A Porta para o lado de fora

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Capítulo III: A porta para o lado de fora

No alto da cabeceira de madeira marrom escura o saquinho de feitiços balança pendurado por um cordão dourado, Ellie se movia por conta do frio procurando ao máximo se proteger do frio, o saquinho arrebenta ao bater na parede e caí no chão desfazendo a proteção contra sonhos. Assim que o feitiço que criava uma barreira para que a bruxa não sonhasse acabou-se sua mente foi invadida pelos piores sentimentos, sua pele queimava e ardia em chamas invisíveis.

"Isso não é real, não posso deixar eles virem, vão me mostrar o Sam, não posso vê-lo é tudo mentira". A bruxa gritava para si própria em sonho quando sua visão foi clareando e mostrando um lugar miserável e que exalava dor, a jaula. A alma de Sam Winchester estava lá e a dor que ele sentia era sentida por Ellie também, ela conseguia enxergar seus olhos embaçados pelo sofrimento e ele via os olhos nublados dela, assim teve paz.

"Não é verdade". Sua mente dizia, porém, seu coração pedia que fosse até Sam e falasse com ele e no momento em que sentiu que podia tocá-lo se aproximou andando por uma superfície rochosa que parecia tentar prender seus pés aos chãos, a voz de Sam não saiu de seus lábios, mas chegavam até os ouvidos de Ellie.

— É você mesmo? — Sam levanta a cabeça após esfregar a testa no braço e encara Ellie do lado de fora da jaula, a bruxa sabe que não está realmente lá, mas de alguma forma ela está e isso a deixa perturbada, seu peito aperta e a vontade de gritar que ele precisa segurar John nos braços e precisava dizer a Dean que sua alma permaneceu na jaula enquanto o falso Winchester tentava tomar seu lugar.

"Eles me fazem ver você todos os dias e eu continuo tentando fazer você me ouvir, acho que está na hora de parar". Sam repetia quase gritando e os ouvidos da bruxa doem, já que para ela é como se Sam estivesse com os lábios ao lado de sua orelha.

— Sammy, eu vou tirar você daqui. — suas mãos tremem descontroladamente assim como suas pernas, o caçador não pode acreditar que é ela realmente, porque dia após dia Lúcifer o faz ver o rosto de Ellie como uma tortura, talvez a pior de todas. — Eu posso caminha por todo o inferno, Sam, eu vou achar você! Eu prometo nunca te deixar sozinho.

— Não acredito mais nisso Lúcifer. — Sam grita com raiva.

— Sam! Não deixem que façam de você o vilão, mesmo que o destino tenha imposto isso. — apesar de continuarem nos mesmo lugares, Sam sente-a mais próximo. — Eu amo você, Sam Winchester.

Os olhos dele se arregalam em surpresa e o suspiro que segue é de puro alivio e felicidade, Sam sorri no inferno, sorri para a imensidão infernal que o cerca e sorri para tudo que o fez sentir dor, porque agora ele não sente mais nada além de um enorme calor em seu peito, um calor bom, a melhor sensação que já sentiu. Na cama onde o corpo de Ellie dorme sua pele ganha marcas como as de Sam, como se ela estivesse na jaula e assim que sua alma sente a dor ela faz uma enorme careta.

Sua mão levanta a blusa e ela se depara com sua barriga extremamente machucada. Mordendo o lábio com força ela tenta ignorar a dor achando que aquilo se dá ao fato de estar no inferno apenas.

— Vai embora Ellie eles vão machucar você! — Sam pede implorando, a garota pensa. — Vai agora! Eles vão machucar você...

Um, "mas, Sam....", sai de sua boca como um sussurro e Sam continua pedindo que ela vá e o deixe ali sozinho, mesmo que enquanto a bruxa está lá ele deixa de sentir dor. Ellie acorda assustada com a sensação de que tudo não passou de um sonho louco, as pequenas brechas da janela faziam a luz laranja claro entrar para o quarto. Sua cabeça dói em todas as partes, como se tivesse batido forte. Da janela do banheiro pode-se ver parte da entrada da casa, alguém estava parado com as mãos postas próximas a campainha, Ellie inclina o corpo um pouco mais procurando enxergar melhor quem é e quando ela está quase do lado de fora que ela vê Grace.

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