Théo
– Um vídeo pornô! Era só o que me faltava! Quando me falaram, nem pude acreditar.
Meu pai grita pra quem quiser ouvir.
– Os empregados da casa não precisam saber disso, pai.
Falo, sentado na sua cadeira. Apoio meus pés na mesa, e espero que termine mais um dos seus sermões.
– Você tem noção do estrago que isso pode fazer na sua carreira futuramente?
– Não, até porque não pretendo ter uma. Não no ramo da política.
Ele passa as mãos no cabelo tingido de preto, escondendo seus fios brancos.
– Théo, você precisa de responsabilidades. Precisa ter algo pra se ocupar.
– Eu sei. Na hora certa procurarei algo. Mas nesse momento, estou em fase de curtição.
Meu pai puxa a cadeira e senta na minha frente, do outro lado da mesa.
– Você curte sua vida desde os dezoito. Já tem vinte e nove. Sua mãe não gostaria de ver isso.
Olho para a foto no porta retrato na mesa. Eu e minha mãe, quando eu tinha quinze anos, dois anos antes de ela morrer num acidente de carro. A Soraia não se incomoda por ver fotos dela espalhada pela casa. Também pudera, ela não se importa com o meu pai.
– Ela não gostaria de ver o senhor casado com uma mulher igual a Soraia.
Ele levanta de uma vez fazendo a cadeira arrastar no piso, produzindo um barulho irritante.
– Está mais do que na hora de parar com essa implicância com a Soraia. Quando não é você, é a sua irmã. Superem isso.
– Não parou pra pensar porque nós dois não gostamos dela?
– Sim. Ciúmes. Sempre gostaram de ser o centro das minhas atenções. Já pedi mais de mil vezes que parem com isso. Eu gosto dela, e ponto final. Vocês dois são péssimos exemplos pra me julgarem. E não é a minha vida que está em discussão nesse momento.
Levanto, ajeitando minha roupa.
– Pai, eu estou bem com minha vida. Tente relaxar e reparar no que acontece ao seu redor. Tenho que ir.
Antes que eu saia, ele me chama.
– Não vai fazer nada pra excluir esse vídeo?
Dou de ombros.
– Não há nada o que fazer. Eliza publicou, e eu não tenho como provar que foi ela.
– Tente não trepar na frente de uma câmera, e evite esse tipo de situação.
Nesse momento, Soraia entra na sala.
– Olá, Théo!
Ignoro e olho para o meu pai.
– Recado anotado. Boa noite!
Olho meu celular e vejo a mensagem do convite para a noite na boate Amsterdã. Uma boa pedida pra hoje.
Chego à boate sozinho. Hoje não estava a fim de sair, mas como recebi o convite, resolvi dar uma volta. Poderia estar entre as pernas de alguém nesse exato momento. Mas quem disse que não posso conseguir alguém hoje?
O lugar está lotado, e me encaminho para a pista vip. Logo sou abordado pelo Felipe, um amigo.
– Olha quem apareceu. Resolveu sair do quarto?
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Uma doce tentação (Degustação)
Chick-LitDisponível em ebook na Amazon. Era pra ser só mais uma reunião cansativa sobre assuntos políticos, mas uma mulher atrapalhada, bonita e louca entrou por aquela porta e acabou revirando a minha vida de um jeito bom e louco. Alguém que, de alguma for...