Capítulo 15: Líderes em guerra

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Lá estavam os dois, sentados em cima da cama da garota, se acomodando no móvel. Chat já não estava mais usando seu uniforme ou sua máscara, apenas sua roupa normal de cada dia, sendo apenas o Adrien que só sua Lady conhecia. De pouco em pouco, as conversas começavam a se formar.
— Você ouviu a conversa inteira?
— Praticamente... — Coçou a nuca, envergonhado com sua ação.
— Então não preciso te dar detalhes. — Riram.
— Você ficou magoada? — Olhou bem no fundo dos olhos da parceira, como se pudesse ler ser seus pensamentos mais secretos, mas infelizmente, não era possível.
— Com o que? — Realmente não sabia do que ele estava falando, mas já podia imaginar onde aquilo iria chegar.
— Com o que disseram sobre a... Ladybug... — Sua voz foi sumindo aos poucos, era algo que também o machucava por dentro, afinal, falavam do amor da vida dele, e claro, de seu other-ego.
— Um pouco. — Desviou o olhar para um ponto qualquer, não queria falar sobre isso.
— Mas e seus pais? O que disseram desses machucados no seu rosto?
— Acho que eles nem perceberam. — As risadas voltaram, junto com os olhos vidrados um no outro.
— Tem certeza?
— Pelo menos eles não falaram nada. — Deu de ombros, ajeitando sua franja.
— Espera! — Afastou aqueles fios de cabelo, deixando a mostra um pequeno corte. Passou a mão, percebendo que um pouco de sangue ainda escorria ali. — Parece que esquecemos de um pequeno detalhe. — Desceu a escada e pegou a caixinha de primeiros socorros, voltando para onde Marinette estava. — Enfermeiro Adrien na área. — A garota revirou os olhos, mas não o impediu de cuidar de seu machucado, recebendo até um simples beijo na testa no final. — Por ser uma boa menina, vai ganhar um pirulito. — Piscou, sempre galanteador.
— Vai ficar devendo. — Bocejou.
— A joaninha está com sono? — Não perdeu a chance de fazer gracinhas, principalmente tentando irrita-la, mas também porque isso era um prazer para ele.
— Ha, ha, ha. — Cruzou os braços.
— Eu estou. — Encostou no gatinho rosa de pelúcia que estava ali, apoiando a cabeça na parede.
— Acho melhor você ir então... — Ficou um pouco sem jeito, não queria que ele pensasse que ela estava mandando ele ir embora, pelo contrário, gostaria que ele ficasse, porém ela se importava com ele e ponto final.
— Por quê?
— Você não acabou de falar que está com sono?
— Sim, mas isso não é motivo para que eu saia daqui.
— Não quero ver ninguém chegando atrasado amanhã.
— Eu não vou chegar, você sabe, não é mesmo, Bugaboo?
— Depois não diga que não avisei. — Se ele queria que ela repreendesse sua fala, sua tentativa foi por água abaixo.
— E por que se importa tanto em me ver lá no horário?
— Primeiramente, não quero estragar sua reputação. Segundamente, se é que essa palavra existe, o titulo de pessoa que chega atrasada é meu. — Fazia gestos enquanto dizia para ampliar o sentido da frase, e claro que isso acabou em gargalhadas.
— Está bem, rainha dorminhoca, eu concedo seu desejo e vou para minha caminha. — Desceu os degraus e deu uma ultima observação no cômodo, ali agora seria sua segunda casa, seu ponto de conforto. — Plagg! Vamos!
O gatinho preto apareceu, e como sempre, reclamou de algo, que o loiro nem se quer entendeu ou teve vontade de entender.
— Plagg, mostrar as garras! — Se transformou, agora não era mais o simples modelo, sim o gato negro salvador de Paris. — Nos vemos amanhã, sem atrasos. — Piscou, abrindo a janela.
— Provavelmente. — Antes que ele saísse, o chamou de volta. — Não pense que eu tinha esquecido de nossa ronda noturna.
— Seu gatinho enfermeiro diz que você não está em condições de realizar uma patrulha.
— Okay, gatinho. Irei respeitar sua ordem. — Deu uma pausa. — Mas não por muito tempo. — Riram.
— Até amanhã, joaninha. — Saiu pela escuridão da noite, deixando uma menina pensativa e sua kwami sozinhas.
— Já percebeu que você não gagueja mais perto do amor da sua vida? — Tikki tocou no assunto, por curiosidade mesmo.
— É... — Continuava olhando feito boba para o céu.
— Mas por que?
— Acho que aceitei em meu coração e em minha mente que ele é a pessoa que eu amo com ou sem aquela máscara, não sei. É estranho explicar isso...
— Tudo bem, já entendi. — As duas voltaram a subir para o colchão e acabaram em um sono perfeito e longo, no qual só iriam acordar no outro dia.

