Mais Que Amigos (Completa)

CAPÍTULO 10

júlia entrou, de repente o telefone fixo que ficava na cozinha tocou.
- Oi?
- Oi, Júlia?
- Sim, é ela.
- É o Rodrigo. Senti sua falta.
Júlia ficou em silêncio.
- Rô, quero te pedir perdão por não ter entrado na escola, é que... aconteceu uma coisa com meu amigo, e eu não podia deixá-lo sozinho.
- Sim, eu entendo.Posso te ver hoje?
- Sim. Aqui em casa.
- Que horas?
- Antes das 17h30, pois é a hora que minha mãe chega.
- Tudo bem. Em 20 min. eu tô aí.
Júlia olhou no relógio, era 12h25. Rodrigo desligou.
Júlia subiu pela escada correndo, jogou a mochila na cama e ligou rápidamente para Johnny.
- johnny! johnny!
- Ei, calmaaaaaaaaa!
- Ele me ligou.
- Quem?
- Rodrigo! Ele está vindo pra cá.
- Por quê me ligou pra dizer isso?
- Por quê estou com medo. E alegre e...
- Seu coração tá acelerado?
- Sim.
- Mãos suando?
- Confere.
- Jú, é com grande pesar que digo á você: Você está apaixonada.
- Não tem como. Eu o conheci ontem, é só uma ficada, como você disse.
- Ahaaaam... Se quer assim, tudo bem. VOCÊ ESTÁ AMANDO GAROTA.
Johnny deu uma risadinha.
- Vai se arrumar Jú. E eu vou indo dormir. Tô cansadão. Me conta tudo, e use camisinha.
- Idiota- Júlia riu. - Tá, bom descanço.
- Tchau - Johnny bocejou e desligou.
Júlia correu para o chuveiro, tomou um banho, se secou e correu para o quarto se arrumar, quando ainda de toalha olhou pela janela, viu um carro estacionando em frente sua casa.
''POV: AI MEU DEUS, É ELE!''
Júlia pegou um shorts jeans rasgado, e uma blusa branca tomara que caia, colocou um chinelo, fez um coqui com uma caneta que estava em cima de sua escrivaninha e desceu, ele bateu na porta.
-Júlia abriu.
Ele estava de calça apertada, um tipo de imitação de couro, uma camisa branca e um all star vermelho.
- Você está linda. - Um sorriso saiu dos lábios dele, de canto á canto.
- Você também está muito lindo. - Júlia olhou para baixo, e ele levantou seu rosto.
- Gosto de olhar seu olho. Queria saber que segredos eles guardam que todos os garotos da escola se perdem neles.
'Júlia ficou vermelha de vergonha.
- Entre...
- Obrigado. Que lugar agradavél.
- Quer alguma coisa.
- Seu beijo.
Ele a pegou pelas mãos e a puxou para perto dele. E a beijou. Um beijo que dizia tudo, um beijo que dizia, senti sua falta. Lento e forte.
Ele a soltou.
- Senta-se.
Rodrigo se sentou, e Júlia sentou ao lado dele, e o ficou olhando, pensativa.
''POV: Será que Johnny tem razão? Será que estou apaixonada por ele... Não, não pode ser.'
- Que tomar alguma coisa Rô, quer ver algo na TV?
- Se não for te incomodar, eu queria ver sua biblioteca.
- Bom... Meus livros ficam no meu quarto.
- Ah sim, desculpa.
- Se quiser te levo lá.
- Sim, eu gostaria.
Venha, Júlia pegou em sua mão e olhou nos olhos dele, eles subiram a escada, conversando.
- Olha, eu tenho poucos livros... Não pudê trazer todos...
- Não tem problemas, só quero te decifrar. E os livros que a pessoa lê, diz muito sobre ela.
- Chegamos. É nessa porta.
- Posso abrir?
- Pode.
Ao entrar ele ficou admirado com tamanha arrumação, os livros todos bem organizados.
Ele se aproximou da pequena platileira. E passou os dedos nós titulos, indo e vindo, umas duas vezes.
Ele se virou. E olhou nós olhos de Júlia.
- Te decifrei.
- '' Decifra-me, mas não me conclua, posso te surpreender.''
- Clarisse Lispector.
- Isso!
Ele sorriu. E se aproximou.
