Capítulo 235- perdôo

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"Você com esse cabelo preto, sorriso sem jeito.."

Narração Sofia*

Eu sentia que o chão sobre os meus pés haviam sumido.

Sabe aquela sensação estranha de que talvez você não aguente mais? Aquela sensação de querer desabar a qualquer momento? Ela estava ali, presente em mim e eu realmente não aguentava mais nada que a vida pudesse fazer comigo, porque de tanto ser machucada , teve uma hora que eu já não sentia mais nada,

Eu tive forças para continuar falando com a pessoa do outro lado da linha, mas assim que desliguei o celular eu perdi as forças, eu Me levantei e abracei forte o Luan ,

Luan: o que aconteceu Sofia?

Sofia: meu pai se matou noite passada.

Eu disse chorando em seu peito, eu sei que ele era um monstro, sei que fez muita coisa errada mas ele era o meu pai, eu querendo ou não.

Sofia: eu fui tão cruel com ele, tão fria.

Luan: não sinta culpa, você não teve nenhuma.

Sofia: ele me deixou uma carta, será que você pode ir comigo busca lá, eu sinto que não vou conseguir enfrentar isso sozinha.

Luan: claro meu amor.

"Eu fico com a Luna filha, vai lá."

Eu me levantei e sai de mãos dadas com o Luan em direção ao carro.

Nos não demoramos a chegar, ao contrário , foi bem rápido, eu e Luan entramos apenas por alguns minutos para pegar a carta, o advogado que estava cuidando do enterro e do velório perguntou se eu iria comparecer e eu disse que não

Voltamos ao carro e eu abri a carta com o Luan ao meu lado.

"Sofia...filha
Se está lendo isso é porque eu não estou mais vivo e talvez seja melhor assim , eu errei filha e eu gostaria muito de dizer que fiz escolhas erradas na minha vida mas eu que quis, não vou dizer que estou arrependido porque eu não estou mas eu quero que você saiba que o mais próximo de sentimento que tive talvez tenha sido por você nesses últimos dias, você me fez pensar no que eu estava perdendo e bom, não da pra voltar atrás. quero que você possa me perdoar algum dia. "
Ass. Seu pai.

Eu li isso e então talvez tomei uma decisão precipitada mas eu sai do carro e voltei a entrar naquele lugar horrível, eu pedi pra ver o corpo do meu pai e me autorizaram, eu só conseguiria ter paz depois que o visse.

E eu o vi, deitando em uma maca coberto por um lençol branco.

Sofia: eu te perdôo pai. Eu te perdôo.

Me retirei da sala depois de dizer aquelas palavras a ele e fui embora com o meu coração em paz.

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