Capítulo 1

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Théo



Acordo com o bip irritante do meu celular. Inferno! Esqueci de desligar a internet. Diabos que ninguém sabe que tem hora certa pra chamar você no whatsapp? Quanta falta de senso.

Levanto, e sinceramente? Estou fedendo. Muito. Álcool misturado com perfume de mulher.

Deixe-me explicar isso direito. Amo perfume de mulher. O artificial, o natural e o que existe entre as pernas delas, mas não esses fortes, que impregnam até na alma. Esses eu não suporto. Mas o que fazer quando a mulher que usa um desse tipo é a mais gata da festa? Aí nesse caso, é melhor tentar relevar.

Lavo meu rosto, escovo os dentes e tomo um banho. Nada como um bom café da manhã pra renascer. Só preciso disso. Apesar de ser bem tentador ficar na cama por mais algumas horas.

– Está na hora!

Cutuco a ruiva deitada na minha cama.

Ela levanta, e faz beicinho.

– Ah qual é? – Puxa o celular que estava no criado mudo – Ainda é meio dia!

Porra! Isso tudo?

Definitivamente, meu pai vai me matar.

– É melhor que saia logo. Tenho coisas a fazer, e não quero que fique aqui.

Entro no meu closet e começo a me arrumar. Visto uma camisa e uma calça social e um paletó. Não sou muito de usar essas roupas, prefiro algo mais leve, mas hoje eu tenho que estar bem apresentável.

Quando saio, a mulher já está vestida. Seu cabelo está enrolado em um coque alto, o rosto amassado e inchado de sono, ou ressaca. De qualquer forma, está sexy pra caramba.

– Quando vamos nos ver de novo?

Ai meu bom Deus... Elas nunca facilitam!

– Hum... Nos esbarramos por aí!

Ela foi boa no boquete. A ruiva da garganta profunda. Não me esquecerei dela. Isso não tem como. Mas repetir? É... Talvez. Quem sabe um dia.

– Já vi tudo. É melhor eu ir!

Reclama, e sai sem se despedir.

Isso foi bom! Tem como o dia começar melhor?

A última que saiu daqui me chamou de tudo, menos de santo. Atirou sapatos, e quebrou meu abajur na parede, apesar de a intenção ser acertar minha cabeça, mas por sorte consegui abaixar a tempo. Mulheres!

A maluca ficou gritando surtada. Cafajeste, safado, entre outros adjetivos. Quebrou meu jarro da sala, e saiu daqui aos prantos. Até hoje não entendi o que deu nela. Já é uma que cortarei da minha lista, apesar de nem lembrar o rosto, muito menos do nome dela.

Vou até a cozinha e a Simone já está fazendo meu almoço. Quer dizer, jantar. Já que provavelmente só chegarei em casa mais tarde.

– A de hoje foi embora rápido. O que você fez?

Fala, em tom de brincadeira.

– Fiz bem feito.

Gargalha.

– Ai, Théo... Quando você vai tomar jeito?

Ando até a geladeira, e pego uma jarra de suco de laranja.

– Eu estou muito bem. Não tenho nada do que reclamar.

Enquanto sento, ela coloca o café, queijo e pão na mesa, e eu dou um beijo no seu rosto.

Uma doce tentação (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora