Mirrors

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"Mas não é que você é algo para admirar?
Porque o seu brilho é algo como um espelho
E eu não posso evitar reparar"
Mirrors - Justin Timberlake

Maya Lessa
Estava cantando Vamos Seguir do NX Zero em um show privado, todos me aplaudindo, poucas pessoas porém importantes. Até que fui acordada pela minha querida mãe.
- Maya acorda, vocês não podem se atrasar.
- Afz, que horas são? - falei com a voz mais sonolenta que já tinha saído de minha boca em toda a minha vida.
- São quatro e quinze, mas vocês só terão vinte e cinco minutos pra se arrumar então é bom acordar a Olívia logo.
Como eu conhecia bem a Olívia achei melhor não acordá-la porque ela tinha o costume de acordar bem mais tarde do que eu.
Levantei e fui ao espelho, ao ver o meu reflexo me espantei com tanta beleza, como alguém pode ser tão bonita ao acordar? Mesmo com os meus olhos azuis extremamente claros cheios de remelas, minhas sobrancelhas bagunçadas e o meu cabelo preso em um penteado não identificável.
Me vesti com um cropped e tênis brancos e uma calça cintura alta, arrumei meu cabelo, lavei o rosto e passei bastante máscara de cílios.
- Liv, acorda logo porque hoje não tô com paciência.
- Que horas são?
- Não interessa mas vai logo porque eu já estou pronta e você nem levantou.
Ela se arrumou e fomos tomar café da manhã.
Olívia Albuquerque
Eu ainda estava morta de sono, porém muito animada para o feriado, tomamos café na ilha da cozinha da Maya. O apartamento era muito bem decorado, mesmo simples parecia aqueles que a gente vê no tumblr.
Descemos pelo elevador e entramos no carro, no caminho fomos ouvindo rádio e cantando as músicas. A Jade morava quase do outro lado da cidade, afastada de tudo. Morava em um condomínio gigante daqueles tipo clube com campo de golf, lago, parquinho gigante, várias piscinas...
A casa dela parecia de filme de tão grande, só na entrada eu acho que caberia a minha casa inteira (e olha que ela não é pequena), ainda tinham vários funcionários trabalhando lá.
- Oi meninas, entrem!
- Oi Jade - falamos em coral
- Podem colocar as malas aqui mesmo - disse apontando para um canto do cômodo.
- Parece que só a gente vai, que povinho preguiçoso! - disse Maya já levemente estressada.
- Mas o Joaquim não precisa ir mesmo, ele não faria nenhuma falta.
- Por que você não quer vê-lo amiga? - Jade perguntou enquanto nos sentávamos na enorme sala de estar.
- Não que eu não queira vê-lo, mas eu sei que se isso acontecer talvez o sentimento venha a tona e eu não quero que isso aconteça.
- Jade, os seus amigos chegaram - fomos interrompidos por um dos empregados.
- Obrigada Marcos. Combinaram o horário de vir ou foi coincidência mesmo? - perguntou já se direcionando ao pessoal que tinha acabado de chegar.
- A gente combinou mesmo - respondeu a Madu fazendo todos rirem.
Nós ficamos enrolando um pouco, conversando e rindo muito até que a Mariane - mãe da Jade - chegou.
- Bom dia crianças, vamos? O resto da família já foi mas eu fiquei esperando vocês.
Colocamos as malas no carro e seguimos as quatro horas de viagem. A Mari e a Jade na frente, eu e Madu no meio, os garotos - tirando o Rodrigo e o Henrique - e a Maya nos bancos de trás.
Para curtirmos a viagem fomos ouvindo músicas e dublando e claro que dormindo porque ninguém é de ferro. Quando ficou um grande silêncio no carro, todos tirando um cochilo ou lendo (menos a motorista) eu resolvi fazer o mesmo. Quando acordei fui passando os olhos pelo carro para ver quem estava acordado e adivinha quem estava inclusive me olhando? Exatamente, o J.
Meus olhos se encontram rapidamente com os dele, mas assim que percebi virei para a janela e fingi estar no clipe de Same Old Love da Selena Gomez .
Depois de uma grande viagem, chegamos na chácara, era muito grande, uma casa que lembrava aqueles filmes americanos, tinha um quintal gigante.
Cumprimentamos o seu pai que logo perguntou onde iríamos nos acomodar.
- Então, a gente trouxe barraca, vamos dormir lá no quintal que foi o que combinamos com a Jade - será que ele não sabia?
- Ah sim, me lembrei. Mas se vocês quiserem colocar as suas coisas em um dos quartos, eles estão livres.
- Okay, vamos sim.
Os meninos subiram com a gente e fomos em um dos quartos de hóspedes colocar as nossas malas.
- Posso deixar as coisa aqui Jade? - disse o Joaquim já colocando as coisas em um canto do cômodo.
Maya Lessa
- Nossa prima, já chegou? - ouvi uma voz que me soava um pouco familiar...
Chegando pela porta do quarto me lembrei quem era, seu cabelo castanho levemente bagunçado, seus olhos verdes...
- Maya?
- Yuri... - olhei para o lado e Joaquim estava rindo, provavelmente pensando sobre eu ter falado o seu nome com uma entonação um pouco errada.
- Vocês dois se conhecem? - Jade parecia tão boba quando fazia esse tipo de pergunta.
- Não. Prazer, eu sou a Maya e sou adivinha e vidente - disse estendendo a mão em forma de cumprimento e sendo sarcástica como sempre.
O pessoal começou a conversar e a Olívia me puxou para um canto.
- Esse é o primo da Jade?
- Pois é né, eu não lembrava dessa beleza toda não - rimos e voltamos ao nosso grupo.
Yuri Garcia
Eu costumava dizer que o tempo tinha feito bem para mim, mas quando vi aquela garota na minha frente eu tirei a seguinte conclusão: o tempo faz bem para todo mundo.
Quando pequena eu lembro que tinha uma cara de brava e que me amedrontava, que no dia de hoje eu aceitaria que me olhasse durante todo o dia.

Nota do autor
Espero que estejam gostando, prestem muita atenção nos capítulos seguintes porque eles serão importantíssimos para o desenrolar da história. Espero também que não tenha ficado muito confuso os diferentes pontos de vista, mas queria dar ênfase à algumas cenas e essa foi a melhor maneira que encontrei.

OlíviaOnde histórias criam vida. Descubra agora