Elizabeth no País das Maravilhas

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Capítulo V: Elizabeth no País das Maravilhas

Vestido bufante azul claro com branco, cabelos enrolados em cachinhos perfeitos, meia-calça de corações e sapatinhos de bonecas?

Quase do tamanho de uma chave, a garota estava envolta de briófitas, ela abre os olhos e encara a imensidão tomando forma, seu coração bate forte, levanta-se com rapidez, seu mini corpo é quase um nada naquele jardim grandioso, uma trilha de formiga passa ao seu lado e a faz se assustar ainda mais, besouros e insetos de todos os tipos passam sem parar por perto e ela não pode evitar se sentir intimidada. Que teria acontecido com a bruxa? Teria chorado muito na noite anterior, choro suficiente para fazê-la diminuir, ou pior, teria sido um castigo por visitar o inferno nas noites anteriores.

Ellie caminhava tristemente pela pequenina floresta de musgos até encontrar uma selva de grama que a fez sentir mais inferior do que já sentira antes, seus pequenos pés não corriam o suficiente para que ela chegasse ao outro lado do gramado, ela mira um amontoado de girassóis e corre até eles desajeitadamente. Suas mãozinhas seguram firmemente no caule do girassol e ela envolve as pernas também, assim tenta subir até a flor no alto do caule, pesadamente ela dá impulsos até que esteja perto o suficiente para agarrar em uma pétala e lançar-se para o enorme botão do girassol.

Ofegante e suada ela fica de pé usando as mãos como um boné para observar mais a frente. Quase um quilômetro, medidos à sua concepção, obviamente. Lá estava uma grandiosa mesa de pés meio espiralados de madeira nobre e cor escura. Decidida a atravessar o gigante jardim, aos seus olhos, Ellie olha para os lados e mergulha a mão no pólen do girassol. Uma abelha gigante surge próximo a ela atraída pelo pólen em suas mãos, Ellie segura a abelha e tenta subir nela como se fosse um aviãozinho de papel.

Estando agora dirigindo a abelha pomposa Ellie procura um meio de fazê-la voar mais alto e na direção da mesa. Seu coraçãozinho batia ansioso cada vez que ela se aproximava mais do seu objetivo, estava quase lá, seu corpinho inclina-se para frente mirando a beirada da mesa, mais um pouquinho e ela estaria lá, seus braços estendidos longe do corpo para agarrar a quina da mesa quando...

"BUM! "

De lá do alto Ellie despenca de cima da abelha, de cara com o piso ela olha para o teto com um aperto no peito, a vontade de chorar aparece, está se sentindo como uma criança que acaba de quebrar o brinquedo novo, ela chora como se não houvesse amanhã. Mas, finalmente quando para de derramar lágrimas se recompõe observando o que a cerca. Uma enorme sala circular, o jardim onde ela estava anteriormente parecia menor visto de onde ela se encontra agora, ele estava distante e parecia uma miniatura, até mesmo para ela.

Desacreditada e tristonha Ellie mira o lado oposto ao jardim uma portinha pouco maior que que ela e corre até lá com passinhos minúsculos. Nos cantos da portinha e em volta dela cresciam ervas-daninhas, a bruxa tenta escalar as plantinhas como se fossem uma escada, sua mente tenta raciocinar e pensar em quem poderia estar fazendo essa brincadeira com ela, porque definitivamente isto não é um sonho.

Poderia até tentar subir o máximo possível na direção da mesa, porém a distância era exagerada. Desceu então da escadinha de ervas-daninhas e foi para a porta, seus pés escorregam pela maçaneta e ela caí de pé, a porta abre revelando um caminho estranho e contorcido, sem medo algum Ellie adentra o local olhando em volta o que parecia ser um túnel cavado por uma minhoca gigante, ou uma minhoca de tamanho normal, ela pensa considerando suas atuais medidas.

Uma criaturinha passou ao seu lado, parecia uma lagarta com olhinhos redondos e anteninhas pomposas.

— Com licença? — a lagarta verde-claro diz e Ellie toma um enorme susto.

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