As cores

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"Decoração branca não me satisfaz
Queria estar no seu lugar mas não estou"
As cores - Cine

Joaquim Marques
Infelizmente não estava certo, Olívia não tinha derrubado nada, além de si mesma. Cheguei correndo em seu quarto e lá estava, jogada no chão chorando mas acho que com se assustou com o tombo e não conseguiu se levantar. A coloquei apoiada em mim de forma que conseguisse andar mesmo que escorada em mim.
Fomos até a beirada da cama dela e nos sentamos lá.
- O que houve, Olívia?- ela não parava de chorar e soluçar.
- Os meus pais - soluçou - sofreram um acidente.
- Eu sinto muito, Oli vai dar tudo certo - a abracei e fui retribuído.
Continuamos quietos, eu passando a mão em seu cabelo e ela chorando e molhando a minha camisa.
O meu celular tocou, era a Eva, tia da Olívia.
- Oi Joaquim, desculpa incomodar.
- Não esquenta. Diga, o que foi?
- Os pais da Oli...
- Não se preocupe eu já sei, estou aqui com ela - nesse momento a Olívia só levantou os olhos e me olhou.
- Graças à Deus, eu ia te ligar justamente pra ver se você podia passar aí. Mas como ela está? - pedi licença e fui para a varanda para ela não ouvir a conversa.
- Olha, está abalada mas ela não sabe como estão as condições deles então não sei te dizer, acho que é mais medo mesmo.
- Eu passei lá porque já estava na rua e pude entrar muito rápido, logo depois já tive que sair. Eles não estão no melhor estado mas estão bem melhores do que imaginei, você pode tranquilizá-la por favor?
- Claro, eu vou pedir pro meu irmão nos buscar pra gente comer qualquer coisa e depois a deixamos no hospital.
- Ótimo, muito obrigada. Beijo, tchau.
- Disponha. Tchau.
Voltei para o quarto e ela estava um pouco aflita.
- Vou ligar pro Guiga vir nos buscar pra gente jantar qualquer coisa é depois de deixo no hospital. Tudo bem?
- Claro, obrigada.
Liguei pro Guilherme, falei com a minha mãe e combinamos tudo certo.
Enquanto meu irmão não chegava, nós fomos trocar as malas.
- É, espero realmente que essa não seja a sua mala porque assim cheia de soutiens e maquiagens - disse me fazendo rir.
- E a "sua" com cueca da Calvin Klein.
Enrolamos mais um pouco até que ele chegou. Destrocamos as malas e fomos até o carro, ela já estava bem mais tranquila. Eu fui no banco da frente e ela no de trás, a minha casa ficava um pouco distante da dela, estava tocando Like That e eu nunca prestava atenção nessas coisas até começar a conviver com a Olívia, ela fazia isso automático sempre que conhecia alguém a pessoa já começava a saber os nomes dos cantores e famosos mais aleatórios.
- "I never met a girl like you and you'll never find a man like me" - estávamos cantando e eu percebi que talvez o que ela dizia de músicas expressarem os seus pensamentos serem realmente verdade. Eu obviamente amo música e acredito nos sentimentos que ela transmite na letra, porém não acreditava que a música tocava no momento certo - got me going bad when you dress like that - continuamos um pouco depois - girl I see you working like Miley Cyrus be twearking...
Depois que mudou a música começou uma mais triste, Moondust e ela começou a olhar para a janela e aparentemente refletir ou pensar nos pais dela.
Eu definitivamente não tinha nenhuma intenção com ela mas você nunca sabe quando será o seu último dia e como as pessoas vão lembrar de você. Eu não queria que ela se lembrasse de mim como o babaca que fui com ela.
Olívia estava definitivamente sofrendo, sem nenhuma notícia dos seus pais.

Notas do autor
Hey! Sorry eu não tô postando porque estou sem internet mas vou tentar arrumar um jeito. Boas festas!

OlíviaOnde histórias criam vida. Descubra agora