No outro dia, já era de manhã. O sol iluminava o quarto do jovem Agreste, que já estava de pé, se arrumando para o evento de sua escola.
— Você está parecendo um pinguim. — Plagg fazia piadas com a vestimenta do garoto enquanto comia seu queijo matinal.
— Muito obrigado pelo elogio. — Revirou os olhos e terminou de escovar seus dentes. Logo depois colocou o kwami no bolso do terno e desceu as escadas, pronto para sair, até ouvir alguém o chamar.
— Adrien, aonde vai vestido deste jeito? — Gabriel estava sério, curioso com o motivo da escolha de roupas do filho.
— Faz parte do desafio da gincana de hoje. — Respondeu calmamente.
— E onde arranjou isso?
— Sabe a garota que ganhou aquele seu concurso de chapéu coco? Então, ela que fez. — Coçou a nuca, envergonhado.
— Parabenize-a pelo talento. — Voltou para seu escritório, deixando o garoto surpreso pela ação do pai.
Rapidamente, o modelo se desligou de seus pensamentos e foi para sua limusine, onde seu guarda costa o esperava. Entrou e foi levado para seu destino. Na porta, havia um amigo o esperando.
— E aí cara, gostei da roupa.
— Oi Nino. Bem, os créditos pela roupa são da Marinette.
— Vamos entrar então? — O loiro concordou com a cabeça e entrou no prédio junto com o colega.
— Adrien! — Alguém o chamou, prolongando a última sílaba do nome.
— Oi Chloé. — Respondeu desanimado, não era ela que ele pretendia encontrar neste momento.
— Você está bonito de terno, apesar de você ser sempre lindo. — A cada palavra, ela se aproximava mais do menino, usando um vestido apertado de cor azul.
Mas algo desviou não só o olhar do modelo, mas de todos naquele local, uma jovem de cabelos escuros em forma de coque passava pela entrada do colégio. Quando o viu, deu um sorriso, mas um anúncio interrompeu qualquer coisa que fosse acontecer.
— Bom dia a todos. — Sr. Damocles cumprimentava os alunos. — Por favor, peço que os líderes dos times se apresentem aqui em cima. — E assim foi feito, cada um foi para um lado do palco, ao lado de seus pares.
— Oi. — O jovem se manifestou, cochichando com a parceira. — Você está linda.
— O-obrigada, você também. — Corou.
As professoras passaram por cada um, avaliando os "trabalhos" das equipes. Poucos minutos depois elas concluíram suas análises e passaram suas conclusões junto com o resultado para o diretor, que não demorou em anunciar.
— E a equipe vencedora do desafio é... — Fez um pouco de suspense. — A equipe vermelha!
Todos os vencedores comemoravam, enquanto seus chefes conversavam sobre a vitória.
— Acho que fizemos um ótimo trabalho juntos. — O garoto disse alegremente e a garota concordou com um belo sorriso.
— Se não tivesse me ajudado, eu não teria terminado a tempo.
— Então acho que somos uma dupla.
— Dupla? — Ficou surpresa com o rapaz, não esperava que ele fosse dizer isso ou algo do tipo.
— É... — Os dois olharam para os lados, envergonhados, mas logo voltaram a se entreolhar com um sorriso no rosto.
— Zerou! — Fizeram o comum gesto de mãos dos heróis de Paris, esquecendo quem eram ou com quem comemoravam, e acabaram caindo na gargalhada, desde quando eram amigos tão íntimos?
— Aproveitando que estão vestidos deste jeito, vocês irão ter dançar uma valsa para ganharem alguns pontos extras. Por favor, abram espaço para eles dançarem. — Ao dizer estas palavras, os olhos da menina meio chinesa brilharam e ela pensou que fosse desmaiar, ou que era tudo um sonho.
— Relaxa, você vai se sair bem. — Percebendo a situação da amiga, tentou acalma-la, e recebeu de troco um sorriso fofo e nervoso.
Enquanto isso, próximo deles, uma loira planejava sua vingança. Quando eles estavam prontos para descerem do palco, Chloé passou correndo por Marinette, empurrando-a com o corpo e fazendo com que ela caísse do pequeno palco. Alya e Adrien não pensaram duas vezes e foram ajuda-la.
