Capítulo 11: A queda

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Ladybug caía lentamente. Poderia muito bem jogar seu ioiô em algum lugar e se salvar, mas não fez, a única coisa que ela realmente realizou foi fechar os olhos. Não sabia porque estava agindo desta forma, mas em seu coração era o certo, para essas coisas não têm uma explicação exata.
Chat Noir estava desesperado, por que ela não reagia? Não pensou duas vezes, saiu correndo até a parte de fora do prédio para tentar socorre-la antes que caísse, mas era tarde demais, ela já estava no chão, desacordada. Lagrimas começaram a correr sem controle pelo seu rosto, por que tinha que acontecer com ela?!
— My Lady?! Por favor fala comigo! — Sua voz estava saindo entre alguns soluços, não conseguia pensar, a tristeza era enorme. Encostou a cabeça no corpo dela e sentiu que ela estava bem, quer dizer, bem não tinha certeza, mas estava viva. De repente, ouviu um barulho, era o apito dos brincos dela, ela tinha menos de dois minutos. Ele tinha que tira-la dalí e rápido.
Não podia leva-la para sua casa, se a mesma acordasse poderia descobrir sua identidade, mas também porque poderiam entrar no quarto de surpresa e a encontrar lá. Pensou, até se lembrar de um lugar onde ninguém iria incomoda-los, longe da parte movimentada de Paris. A pegou no colo e foi pulando de telhado em telhado, até chegar em uma bela casa de coloração clara, bem tratada. Entrou por uma janela pelos fundos e a deixou em um quarto, deitada numa cama de casal confortável. Saiu rapidamente e fechou a porta, apenas percebendo uma luz rosa atravessando uma brecha em baixo do objeto. Acabou se sentindo a vontade para desfazer sua transformação. Estava tenso, não podia entrar lá, mas precisava de alguém para cuidar dela.
— Se acalma, ela deve estar bem. — Plagg tentava acabar com o drama do loiro, que andava de um lado para o outro na sala.
— Você não sabe. — Teve uma ideia. — Você conhece o kwami dela?
— Se você está perguntando se eu conheço a Tikki, sim eu conheço. Por quê?
— Não gostaria de vê-la?
— Não, ela deve estar cansada agora. Não sou igual você. — Com essa resposta, Adrien fez uma careta e continuou o encarando. — Tá bom... Mas você vai ficar me devendo um Camembert. — Saiu e o garoto se sentou, aguardando.
Não demorou muito para que o pequeno gatinho preto voltasse com sua colega de muitos séculos atrás, ela estava exausta, seu poder havia sido utilizado. Quando viu o modelo, ficou de boca aberta, o que falava para Marinette realmente era verdade, sem nem mesmo saber.
— Oi... — Coçou o pescoço um pouco envergonhado.  — Seu nome é Tikki, isso mesmo? — Perguntou e ela assentiu. — Você também gosta de queijo?
— Queijo?! — Fez uma careta e pousou no braço do sofá.
— Do que você gosta?
— Você teria cookies? — Bocejou.
— Não... Realmente ela tem um gosto melhor que o seu. — Redirecionou esta frase para o comedor de Camembert. — Eu posso ir comprar alguns para você. — Piscou. — Plagg, mostrar as garras! — Voltou a se transformar e saiu procurando um lugar por perto onde poderia comprar o alimento, até que se lembrou de um lugar onde seria bem recebido, era longe mas valia a pena.
Quando chegou ao lado da escola, voltou a ser Adrien e entrou na padaria dos Dupain-Chengs, sendo atendido muito bem pela mãe da colega.
— Olá sra. Cheng.
— Oi, do que precisa?
— Você teria cookies?
— Claro, acabaram de sair do forno. — Pegou alguns e colocou em uma caixinha, dando para o modelo. — Mais alguma coisa?
— Só isso. — Pagou. — Marinette está em casa?
— Ela ainda não chegou.
— Tudo bem.
— Aconteceu alguma coisa?
—Não. — Mentiu. — Por que a pergunta?
— Parece que estava chorando. Tem certeza que está tudo bem?
— Está sim, obrigado. Até mais. — Saiu e voltou na forma gato para a moradia onde estava sua paixão. Entregou os biscoitos para a vermelha que agradeceu e começou a comer.
Novamente estava na forma civilizada, o dia estava sendo corrido. O silêncio predominava no local. O garoto estava encostado na porta do quarto, preocupado, não podia entrar lá. Isso continuou até ouvir um ruído de dentro do dormitório.
— Ladybug?
— Chat? — Dava para sentir pela voz dela que estava assustada. — Onde estou?
— Não se preocupe, está em um esconderijo. Você está bem?
— Meu corpo está doendo. O que aconteceu?
— Você caiu da janela da prefeitura na hora que iria sair. — Suspirou.
— Espera, você viu quem eu sou?!
— Não, nem entrei aí depois disso.
— Obrigada. — Deu uma pausa. — Por tudo.
— Eu que agradeço.
— Por quê? Eu não te fiz nada para agradecer.
— Não é o que você fez agora, mas o que sempre faz. Seu sorriso, seus lindos olhos brilhantes da cor do céu me seguem pelos pensamentos, me dando confiança. Sua coragem me dá forças. Quando te vejo, meu dia fica mais colorido. Como não posso te agradecer por tudo isso?
Depois dessa, a garota se surpreendeu. Não esperava por isso, nem nunca imaginou que ele pensava tudo isso dela. Seus olhos brilhavam. Tentou levantar, mas suas pernas estavam muito doloridas.
— My Lady? — Perguntou estranhando o silêncio.
— Tudo que você falou é verdade?
— Quando eu menti para você, Bugaboo? — Pela primeira vez se sentiu bem de ouvir esse apelido bobo que tanto a irritava.
— Você não sabe o tamanho da minha vontade de abrir a porta e... — O modelo pensou que ela iria falar algo ruim por causa do que ele havia a chamado. Ainda não acreditava que havia desabafado o que sentia para ela. — E te dar um abraço. — Os corações bateram forte, a sensação era boa. — Onde está minha kwami?
— Ela está com o meu. Eles estão bem.
Novamente divididos por uma porta, por que elas existem? Apenas para separar pessoas? Mas, e se eles estivessem destinados a acabar com elas?
— Sabe, ás vezes me pergunto o motivo de eu não dar uma chance para descobrirmos quem realmente somos. Eu fui muito dura com você, comigo, com a gente.
— Não, você sempre esteve certa. Você tinha medo de que algo de ruim acontecesse se as máscaras caíssem. Eu pensava na qual seria sua reação quando me visse civilizadamente, se iria me aceitar como sou.
— Você está pronto?
— Como assim? Para o quê?
A fechadura começou a se mexer e o que os dividia não estava mais fazendo isso, realmente as máscaras haviam caído, fazendo com que dois pares de olhares assustados se encontrassem, que duas pessoas de boca aberta ficassem perplexas.
— Marinette?!
— A-Adrien?!

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