Nova Realidade

Capítulo 8 - Ataques inesperados

Apareci em uma sala vazia, sozinho, as paredes tinham um tom bege escuro, caminhei pelo lugar e percebi que estava mais leve, sem o peso das armas.

Olhei para as minhas mãos, estavam transparentes, e podiam atravessar qualquer parte do meu corpo, foi quando percebi que eu estava sem um corpo, era praticamente um fantasma perambulando por uma sala vazia e pequena.

Tudo estava começando a fazer sentido, a estátua, a batalha sem as armas, a falta de um corpo, mas eu ainda não entendia completamente o que estava acontecendo.

Meus pensamentos foram interrompidos quando uma esfera metálica surgiu de dentro da parede, avançando como um projétil na minha direção.

Esquivei-me por pouco, cada vez mais esferas começaram a aparecer de forma ameaçadora, tinha que ter uma saída, tentei atravessar as paredes, já que eu era um fantasma, isso era possível, consegui.

Mas as esferas ainda me perseguiam.

Lembrei-me das instruções do mensageiro, uma batalha sem armas, eu não tinha armas comuns e nem mesmo um corpo físico, tudo que eu podia fazer era pensar.

A arma necessária para passar nesse teste não era feita de bronze ou prata, vinha de dentro, a sabedoria, a inteligência pode mudar tudo, então eu teria que usá-la para afetar aquelas paredes sem magias, sem armas.

Apoiei minhas mãos em uma parede depois de atravessá-la, me concentrei em imaginar uma superfície sólida, um escudo de proteção.

E a parede se solidificou imediatamente, pude ouvir as esferas espatifando-se do outro lado, a batalha psicológica havia acabado.

— A inteligência é um dom precioso, siga adiante herói, tudo ainda está começando. — anunciou uma voz

De repente, as "luzes" se apagaram tudo ficou escuro ao meu redor.

O cenário havia mudado. Agora eu podia sentir o meu corpo e minhas armas já estavam comigo, mas tudo ao meu redor era inalcançável.

Corri e não encontrei limites naquele espaço, não havia paredes nem nada para se apoiar. Restava eu sozinho na escuridão.

Ouvi sons estranhos, era como se algo estivesse me perseguindo, tentei ao máximo manter a calma.

Alguma coisa tentou me atacar, meus reflexos de assassino reagiram imediatamente, a adaga emitiu um brilho azulado, como se um raio a tivesse atingido.

Eu já estava começando a ficar nervoso, empunhei a outra adaga e me pus em postura defensiva.

— "Eu realmente nunca me dei bem com ambientes escuros" — pensei.

O pior desse teste, era que eu realmente não sabia o devia fazer, se devia lutar contra alguma coisa, fugir, encontrar algo perdido na escuridão...

Tudo era desconhecido.

O nervosismo tomava conta de mim, tinha medo de correr no meio da escuridão e encontrar algo pelo caminho.

— "É só um jogo, simplesmente um jogo" — minha mente tentava inutilmente simplificar a situação.

Não parecia apenas um jogo, eu tentava me acalmar diante daquele teste, parei e tentei me concentrar na situação em que eu me encontrava.

Senti-me novamente na iminência de ser atacado, mas desta vez eu estava preparado.

Lancei-me com as duas adagas estendidas para o ataque, elas começaram a emitir o mesmo brilho azul de antes, a criatura que mais parecia um fantasma, desapareceu num raio de luz.