Morte part. III

983 98 5
                                    

Capítulo XXII: Morte part. III

Apocalipse 6:8: "Olhei, e vi um cavalo amarelo. O seu cavaleiro chamava-se Morte, e o Inferno o seguia. Foi-lhes dado poder sobre a quarta parte da terra para matar com a espada, com a fome, com a peste e com as feras da terra".

O palácio Elivdnir da deusa Hela parece construído por cristais de gelo e pedaços de granizo, uma luz azulada brilhava dentro de um lustre exagerado pendurado no centro do teto pontiagudo, Dean Winchester caminha a passos leves sentindo o cristal aos seus pés fazendo barulho quando ele anda, o medo que o piso rache e ele caia dali o deixa um tanto apavorado enquanto seus olhos correm pelo ambiente fazendo-os absorver tudo que tem ali, tanto as paredes decoradas com imagens do submundo nórdico que se diferenciava tanto do grego, a não ser pela perspectiva triste e sofrida que os dois carregam.

Uma enorme janela dá para uma pequena varanda, Dean chega até lá lentamente e observa o reino de Hela, a sua frente um enorme rio com a água de tom perolado, é o rio da punição suprema e da dor, semelhante ao Aqueronte dos gregos, no inferno nórdico ele recebe o nome de Rio Nastronol, se inclinar o corpo um pouco para baixo é possível ouvir os gritos desesperados que saem do rio.

Suas margens possuem plantas de aparência morta e a terra era preta como se cercassem um vulcão, Dean se admira olhando ao redor, ele levanta a cabeça e mira o céu, parecia coberto de nuvens escuras, o Winchester sentia os pelos dos braços arrepiados com o frio que fazia ali. Se no submundo de Hades o calor era sem igual aqui o frio cortante era insuportável.

— O que eu estou fazendo aqui nesse fim de mundo? — Dean grita se inclinando na varanda e de lá ele ouve as almas.

— Dean Winchester? — uma voz doce chama seu nome e ele vira rapidamente dando de cara com uma mulher belíssima, olhos azuis claros e cabelo loiro brilhante, seu rosto parecia feito de porcelana e seu corpo tinha proporções encantadoras.

— Eu mesmo. — ele responde arrumando o cabelo e abrindo a jaqueta deixando a mostra sua camisa vermelha.

A mulher estava de lado, a outra parte de seu corpo era coberta pela sombra do lustre, ao se aproximar de Dean o outro lado dela o fez arregalar os olhos e soltar um grito baixo de pavor, sua pele era escamosa em tons frios e sua face possuía ferimentos abertos que mostravam ossos e músculos.

— O que é você?

— Eu sou Hela, este é o meu palácio, meu reino! — ela diz autoritária, no topo de sua cabeça uma coroa de diamantes brilhava intensamente, o que fez Dean lembrar sobre o que a Morte avisou, precisam pegar o objeto que representa o poder do deus da morte, neste caso o Winchester acredita estar olhando para o dito agora mesmo.

— Perdão, eu não tive aula sobre você. — Dean diz sarcástico e Hela caminha na sua direção fazendo o piso de cristal ranger. — Podia ter feito um piso usando cimento...

— Meu castelo nunca vai ser destruído, ele é a coisa mais resistente no submundo! — ela continua se ofendendo com as coisas que Dean diz e começa a se estressar com o caçador, a deusa o paralisa. — Eu nunca vou dar minha coroa a você, desculpe, acho que terá de ficar aqui para sempre.

— Sempre? Você por acaso está louca?

Grades de cristal crescem do chão e prendem Dean, ele volta a poder se mover, Hela ordena que seu trono apareça e assim se faz, ela senta em frente a "gaiola" onde Dean está agora e um enorme sorriso aparece em seu rosto, o Winchester tenta fazer-se acreditar que tinha pego uma tarefa fácil, porém julgou errado, a deusa não colaboraria com o Cavaleiro da Morte e então não abriria mão de sua coroa, agora ele estava certo de que passaria bons anos ali com ela.

Mate seus demônios | SobrenaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora