17 - Dias ensolarados & Recomeço

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Louis

Harry estava finalmente de volta em casa. Eu estava arrumando sua cama quando seu pai o trouxe para cima.

Os antidepressivos haviam sido aumentados visto que ele tentou se suicidar, mas estavam guardados em um lugar que ele nunca viu, por isso não saberia onde esta.

— Prontinho. — disse o pai de Harry quando o ajudou a sentar na cama.

— Obrigado. — Harry agradeceu e seu pai se foi.

Me sentei ao seu lado me inclinando para frente para retirar os sapatos dele.

— Feliz por estar em casa? — perguntei.

— Melhor que o hospital. — comentou subindo para a cama quando terminei com os sapatos.

— Está sol lá fora, o que acha de ficar um pouco no jardim mais tarde?

— Tudo bem. — assentiu acomodando-se melhor na cama.

— Eu vou preparar o seu almoço. — avisei e logo depois sai do quarto.

— Ei. — Gemma me saudou sorrindo quando entrei na cozinha.

— Oi. — murmurei um pouco confuso e tirei o frango da geladeira.

— Você... Pode me ajudar em uma coisa?

— Claro.

— Eu vou terminar com Derek hoje, ele já deve estar chegando... Você pode estar lá? Que dizer, eu...

— É claro que eu posso. Harry foi descansar um pouco, então estou livre por agora. — falei e Gemma pareceu aliviada.

— Gemma. — ouvimos a voz de Derek e ela pulou da cadeira, assustada.

Ela seguiu para a sala e fiquei na cozinha. Eles conversaram baixo e apenas ouvi o grito de Derek.

— Você não pode, não é algo que eu vá deixar. Você é minha namorada, Gemma. — afirmou aos gritos e espiei pela porta, vendo ele agarrá-la pelos braços.

— Para! Eu quero terminar, eu não quero mais! — Gemma gritou de volta e Derek começou a sacudi-la.

Olhei para os lados e agarrei na frigideira ao meu lado que era o que estava mais próximo de mim.

— Larga ela! — mandei e Derek me olhou surpreso por ter alguém ali.

— Gemma, vamos conversar lá fora. — disse soltando-a e Gemma deu dois passos tropeços para longe dele.

— Não tem o que conversar, nós terminamos.

— Gemma. — Derek rosnou o nome dela com raiva.

— Acabou! Agora vá embora, não sabe aceitar um fora? — questionei e o mesmo me encarou.

— Cala a boca e vai cuidar do seu bebezão, vai! — desdenhou e Anne apareceu na sala junto com Desmond.

— O que está acontecendo aqui? — Anne perguntou com um tom de voz irritado.

— Derek não quer ir embora, nós terminamos. — Gemma explicou com a voz trêmula.

— Vamos conversar lá fora, sozinhos podemos nos entender melhor. — Derek murmurou agarrando no braço dela.

— Solta a minha filha, ela disse que acabou. Acabou. Sai daqui e não volte a perturbá-la. — Desmond pela primeira tomava a frente da situação, demostrando o pai que era. — Fora! — rosnou protegendo Gemma, colocando-a por trás dele e pela primeira vez eu vi eles unidos para alguma coisa quando Anne se colocou ao lado do marido para expulsar Derek.

Sorri largando a panela e corri escada acima para contar ao Harry e brequei quando quando não o vi na cama. Olhei para os lados e entrei no banheiro onde ele também não estava. Olhei na sacada e quando já estava preparado para me desesperar o avistei tentando sentar no balanço do quintal.

Como ele havia saído sem ninguém ter visto?

Harry

Acho que depois de meia hora tentando me sentar, finalmente, havia conseguido. Era a primeira vez em anos que saia de casa sem ninguém, mesmo que fosse apenas até o jardim.

Sorri balaçando vagarosamente o balanço. Me lembro de adorar fazer isso quando era criança, claro que não era mais o mesmo balanço, se não ele não aguentaria o meu peso, mas mesmo assim, a sensação ainda era mágica.

Quando eu era pequeno, queria voar. Me lembro de me jogar do balanço quando pegava velocidade e quebrei dois dentes fazendo isso... Eu fui uma criança feliz, um jovem irresponsável e um adulto fútil. Acho que agora era a minha chance de fazer diferente.

Eu precisava reaprender a viver dentro das minhas condições e estava na hora de começar.

— Louis? — murmurei quando ouvi o som das folhas sendo pisadas.

— Fiquei assustado quando não te vi no quarto. — disse e sorri.

— Sempre preocupado. — balancei a cabeça em negação e senti seus braços em volta de mim pelas costas.

— É o meu trabalho, não? — sorriu contra a minha pele e sorri de volta.

— Não sei, é?

Ele riu e recebi um beijo no pescoço.

— Sabe que filme eu comprei? — sussurrou divertido.

— Não...

— A culpa é das estrelas.

— Por que você sempre me ignora? — questionei e ele gargalhou.

— Vou assistir quando chegar em casa, ignorando totalmente o seu spoiler e depois eu vou te ligar.

— Ficarei esperando. — ri em diversão. — Louis...

— Sim?

— Eu... Estarei viajando para Colombo em dois dias.

— O quê? — perguntou e senti seu corpo ficar tenso.

— Vamos tentar um transplante. — comentei. — O Sri Lanka é o lugar mais recomendado. Colombo é a capital de lá.

— Mas... Harry, isso pode não dar certo. Isso pode por você em risco.

— Eu preciso disso, eu só preciso tentar. Por favor, entenda. — pedi e o mesmo me largou. — Louis? Você está aí?

— Estou. — respondeu em tom baixo.

— Você entende? Você pode entender?

— Eu não sei, Harry. Me desculpe, mas eu não sei. — sussurrou e ouvi os seus passos para longe de mim.

Eu tenho esperança e tenho fé de que isso dará certo.

— Eu voltarei, Louis. Eu prometo que voltarei. — sussurrei para o vento.

Esperando que ele pudesse compreender que eu precisava vê-lo.

dark greens ❀ {lwt+hes+mpreg}Onde histórias criam vida. Descubra agora