— Você está bem? Não se machucou? — O modelo perguntou preocupado, enquanto a ajudava junto com a morena a levantar.
— Não se preocupem, já estou acostumada. — Quando foi tentar dar um passo, perdeu o equilíbrio e caiu nos braços de seu amado. — Ai! — Quando viu onde estava, ficou envergonhada e começou a pedir desculpas desesperadamente.
— Acho que você torceu o pé, Marinette. — A blogueira pegou uma cadeira que estava perdida por ali e deu para que a outra sentasse. — Deste jeito você não vai conseguir dançar.
— O quê?! Não! Não quero desapontar minha equipe.
— Você não desapontou, e não vai desapontar. Acredite. Vou ver o que consigo fazer.
Quando ele saiu de perto, a garota de óculos começou a perguntar.
— O que deu em você hoje?
— Ham? Por quê?
— Eu vi vocês dois conversando normalmente em cima palco. Isso é um milagre? — Começou a rir, deixando a colega sem graça.
— Nem eu sei o que deu em mim. — Falou em um tom irônico. — Graças a Chloé eu vou perder a chance de dançar com ele! — Colocou a cabeça entre as mãos, demonstrando desespero.
— Ei, se acalma! Eu não disse que você não ia dançar. — A jovem voltou a olhar para a melhor amiga, levantando a sobrancelha. — Tá, eu posso ter falado, mas não sabemos se é bom arriscar.
— Eu vou dançar! — Gritou, se levantando e encarando a todos.
— Tem certeza? — Senhorita Bustier perguntou preocupada e ela concordou com a cabeça. — Então que comece a dança. Primeiro o time campeão do desafio.
Os líderes da equipe foram para o centro, Adrien aproximou sua parceira colocando uma de suas mãos em suas costas e com a outra segurou as mão dela. A música foi iniciada e eles começaram a dançar, mas de uma forma perfeita, que nem parecia que haviam enfrentado problemas.
— Está tudo bem? — O modelo perguntou ainda em movimento.
— Estou sim, é que eu nunca dancei profissionalmente.
— Nem eu. — Os dois riram. — Ah, meu pai me pediu para te parabenizar pelo talento.
— Sério?! — Seus olhos brilharam, sua inspiração havia gostado de sua criação.
— Sério. — Um sorriso brotou nos lábios dos dois. O loiro tomou liberdade e a pegou, girando-a no ar e finalizando a dança.
Todos bateram palmas e foi a vez da outra equipe, que dançaram bem apesar da má vontade da garota. Por fim o resultado foi divulgado e ninguém ficou surpreso.
— Novamente, os vencedores foram o time vermelho. Podem ir para o almoço e nos vemos depois. — Caline Bustier liberou todos.
Os amigos se despediram e cada um foi para um lado diferente.
O resto do dia passou rapidamente, mas nada o deixou de ser menos divertido. Por fim, a mesma equipe continuava liderando e era a hora de descobrir qual seria o desafio diário.
— Desta vez vocês terão que formar e apresentar um show de mágica para nós amanhã. Boa tarde para todos. — O último anúncio do dia feito pelo diretor deixou todos empolgados. Tudo ia bem nos grupos, várias pessoas se ofereceram para apresentar, até mesmo no azul onde a "rainha", como Alya a chamava, mandava mais do que devia.
De noite, quando a lua já estava no céu e iluminava toda a cidade, a jovem escrevia em seu diário.
— E fim. — Fechou e colocou em sua caixa.
— Você realmente gostou do dia de hoje. — A kwami sobrevoava perto do rosto de sua mestra.
— Foi como um sonho. Afinal não é sempre que tem a chance de dançar com o amor da minha vida. — Disse toda empolgada, girando no quarto lembrando-se do momento. — Mas agora eu tenho que encontrar um gato. — Piscou para a pequena criatura.
— Diga suas palavras.
— Tikki, transformar! Yeah! — Uma luz cor de rosa dominou o dormitório e pela janela saiu a famosa heroína, em direção a Torre Eiffel.— Pensei que não viria mais. — Chat Noir já estava no ponto de encontro, esperando pela amada.
— Desculpa pela demora gatinho, mas não marcamos um horário exato. — Tocou no sininho preso no uniforme do herói. — Vamos começar?
Os dois iniciaram sua busca por coisas incomuns na cidade das luzes, correndo pelos telhados dos prédios e observando toda Paris. Por fim, não havia sinal de akuma ou algo do tipo e eles acabaram voltando para onde começaram.
— Acho que Hawk Moth deve estar dormindo. — O gato fez uma piada para dar uma explicação engraçada.
— Ele e todo mundo. — Ladybug bocejou.
— A joaninha está com sono? — Piscou, achando a situação divertida.
— O quê?! Claro que não! — Cruzou os braços, irritada.
— Acordou cedo?
— Sim, mas aonde quer chegar com essas perguntas?
— A lugar nenhum, só estava curioso. — Os dois começaram a olhar para a grande lua, como se nunca a tivessem visto.
— Já que é assim, e você? — Desviou seu olhar para o parceiro.
— Também. — Deu uma pausa. — Como foi seu dia?
— Legal. — Suspirou lembrando-se do melhor dia de sua vida. — Eu achei legal, apesar de eu ter levado um tombo. — Riu, tudo culpa de sua falta de jeito e de sua inimiga.
— Sério? — O loiro ficou surpreso.
— É eu sou muito desastrada. — Sorriu, olhando para o nada.
— Eu não acho. — Ela voltou seu olhar para o amigo. — Lembra-se de quando nos conhecemos?
— E eu caí em cima de você com meu ioiô? — Os dois riram.
— Bem, eu não acho que aquilo só aconteceu porque você é desastrada como diz, mas porque era sua primeira vez. — Desta vez foi sua vez de sorrir, e a garota ficou pensativa. — Saiba que foi o melhor dia da minha vida. — Depois deste comentário, a dupla corou.
O silêncio predominou por alguns segundos, até ouvirem o barulho de um relógio, já estava tarde.
— Acho melhor eu ir. Nos vamos amanhã no mesmo horário? — O loiro pegou seu bastão pronto para ir embora, esperava apenas a resposta da menina.
— Combinado. — Esperou ele sumir na escuridão para voltar a olhar para o grande astro no céu, refletindo sobre o que havia acontecido.
Enquanto isso, no quarto de Adrien, ele já havia voltado da ronda, sentado em sua cama conversando com seu kwami.
— Aquilo foi um sonho? — Estava tentando entender se aquilo realmente aconteceu ou era apenas sua mente te enganando.
— Não! Você já perguntou isso umas mil vezes! — Plagg cruzou os braços, irritado. — Esse seu amorzinho de novela já está irritante, e acabando com meu apetite. — Pegou um pedaço de queijo que estava em cima da mesa, pois não tinha terminado de comer.
— Como assim? — Sem entender o sentido da frase do pequeno, ficou curioso.
— Está acabando com minha fome, oué! Pensei que fosse mais inteligente.
— Não isso, sobre o amor.
— Eu sei que você está apaixonadinho pela aquela sua colega.
— Quem? — Arregalou os olhos.
— Aquela que você foi na casa dela! — Jogou a comida para cima e pegou com a boca.
— A Marinette? Não, somos apenas amigos.
— Amigos, namorados, é tudo a mesma coisa! — Se aproximou do menino. — Deste jeito vai acabar em um triângulo amoroso.
— O que é isso?
— Quando uma pessoa é apaixonada por duas pessoas ao mesmo tempo! Você não sabe de nada?! — Já estava irritado com as perguntas.
— Eu só amo a Ladybug, ninguém mais do que ela. — Se jogou na cama, pensativo, estaria mesmo apaixonado por sua nova melhor amiga e pela sua Lady?
— Sei. Agrh! — Fez uma careta de nojo.
O silêncio predominou por alguns minutos, até que algo bateu em sua janela.
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A Vingança dos Akumas
FanfictionÓdio e tristeza são as vítimas perfeitas para os akumas de Hawk Moth, que faz de tudo para obter os Miraculous de Ladybug e Chat Noir. Porém os dois protetores de Paris terão que se preparar, pois os akumas estão mais fortes do que nunca.