26- O Sítio. Parte I

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Kyara

Eu não lembro ao certo em que parte do vôo eu dormi. Só sei que quando abri meus olhos, eu já estava em Recife.

-Acorda, bela adormecida!-escutei a Karla me chamar.

Eu estava com a cabeça na minha almofada -sempre trago ela quando vou viajar, para evitar a famosa "dor no pescoço".

-Caraca! A gente já chegou?

-Sim, vamos! Só está faltando nós saímos do avião. -respondeu e pegou minha mochila.

Cocei os olhos e soltei o cinto.
Sai do avião pela porta traseira, e quando desci a escada o papai a mamãe e o Snoop estavam conversando.

-EM FIM RECIFE!-falei com os braços erguidos em comemoração.

Eles sorriram.

-Vamos pegar as malas. -papai disse. - Clarisse, ligue para o seu cunhado, diga a ele que já vamos nós encontrar.

Mamãe assentiu e veio para o lado da Karla. Eu caminhei até o papai e o abracei.

-Dormiu bem?-ele perguntou.

-Melhor do que imaginei.-respondi. -Achei legal o filho do Alberto ter vindo com a gente. O que você achou?

-Legal.-respondi olhando para o Gustavo. -Mas porque ele veio com a gente?

-Depois ele te diz. Agora é melhor nos irmos pegar as bagagens.

Concordei e comecei a andar junto com o pequeno grupo de pessoas, até o local onde as bagagens estavam.

Pegamos todas e eu fui arrastando a minha cheia de cachorrinhos estampados. Ainda bem que ela não era muito grande.

Pra combinar com a dona que é uma tampinha...

Subimos para o desembarque e eu vi de longe a minha gorda preferida. Corri até ela sem esperar por ninguém.

-Emilly!-exclamei a abraçando.

Digamos que ela para mim, é a irmã caçula que eu não tenho.

-Oiii. -ela disse quanto me afastei. -trouxe os cachorrinhos?

Sorri.

-Não, eles ficaram com a Júlia.-respondi alisando seus cabelos.

Ela fez uma careta, mas logo tratou de sorrir.

Cumprimentei o marido da minha tia, Severino. E após todos os cumprimentos nós somos para o carro. Que não era carro, era uma van para caber tanta gente assim.

-Kyara, esse garoto é seu namorado?-a Emilly perguntou apontando o Gustavo, nos três estavamos no último banco da van, eu na janela, a Emilly no meio e o Gustavo na outra janela.

-Que?-perguntei espantada. -Claro que não!

O Gustavo olhou para ela e começou a gargalhar.
Eu não me contive e me juntei a ele.

Novidade, isso acontecer...

-Da onde você tirou isso?-o garoto perguntou.

Ela deu de ombros nem um pouco arrependida pela pergunta.

Crianças...

-Isso sem dúvida está fora de cogitação.-ele disse.

-Com certeza.-falei

-Sem sopro de dúvida.-ele concordou.

-Nem se ele fosse o último homem na terra.-falei

-Deus me livre!-o garoto disse.

Aos olhos de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora