Capítulo 23: Super Ladybug

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Ladybug chorava perplexa, tentava empurrar aquela pilha de pedras, mas era muito pesado e aquilo a havia deixado sem forças de seguir em frente.
— O que foi, joaninha? O gato comeu sua língua? — A vilã apenas observava, assim como os akumatizados que de alguma forma pareciam estar comovidos com a cena. Aos poucos, a heroína ficava cada vez mais irritada.
— Olha o que você fez! — Já não estava somente irritada, estava furiosa, se preparando para mais uma luta.
— Peguem ela.
Não era tão moleza, seis pessoas, cada uma com uma habilidade diferente, contra uma única Ladybug, que aos poucos ficava mais esgotada, precisava de ajuda.
De repente, aquelas pedras que estavam ali se tornaram pó, a única coisa que poderia ter feito aquilo era o Cataclismo do Chat Noir, mas, seria possível? Realmente, era ele. O garoto se revelou nos destroços, cambaleando para os lados até cair em cima de sua Lady.
— Chat! — Ficou feliz ao saber que ele estava ali, continuava ali com ela.
— Não achou que iria se livrar de mim tão fácil, não é Bugaboo? — Piscou.
— Claro que não. — O abraçou, deixando derramar uma última lágrima, esta de felicidade.
— Essa historinha de amor está me deixando verde. — Tormenta interrompeu o momento, mas foi ignorada pelo casal que nem ousou em responde-la.
— Por que não podemos pegar o Miraculous deles de uma vez? — Sub-Zero perguntou perto dos outros, que pareciam estar em uma reunião de cochichos.
— Você ouviu a Hawk Moth. Deixem que fujam. — Volpina parecia estar no comando desta "elite" de super vilões, relembrando as ordens recebidas.
Em meio ao que se pode chamar de quase silêncio, o som do anel do loiro pôde ser ouvido com clareza, voltando todas as atenções presentes para eles.
— Vamos sair daqui. — Os dois se levantaram, a heroína se preparava com seu ioiô para deixar a cena junto com seu parceiro, mas o mesmo parecia querer impedir a ação.
— Não, temos que lutar.
— Não somos obrigados a lutar, não agora. Vamos recarregar suas energias antes.
— Não se preocupa comigo. Eu estou bem, olha. — Levantou os braços, fazendo uma careta para esconder a dor.
— Não sei não...
— É sério. — Tentava convence-la, porém quanto mais parecia que iria ceder, mais resistente ficava.
— Sem discussão! Vamos. — Afastou outras idéias da cabeça e o segurou pelo ombro.
— Sua teimosia é tão irresistível. — Piscou. Colocou seu braço em volta das costas da mesma, que saiu voando com auxílio de sua arma.
— Você deixou a janela aberta, né? — Perguntou, aguardando uma resposta agradável. Já havia pulado de uma nessa mesma noite e não queria fazer o mesmo novamente, ainda mais numa casa como aquela.
— Não. E nem pense em quebrar aquela. — Riram. — Eu vou entrar lá e abro para você.
— Pela porta da frente?! — Parecia estar surpresa.
— Sim. A Natalie tem que perceber que eu cheguei. Se não vou me meter em confusão.
— Acho que você já se meteu lá trás.
— Nós dois.
O último apito da joia tocou, fazendo com que o gato preto voltasse a ser o modelo loiro.
— Chegamos. — Pousaram no asfalto, de frente para o enorme portão dos Agrestes.
— Te vejo na janela. — O garoto esperou ela sair para chamar no interfone.
A câmera saiu da parede, a secretária observou na tela do telefone o rosto conhecido de quem cuidava. Abriu o portão e se direcionou para a porta principal para vê-lo pessoalmente.
— Adrien? Por que veio tão tarde?
— Acho que eu mereço me divertir um pouco.
— Está tarde, deveria ter chamado sua limusine! — Dava uma bronca nele, apesar de não querer fazer isso, mas era para o bem dele e deveria passar uma imagem rígida pela do pai que não estava ali presente.
— Eu sei andar.
— Andar por essas ruas perigosas sozinho? Imagine se alguma coisa tivesse acontecido à você!
— Mas não aconteceu! Eu estou bem! — Isso não era totalmente verdade, mas essas coisas não poderiam ser ditas mesmo por impulso. — Vou para meu quarto. Boa noite. — Fugiu da conversa, não deveria se irritar à toa. Estava subindo as escadas, mas parou para ouvir um último aviso.
— Saiba que seu pai não gostou nada disso. Boa noite. — Suspirou, voltando a subir para seu quarto.
— Camembert! — Plagg saiu do bolso do terno, já iniciando suas reclamações sobre fome enquanto seu mestre trancava a porta para evitar qualquer imprevisto.
— Calma, seu fominha. Tem coisas mais importantes agora. — Jogou um pedaço que estava guardado em algum lugar do dormitório, deixando-o apreciar sua amada refeição.
— Como o que? Sua joaninha? — Se jogou na escrivaninha, comendo o que mais amava comer.
— Também. — Ouviu batidas na janela. — Falando nisso. — Abriu o vidro, deixando que sua Lady entrasse deslumbrante, se transformando num único pulo ao normal. — Demorei?
— Um pouco. — Se sentaram no sofá branco como neve. — Não perceberam seus machucados?
— Que machucados? — Há poucos minutos tinha certeza de que não tinha nenhum.
— Estava brincando. — Sorriu. — Como conseguiu usar seu poder nas pedras, mesmo numa situação tão... apertada? — Estava curiosa, havia sido assustador no momento que nem havia parado para pensar.
— Não sei, havia um espaço para que eu me movimentasse. — Lembrava.
— E seus braços?
— O que tem eles?
— Eu percebi que eles estão doendo. — Tocou em um, recebendo outra careta. — Viu?
— Tá bom, eu admito! Eles estão doloridos. Acho que uma pedra deve ter caído neles, ou algo parecido.
— Torceu?
— Talvez. Depois passa. — Não ligava para a dor, para ele não importava nada sobre ele, provavelmente seria algo passageiro, um susto. Mas isso não seria assim se dependesse de sua namorada, se assim poderiam se chamar.
— Não, não, não, não. Vamos ver o que você tem.
— Não se preocupe, não quebrei nada. Pelo menos eu estou conseguindo mexer.
— Me preocupo sim, somos namorados, não somos? — Essa frase havia sido utilizada dias à trás, mas ainda eram apenas amigos, ainda.
— Claro. — Coraram. — Para de usar minha frase contra mim. — Cochichou baixo, já era a segunda vez que isso havia acontecido.
— Você deu ela para mim, eu sei que deu. — Piscou, encerrando a conversa. — Estica o braço. — Ele iria se manifestar, mas não havia nada para dizer e só poderia fazer o que ela mandou. — Agora dobra.
— Mas...
— Só dobra. — Interrompeu, deixando que ele realizasse a ação. — Realmente não está quebrado. Só está dolorido mesmo.
— Eu disse. Mas, acho que gostei da consulta com a doutora Bugaboo.
— Obrigada, mas não temos tempo para outra. — Se levantou.
— Onde você vai?
— Tentar vencer essa guerra. — Suspirou.
— Eu vou junto. — Também se levantou e ficou de frente para a outra.
— Não, Adrien. Você não está em condições de ir.
— Você acabou de ver que estou.
— Descansa. Já está praticamente de madrugada. Você passou por muita coisa hoje.
— Nós passamos. — Suspirou derrotado. — Tudo bem.
— Eu vou dar um jeito. — Procurava sua kwami com o olhar, até encontra-la discutindo com um outro pequenino ser. — Que fofo. — Riu, direcionando o olhar do loiro para os dois.
— Ei vocês. — Chamou, fazendo com que os viessem até eles, um pouco envergonhados.
— O que aconteceu? — A vermelha perguntava, estranhando ter sido chamada.
— Precisamos transformar. — Ficou em pose de transformação. — Tikki, transformar! — Um brilho rosa a cobriu como de costume, deixando que o uniforme vermelho cobrisse seu corpo. — Você vai ficar bem, né?
— É claro. — Respondeu apreensivo.
Ela iria sair pela janela, mas foi puxada pelo braço antes.
— Vai precisar disso. — Começou a tirar seu anel aos poucos, não era possível identificar o que passava na cabeça dele naquele momento.
— O que está fazendo? — Colocou suas delicadas mãos encima das dele.
— Isso vai ser mais útil com você do que comigo.
— Por que está fazendo isso? É seu Miraculous.
— Eu tive um sonho estranho à algum tempo, e nele... Se uma pessoa... — Estava meio constrangido por começar a contar sobre o que aconteceu, mas a joaninha o interrompeu inesperadamente.
— Se uma pessoa usar os dois juntos, ganha poderes ilimitados? — Surpreendente ela falou exatamente o que ele iria responder, talvez já soubesse.
— Como você...
— Também tive esse sonho.
— Deve ser um sinal entre portadores. Sei lá. Decidam-se logo aí. — Plagg se manifestou, a única que poderia explicar aquilo poderia ser a Tikki, provavelmente por ser mais atenta à seu trabalho do que o comedor de queijo.
— Ele tem razão, não temos tempo. — Marinette concordou, não havia tempo para se resolver aquilo.
— Não custa tentar. — Tirou rapidamente o anel e colocou no dedo dela, fazendo que um estranho brilho roxo começasse a cobri-la.
— O que está acontecendo? — Seus pés não tocavam mais no chão, estava flutuando.
O brilho roxo a cobria inteira, não só ela, mas aos poucos boa parte do quarto em que estavam. Já estava praticamente impossível de ver. A garota não dizia mais nada, parecia até mesmo inconsciente.
Aos poucos a luz se desfazia, e no chão ela estava novamente, porém, diferente. Seu uniforme não era mais vermelho e preto, ele agora era roxo e dourado, bem mais diferente do que de costume. Seu cabelo havia se amarrado na ponta, meio que solto, poderia estar até um pouco maior. A luz da lua que refletia na janela a deixava mais bonita ainda.
— Ual! — Havia se impressionado com suas mudanças, mas não era a única.
— Você está linda.
— Obrigada, eu acho... Me sinto... diferente. — Foi ao banheiro e ficou se observando no espelho. Enquanto isso, Adrien ligou a televisão para saber das notícias, em um volume baixo para não acordar ninguém.
— Agora nossa situação piorou.
"Nem mesmo de madrugada os vilões perdoam. Agora você está vendo imagens inéditas da Torre Eiffel, que aos poucos é rodeada de super vilões, com muitos rostos conhecidos."
— Tenho que ir antes que piore mais ainda. — Voltou para onde estava, observando as imagens exclusivas.
— Boa sorte.
— Vou precisar.
— Com certeza.
— Vou cuidar bem do seu Miraculous.
— Por que não cuidaria? Seu gatinho aqui confia em você. — Piscou.
— Aqui está sua recompensa, gatinho. — O beijou inesperadamente, era simples, mas confortável para os dois. Logo, terminou e saiu voando com seu ioiô, que continuava ali com ela, e claro, também havia mudado de modelo.

— Ei pessoal! Vocês não se cansaram de mim? — Provavelmente o senso de humor que possuía escondido em algum lugar dentro dela se libertou, ficava escondido em meio as piadas de seu parceiro. Estava no topo da Torre, sendo o centro das atenções.
— O quê? Quem é você?! — Hawk Moth se assustou.
— Você não sabe quem sou? — Estava tão irreconhecível assim?  — Eu sou a La... — Algumas lembranças passavam por sua cabeça. "Nunca subestime a Super Ladybug." Super Ladybug... Isso era algo que ecoava em sua cabeça, até se dar conta de que era um nome legal. — Eu sou a Super Ladybug. Me reconheceu agora?

A Vingança dos AkumasOnde histórias criam vida. Descubra agora