Capítulo 15

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Gabriela


A música começa a tocar na sala, e eu termino de me arrumar. Escolhi um vestido preto, com alças finas, e curto. Não sairei pra lugar algum. Pelo menos não pretendo. Hoje só quero me divertir e beber muito. Pelo menos em casa posso me jogar, sem correr risco de pagar mico. Não que eu me importe muito com isso. É o meu dia. Estou longe dos meus pais, e comemorando com amigos. O que me resta é a bebida. Pedi ao Cássio que me deixasse entrar só depois do almoço, pra que eu possa me recuperar da ressaca. Claro que não contei isso pra ele.

Théo veio ontem, e pra falar a verdade, eu gostei do jeito dele me ajudando. Mas o que mal me deixou dormir foi nosso beijo no corredor. Sua boca quente, macia e desesperada pela minha. Senti meus batimentos cardíacos fora do normal. Estava excitada, e louca pra tê-lo entre minhas pernas. Algo nele me deixou perturbada, querendo mais.

É, Gabriela... Você está ficando doida mesmo!

Sim, eu sei que ele não vale nada. Um envolvimento com um homem igual ao Théo pode ser perigoso demais. Não tenho a mínima vontade de ser usada e descartada como qualquer uma, mas também não estou a fim de relacionamento. Quero sexo. Bom, e isso ele está bem disposto a me oferecer.

Só quero aproveitar minha noite sem pensar nas consequências. Se tiver de ser, será. Amanhã eu sigo minha vida normalmente. É somente mais um. Não é?!

Eu espero que sim.

Calço os sapatos, e passo uma maquiagem leve. Confiro meu celular mais uma vez. Recebi outra mensagem do meu pai me felicitando. Hoje eles me ligaram às seis da manhã. Queriam ser os primeiros a me dar parabéns. Conseguiram. Os dois são uns amores e muito carinhosos comigo. Apesar da minha mãe nunca deixar de me dar um baita de um sermão. Conversamos por mais de uma hora no telefone. Eu entendo sempre a preocupação dela, mesmo ficando incomodada com os exageros. Estou com saudade dos dois. Logo mais encherei os dois de beijos. Só preciso de uma folga.

Apareço na sala, e Luiz e Malu me abraçam juntos. Esses dois eu conheço há muito tempo, e amo o carinho que sentem por mim.

– Parabéns, nossa maluca favorita!

Os dois falam juntos, me fazendo sorrir.

Malu me entrega uma embalagem de presente, e eu abro empolgada.

– Uau!

Um par de sapatos vermelhos. Eles lembraram que eu vi uma mulher no bar que estávamos há semanas atrás, e que eu fiquei babando nos seus sapatos.

– Vocês são os melhores!

Dou outro abraço apertado neles.

– Seu amigo que estava com a gente ontem não vem?

Malu pergunta, e Dalila olha de imediato.

– Que amigo? O Théo?

Concordo.

– Um amigo que por sinal, é um gato. Pelo amor de Deus!

Malu suspira eufórica. Olho pra ela, e gargalho.

– Calma, Gabi. Sei que ele é seu, e eu não fico de olho no namorado das minhas amigas.

Isso eu sei. Malu é uma pessoa incrível.

– Mas isso não me impede de achá-lo lindo. Desculpa!

Impossível alguém não achar isso.

Passo o braço pelo seu ombro.

– Théo não é meu. Não é namorado, nem nada desse tipo.

– Pode até ser que não, mas pelo jeito que ele olhava pra você enquanto distribuía sopas, poderia ser bem mais.

Uma doce tentação (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora