23 - Recuperação delicada & Visitas surpresas

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Harry

Enfim depois de algumas semanas para poder me recuperar, eu estava em casa. Pela primeira vez em anos eu achava ótimo estar de volta.

— Até que enfim. — ouvi a voz de Louis e meu coração saltou no peito.

Eu ainda estava com o curativo no rosto, ainda não podia ver nada e nem ninguém, mas em duas semanas se tudo ocorresse bem eu tiraria.

— Louis. — murmurei sentindo seu corpo contra o meu quando o mesmo me abraçou e soltei a mão do meu pai, envolvendo o corpo dele com meus braços.

— Nossa, como senti sua falta. — sua voz soou abafada contra o meu peito.

— Eu também senti a sua. — sorri apoiando meu queixo em sua cabeça.

Depois que Louis me ajudou a subir as escadas me sentei na cama ouvindo seus passos pelo quarto e aquele cheiro de perfume único que sempre o acompanhava.

— Então... E aquele cara do jantar do seu pai? — sondei e Louis riu.

— Está bem. Thomas está ótimo, vai lá em casa quase todos os dias.

— Para o que? — questionei ajeitando-me na cama.

— Nós vamos ao cinema, às vezes saímos para comer besteiras na praça quando não está tão frio. Somos apenas amigos.

— Sei. — sussurrei e senti sua mão em meu ombro.

— Está com ciúmes?

— Obviamente.

— Que bonitinho. — disse e notei a diversão em sua voz enquanto ele escorregava em cima do meu corpo e sorri involuntariamente segurando-o para não cair da cama.

— Você precisa mesmo ter amigos?

— Preciso. — disse e suspirei. — E você precisa ser menos inseguro.

Mudando de assunto, falei:

— Eu estou ansioso para te ver, muito ansioso. — confessei passando a mão em seu rosto.

— E se você me achar feio demais para você?

— Sem chance. — sorri sentindo seu rosto próximo ao meu.

— Tem certeza? — perguntou deslizando seus lábios nos meus.

— Absoluta.

Louis

Já eram quase cinco da tarde quando acabamos nosso terceiro filme. Passamos o dia grudados um no outro, embolados na cama matando a saudade. Eu realmente sentia falta desses momentos. Harry dormia calmamente e o admirava analisando com atenção seus traços perfeitos do maxilar até o seu queixo.

— Dora, você não deve entrar assim sem pedir. Isso é falta de respeito. — ouvi a voz de Anne e me levantei calmamente da cama logo em seguida saindo para fora do quarto.

No meio da sala havia uma loira bonita, de lábios carnudos, olhos azuis, roupas elegantes e alta. Bem mais alta do que eu.

— Eu quero vê-lo, eu já disse. — afirmou a loira segurando com firmeza sua bolsa de marca famosa.

— Ele está acordado? — Anne perguntou olhando para mim e balancei a cabeça em negação. — Viu? Ele está dormindo, você não pode ir.

— Vou apenas olhá-lo. — encerrou passando por mim e Anne, ignorando as advertências da mãe de Harry e subi logo atrás dela.

Dora abriu a porta do quarto de Harry onde o mesmo permanecia dormindo serenamente, ela caminhou fazendo o menor barulho possível com seus saltos até a ponta da cama.

— Ele continua bonito. — sussurrou passando os dedos no rosto de Harry e me remexi desconfortável.

— Isadora, vamos descer. — Anne pediu com firmeza.

— Ele perguntou por mim? — questionou com os olhos marejados descendo a mão para o seu peito desnudo.

— Não. Você sabe, namoraram por três meses e você o deixou quando ficou cego, ele parou de se importar com você. — disse Anne amargurada.

— Mas eu voltei e agora posso reparar o meu erro.

— Receio que não, Isadora. — disse e a mesma olhou para nós aumentando ainda mais o meu desespero em tirar aquelas mãos de cima dele, mas as palavras dela me deixaram ainda mais fulo e a vontade de atirá-la pela janela apareceu de repente de forma crescente.

Isso não podia ser sério. Não agora.

— Eu o amo, Anne. Eu o amo.

dark greens ❀ {lwt+hes+mpreg}Onde histórias criam vida. Descubra agora