Aos olhos de Deus

32- Eba! Bolo.

Kyara

[...]

- Porque eu tenho medo dela te roubar de mim. - respondi.

Eita! Daonde eu tirei essa resposta? Misericórdia! Vo ali me jogar da ponte, volto daqui a pouco...

OK, Kyara menos...

Respira.
Respira.
Respira.

Porquê eu disse isso? Socorro!

Kyara você é um jegue!

Ele arregalou os olhos de um jeito meigo -fui abduzida, desde de quanto eu me importo com os olhos dele?

- É assim que você me odeia? -perguntou.

- É, eu te odeio por me fazer ficar sem graça e por me da várias patadas, e por ser tão chato, e tão certinho... E tão... Li...lerdo. -respondi.

Ele sorriu.

Ah, esse sorriso!

- Medo dela me roubar de você? Porque?

-Porque eu te odeio, mas você faz parte da minha vida, migo seu louco!- sorri. - E ela está fazendo isso, eu percebo.

- Como você percebe? - perguntou.

-Rum! Isso não é tão difícil. -resmunguei. - Na aula de ciência, por exemplo, você ta fazendo dupla com quem?

-Duda.

- Quem é a menina mais próxima de você na igreja?

-Duda.

- Com quem você conversou no telefone ontem?

-Duda.

-Quem foi que te mandou mensagem de bom dia hoje de manhã?

- Como você sabe? -perguntou confuso.

-Quem foi? -insisti.

- Duda.

- Quem é que fica com você e o Bê no recreio?

- Duda. -revirou os olhos.

- Quem é...

- Ta bom! Chega! Já intendi! - falou. - Duda, Duda, Duda.

Fiz uma cara de " Ta óbvio agora?" e ele apenas assentiu.

- Ta bom, mas vamos ver porquê eu faço tudo isso? -perguntou.

Concordei.

- Quem foi que brigou comigo, por causa dos novatos?

- Eu.

- Quem foi que disse que não queria mais falar comigo?

-Eu.

-Quem foi que me evitou durante as últimas semanas?

- Eu.

-Quem foi que não quis ir na igreja nas duas vezes que eu chamei?

Fiz careta de tédio.

- Eu.

-Quem foi que atendeu a ligação da Sônia?

- Eu.

- Quem foi que...

- Ta bom! Já intendi. -resmunguei. -Eu, eu e eu.

- Kyara!- ele se sentou. - Ao envez de olharmos os erros dos outros, temos que nos importa em consertar os nosso. Não estou dizendo que ela ou você, ou até mesmo eu, estamos certos. Mas não cabe a nós apontamos os dedos para ninguém.