que vai fazer enquanto não dá a hora de ir?
— Gostaria de dormir mais um pouco. — Riu. — Mas acho que vou tomar um bom banho para relaxar. — A outra sorriu.— Quatrocentos e noventa e oito, quatrocentos e noventa e nove, quinhentos. Quinhentos cookies! E o time vermelho vence em quantidade! — Os integrantes comemoravam, vibravam. — Mas não acabou por aqui! — Todos ficaram quietos, pensando na fala do diretor. — Líderes, organizem um grupo para sair pela rua e vender esses biscoitos. Quem conseguir vender mais em torno de uma hora e conseguir mais dinheiro vence.
As pessoas se organizaram em volta de seus chefes, alguns se oferecendo para ir, mas quem decidia mesmo eram os representantes, pelo menos era assim no grupo da Marinette.
— Nós vamos lá e voltamos daqui a pouco. — A representante sorriu.
— Não quer que eu vá no seu lugar? — Seu parceiro perguntou, se oferecendo para ir.
— Não precisa, eu vou. Desde que consiga manter tudo aqui em ordem. — Disse a última frase com um pouco de ironia. — Será que você consegue?
— Vai ser moleza! Até já. — Acenou enquanto ela saía pela porta. Olhou ao redor e ficou aguardando a volta das atividades, sendo que ficou ouvindo Chloé reclamar enquanto isso.
— Você acha que eu iria enfrentar esse sol?! — Fazia gestos com as mãos enquanto falava. — Não sou pessoa de ficar parecendo mendigo pedindo dinheiro para os pobres da rua. Depois minha pele fica toda melada! Agrh! — O modelo sentiu pena e vergonha da colega que nem sabia o que era suor. — Querido, eu tenho uma reputação para seguir, ao contrário de você. — Saiu andando.
— Como alguém consegue aguentar ela? — Nino perguntou após observar a cena, indignado com as falas da loira.
— As chances de uma pessoa de temperamento normal em estado de paciência conseguir aguentar outra, no caso a Chloé, são de aproximadamente... — Max fazia os cálculos na calculadora. — Apenas a Sabrina mesmo. — O trio caiu na risada com o comentário do colega, que era uma descoberta para quem pensava que o mesmo era um nerd sem senso de humor.
— Concordo. E ela vai fazer de tudo para conseguir ganhar. — Adrien suspirou.
— O que iríamos ganhar se vencermos? — O menino viciado em vídeo game fez a pergunta, fazendo que um certo loiro se lembrasse da noite passada, da mesma pergunta que fez a sua amada joaninha civilizada e da resposta que recebeu.
— Lembranças e experiência? — E mais risadas.
— Mas sério o que ganharíamos?
— Não sei, mas daqui algumas horas nós já vamos descobrir. — O DJ colocou um ponto final na conversa, voltando às atenções para Sr. Damocles, que voltou a anunciar os exercícios. Próxima atividade: Competição de esgrima e circuito típicos de educação física.— Vamos dividir esse grupo em quatro grupos menores, vai ser mais rápido. — E assim foi feito.
— Que tal se colocarmos um alarme no celular para irmos nos encontrar na porta da escola? — Uma jovem moça sugeriu, ela era familiar, era a garota que competiu àquela vez no concurso de garota do tempo. Qual era o nome dela mesmo? Aurore Beauréal.
— Tudo bem. Coloquem cinquenta minutos. Nos vemos na porta do colégio! — Após a fala da líder, saíram andando.
Alya, Marinette e mais alguns alunos foram para a praça ali do lado, vendendo seus preciosos alimentos até as duas perceberem uma coisa, três garotas sentadas em um simples banco mexendo no mesmo celular, rindo e se divertindo. Elas eram familiares para a heroína, sendo que uma estudava na mesma sala que ela e estava faltando todos os dias deste evento em que dava duro.
— Agora eu entendi o motivo da Lila não estar indo esta semana. — A jovem representante se manifestou, cruzando os braços, enquanto a outra as olhava totalmente irritada.
— Amiga, você não soube?! Aquelas três ali são as donas do tal AntiLadyBlog!
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Vingança dos Akumas
FanfictionÓdio e tristeza são as vítimas perfeitas para os akumas de Hawk Moth, que faz de tudo para obter os Miraculous de Ladybug e Chat Noir. Porém os dois protetores de Paris terão que se preparar, pois os akumas estão mais fortes do que nunca.