- Esperei por tantos anos alguém que fosse como você, olhava em mulheres mais velhas procurando... Mal sabia eu que encontraria tudo o que precisava em uma garotinha de 15 anos...
Silêncio total. Rodrigo se aproximou.
Júlia estava perdida no olhar dele, encantada com cada palavra que saia de sua boca. Júlia não se conteve, e pula em cima dele o beijando, e entrelaçando suas pernas nas costas dele, o fazendo cair na cama. Júlia o beijava com força, com desejo, ela sentia algo forte, como faiscas de fogo saindo dela.
De repente ela para, e o solta.
- O que houve? Fiz algo errado?
- Não, não fez Rô. Sou eu. Eu não posso.
- Tudo bem... Vamos descer.
Rodrigo se levantou, e segurou uma das mãos de Júlia.
- Então, ruivinha, o que vamos fazer até ás 17h30?
- Hmmm, não sei brasileiro, o que gostaria de fazer?
- Vamos ver Harry Potter?
- Vamos! - Júlia levantou os braços como se tivesse ganhado em alguma competição.
Os dois riram.
Júlia coloca o filme, e se deita no colo de Rodrigo, ele solta a caneta de seus enormes cabelos enrolados, e começa a fazer cafuné.
Quando o filme acaba já são 17h25.
- Nossa, já está tarde. Preciso ir meu amor.
- Tudo bem...
Júlia o beija, e o leva até a porta.
Ele dá partida no carro e desaparece na curva;
Júlia sobe até o seu quarto, deita na cama e olha para o teto e pensa em voz alta.
''-Não, eu não o amo, é apenas um desejo, logo passa, Johnny está errado.''
O celular de Júlia tocou.
- Jú?
- Diga Johnny.
- Tô me sentindo sozinho, tô sentindo muito a falta dela... Preciso de você.
- Tá, vou ver se minha mãe já chegou e peço pra ela me deixar ir na praça, se ela deixar, te ligo.
- Tá.
Ela desligou.
- Mãaaaaaaaaaaaaaaaae!- Júlia gritou.
- Que aconteceu?
Júlia saí do quarto e fica parada rente a escada.
- Posso ir na praça encontrar um amigo? Ele está mal, terminou com a namorada.
- Vai filha, mas não demora.
Júlia desceu as escadas correndo, e saiu, batendo a porta.
Júlia pegou o celular e ligou pra Johnny.
- Ei, já tô indo.
- Tá bom.
Ela desligou.
Ela sentou no mesmo banco em que havia dado seu primeiro beijo, e lá ficou até Johnny chegar.
- Oi Jú...
- Oi Johnny. Senta aí.
- Júlia, de repente me bateu uma saudade dela... Uma perto no coração- uma lágrima escorreu dos olhos dele. - Precisava conversar.
- Eu também queria conversar com você.
- Então diga.
- Johnny, eu não estou apaixonada pelo Rodrigo, e eu não quero magoá-lo, sabe como é dificil ouvir ele dizer que me ama, e eu não senti nada? Não consigo ser assim.
- O que quer fazer?
- Quero falar com ele. Quero terminar tudo. Terminar algo que não deveria nem ter começado.
- Está decidida?
- Sim.
- Sabe que isso vai arrasar e destroçar o coração dele, né?
- Sei...
- E mesmo assim quer fazer isso?
- Eu preciso Johnny!
- Eu te apoio, como você esteve do meu lado quando estava precisando, e agora aqui.
Ela o abraçou.
- Você é o meu amigo favorito.
- Eu sou teu único amigo, júlia. - Ele riu e parecia um pouco convencido.
- Ah é... verdade. Você é meu melhor amigo.
- Idem! Vamos ir tomar um sorvete?
- A sorveteria é muito longe daqui?
- Não... É logo ali.
- Tá vamos.
Eles foram andando conversando e rindo, eles esqueceram completamente dos problemas que enfrentariam no dia seguinte.
- Eu quero um milk, e você Júlia ?
- O mesmo.
- Dois Milk's, por favor.
- Toma Johnny, eu pago o meu.
- Não, não, eu pago, eu que te convidei para tomar um sorvete, é justo que eu pague. Okay?
- Tá... tudo bem, macho alfa.
- Auuuuuuuuol. - Eles riram.
- Seus milkshake senhores.
- Obrigado. Pega Júlia.
- Obrigada Johnny.
-Onde quer se sentar?
- Aqui está bom.
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