24- O desastre.

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Kyara

Acordei completamente indisposta. Meu corpo estava pior do que o da vovó quando caiu da escada.

Vai... minha vó é uma veinha forte...

Eu não queria sair da cama. Eu não queria ir pra escola, eu não queria nada.

Me enrolei mais ao edredon, e fechei as olhos.

To nem thum pra escola...

Não vou de jeito nenhum... Só saiu da cama amarrada.

..........................

-KARLA! -Gritei. -ME SOLTA. TA MACHUCANDO MEUS BRAÇOS. EU VOU CONTAR PRO PAPAI.

-Você disse que só ia sair da cama amarrada, eu amarrei.-debochou soltando as cordas.

Sorri sem graça.

-Você é a pior irmã do mundo.-falei mais calma. Gritar me deixou cansada.

-Brigada pelo titúlo.-falou. -agora se...

Eu nem terminei de escutar. Corri para o banheiro e me tranquei.

Ra!
Eu disse que não ia...

-Kyara, anda logo. Para de graça. Eu vou ligar para a mamãe. -ameaçou.

-Quer que eu passe o número?-perguntei pela porta.

-Se você não sair, eu não deixo você ir fazer o trabalho.

-Se você não deixar a mamãe deixa. -respondi.

Não vou deixar ela me subornar...

-Ta bom, então!-falou batendo na porta. -Mas você se acerta com a mamãe depois.

-TÁ BOM!-gritei.

Uhuuu...

Esperei uns minutos para ter certeza que ela não ia me amarrar de novo, e destranquei a porta. Meu celular apitou no mesmo instante.

Keila: As dez na biblioteca. Tenho novidades!

Afffff... ninguém merece.

Joguei o celular de lado, e comecei a me arrumar.

.....................................

Entrei na biblioteca vazia, antes das dez. Eu era o único ser vivente naquele lugar. O que me fez conferir a hora umas 5 vezes no mínimo.

-Psiu!

Me virei ao ouvir o som. E dei de cara com a Keila.

-Aqui atrás -falou virando as costas.

Segui ela até uma porta de madeira, e assim que se aproximou ela abriu-a com um empurrão brusco.

-Caraca! Que força!-exclamei mais para mim mesmo.

-Nosso cantinho secreto. -ela disse erguendo os braços e dando uma voltinha.

-Como descobriu?-perguntei observando o lugar.

Era velho e cheirava a Mofo. Estava tudo escuro, e apesar da clara-bóia no teto, se não fosse a lanterna em cima da mesa, eu não enchergaria nada.

Aos olhos de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora