Prólogo

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Prólogo

  A garota corria pelas escadas da casa aos tropeções, segurando uma adaga dourada cheia de escritos romanos na lâmina, ela fugia do monstro que habitava a casa, o que parecia ser um Tulpa inicialmente se revelou sendo um fantasma raivoso de uma babá que cuidava dos filhos de um casal muito rico, a mulher salvou o bebê do casal do incêndio que destruiu parte da casa e eles deixaram ela morrer lá queimada. Ellie corria sem parar, mesmo sabendo que não adiantava nada.

  Ela escorregou no tapete encardido que estava na frente da porta do banheiro, levantou rapidamente e continuou correndo até o quarto do bebê, ela procurava pelo corpo da babá, Sarah Mitchel, ela deve continuar lá, afinal ninguém mais entrou na casa desde o incêndio, qualquer um que tentava entrar lá acabava morrendo do mesmo jeito que Sarah, mas suas vítimas eram queimadas de dentro para fora.

  Ellie entrou no quarto do bebê, a porta atrás dela fechou tão forte que a poeira caia do teto. A mulher apareceu bem na frente de Ellie, a mesma carregava consigo uma bolsa marrom que atravessava sua cintura e ombro, a garota de cabelos coloridos abre a bolsa e procura por uma espécie de amuleto, um cordão de cobre com uma pedra brilhante na ponta.

  A imagem de Sarah é de um tom perolado e desbotado, sua face está totalmente destruída como se tivesse se definhado, suas mãos têm queimaduras horríveis, provavelmente ela tentou cobrir o rosto com as mãos. Ellie levanta o cordão com a pedra roxa brilhante e grita:

— Sanctus! Hic et Nunc!

  Ellie fecha os olhos e a pedrinha brilha intensamente atraindo o espectro para dentro dela. A garota coloca a pedrinha no chão e pisa forte fazendo-o em pedaços mandando a alma penada para o além. A menina de cabelos de tom rosa pastel sorri aliviada e esfrega a testa suada. Passos são ouvidos da cozinha no andar de baixo, a menina fica alerta e empunha a adaga.

  Desce silenciosamente pela casa, agora livre do fantasma, ela chega na porta da cozinha e espia ficando coberta pelo pedaço da porta que ainda resta. Um homem de cor negra, alto anda pela cozinha espiando os lugares com um objeto diferente nas mãos, ele se abaixa e continua procurando algo. Ellie se prepara para sair dali de fininho quando sente algo nas suas costas, como um cano de uma arma.

— Caçadores? — ela arrisca o palpite virando lentamente, dando de cara com um homem de cabelos claros que se misturavam com os fios grisalhos, ele era baixo, tinha uma barba cheia e usava um boné surrado.

— Quem é você?

  O homem baixo pergunta e chama o outro que estava distraído na cozinha. Ellie encara os dois e finalmente fala:

— Eu peguei o fantasma da Sarah.

  Bobby Singer, o homem mais baixo encara a menina com uma enorme interrogação no rosto, ele olha para Rufus Turner.

— Não estamos pelo fantasma da Sarah, nós viemos pegar o fantasma da filha mais velha dos Richards, Olivia...

  A menina olha os dois homens confusa, esteve todos esses dias seguindo a pista errada. Capturou o fantasma errado, que provavelmente só queria avisar sobre Olivia, ou proteger Olivia. As luzes da casa começaram a piscar novamente, o ambiente ficava frio era possível ver o ar saindo da boca dos três.

— Onde achou o corpo da babá? — Rufus pergunta segurando a arma de sal.

  Ellie pensa duas vezes antes de responder, não merecia mais pessoas para chama-la de bruxa ou algo parecido.

— Não achei, eu prendi o fantasma no cristal e depois quebrei.

— Vamos procurar no porão e no sótão, você pode procurar nos quartos? — pergunta Bobby segurando no ombro de Ellie.

— Eu já vi no porão e no sótão... — Ellie responde, ela procura por um livro na sua bolsa.

  O fantasma de Olivia aparece ao lado de Bobby, rapidamente Rufus atira na direção da alma fazendo ela se desmanchar no ar. Ellie coloca sobre a mesa da cozinha um livro de capa de couro e páginas amarelas, a menina pega a adaga dourada e na madeira da mesa desenha agilmente um símbolo para encontrar espíritos. Ela pinta algumas gotas do sangue no desenho e deixa a adaga cair no meio dele, a faca começa a girar no sentido anti-horário sem parar rapidamente e depois a faca voa para o teto.

— Está lá. — Ellie aponta com a mão e sobe mais uma ver correndo pelas escadas.

  No chão o feitiço feito pela garota criou uma trilha de pegadas vermelhas que levavam até o quarto do casal. Alguns tiros são ouvidos enquanto os dois homens sobrem as escadas até Ellie. As pegadas seguem até uma estante em pedaços, toda a madeira está preta como carvão e os livros queimados.

  Novamente a porta se fecha, bem como as janelas, estão os três trancados ali, Ellie poderia usar outro cristal se tivesse trazido consigo um reserva. O fantasma de Olivia surge piscando na direção deles. Os dois caçadores atiram na direção dela, mas ela não para de surgir, voltando cada vez mais rápido.

  Ao mesmo tempo, Ellie tenta achar onde está o corpo da garota. Ela examina a estante de livros. Algo chama sua atenção, um livro não sofreu dano algum, a menina estende a mão para pegá-la, quando Olivia aparece bem na sua frente, segurando sua garganta com força o fantasma a ergue alguns centímetros do chão. Ellie passa a mão pelo fantasma fazendo o mesmo se dissipar no ar, seus anéis e pulseiras de ferro a salvaram. Ela puxa finalmente o livro que cobria um puxador antigo e enferrujado.

  Os dois ajudam-na a puxar a estante, Ellie segura e puxa o puxador que faz despencar uma espécie de alçapão. O cadáver de Olivia está lá.

— INCENDIUM! 

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