— Eai Nino. — Um certo jovem famoso saiu de sua limusine e cumprimentou o amigo, que o esperava ali na escada.
— Eai cara! — Fizeram um toque e saíram andando para dentro do prédio, mas pararam na entrada, onde duas familiares colegas conversavam.
— Oi meninas. — Cumprimentou-as, abraçando uma delas por trás, uma de cabelo escuro com reflexos que o deixava parecer de coloração azul, que o utilizava em duas marias chiquinhas. Aquela que havia olhos azuis como o da flor e uma pele clara como a neve brilhante. Aquela que se chamava Marinette. — Bom dia, My Lady.
— Bom dia, gatinho. — Cochichou no ouvido dele, apenas para que ele ouvisse. Alya os olhava como se seus pensamentos estivessem explodindo em sua cabeça, principalmente o sentimento de felicidade pela melhor amiga.
— Pombinhos, acho melhor todos nós entrarmos. — A blogueira chamou a atenção dos dois, que olharam assustados para a moça e seu comentário sobre eles, mas assentiram com a cabeça junto com o outro ali presente e sem demora, entraram para dentro daquela escola.
Assim que entraram, o casal enfrentou vários olhares diferentes em sua direção, alguns surpresos, outros irritados, e até mesmo felizes. A jovem corou em frente de tudo aquilo, não estava acostumada, quer dizer, estava como Ladybug, não como a simples e desastrada estudante do primeiro ano. Porém tudo isso acabou quando uma loira intrometida se aproximou.
— Oi Adrien meu lindo! — Se jogou no menino, retirando a outra do ombro dele. — Por que você não veio ontem? A Chloé ficou com saudade. — Mania de falar as coisas na terceira pessoa e deixar a frase totalmente irritante? Confere!
— Eu estava... — Terminaria de falar, se outra pessoa não o tivesse interrompido.
— Ele estava comigo! — Para a surpresa de todos que se juntaram para assistir aquela cena, a descendente chinesa havia respondido a que se achava a dona do pedaço.
— Não falei com você, cara de ervilha! Mentindo pra mim, que coisa feia. — Fez biquinho, tentando comover o amor de sua vida.
— Não, ela está falando a verdade. Eu realmente estava com ela. — Novamente   abraçou sua amada, deixando a filha do prefeito de boca aberta.
— E então, Chloé, acho melhor você tirar seu cavalinho da chuva, pois ficar tentando humilhar os outros para tirar vantagem própria não vai te levar a lugar nenhum, e ninguém mais aqui vai tolerar essas suas atitudes bobas! — Deu uma lição de moral na sua inimiga, sendo aplaudida pela multidão que as cercavam.
— Você cometeu um erro! — Saiu batendo os pés para longe dali, seguida pela sua assistente.
— Boa! — As garotas fizeram um simples toque de mãos.
As horas foram passando, e quando a líder vermelha se afastou da quadra para ir ao banheiro, teve uma surpresa ao ver que a porta havia se fechado.
— Marinette Dupain-Cheng!

A Vingança dos AkumasOnde histórias criam vida. Descubra agora