War Zone - Fear The Walking Dead ( Season 2) || Lexark||Completa✔

Capitulo 14

Elyza não queria soltar Alicia,elas passaram por tantas coisas durante a jornada que o medo de perdê-la foi grande. Por um longo tempo na cama a loira passou a meditar sobre todo o ocorrido desde que levara uma facada certeira no abdômen,em sua mente veio George a maluquice de todos os pesadelos que lhe rondaram meses e lhe mostrou onde exatamente foi ferida,os pesadelos? Esses não a tormentam mais pelo menos desde que seus olhos fecham descansando o corpo,um alívio.

Seu choro parecia aquele guardado por anos,a mãe que a abandonou,o pai que morreu,as drogas que usou,as brigas com Ethan,o olhar desprezível de Alicia e a morte de George aquela que ela não queria ter causado de maneira alguma. Seus olhos fechados contra os cabelos da morena,os braços firmes em volta de Alicia. Uma garota totalmente quebrada diante de Alicia.

— Elyza…. — Ben hesitante aproximou-se,o rapaz trocou olhares com o garoto responsável em abrir o portão pedindo calma. — Christopher Manawa precisa deixar o acampamento.

— Precisamos ir. — Travis disse mais alto para que a loira pudesse enfim soltar a enteada.

— Não... — Balbuciou a loira. Alicia suspirou olhando para mãe por cima do ombro de Elyza.

— Elyza….

— Me escutem. — Pediu a loira elevando a voz de maneira que atenção de todos fosse diretamente para ela. — Christopher será absolvido.

Os murmúrios começaram,absurdo dito pela superior que está perdoando a quem quase lhe tirou a vida. Manawa mais novo a encarou estático,o rapaz não estava acreditando no que acabara de ouvir. Em passos lentos e algumas caretas ela chegou até Christopher sustentando olhar no dele,talvez o intimidando um pouco.

— Matei sua mãe,pois o pedido veio dela. Alicia me perdôo por matar o pai dela,eu preciso perdoar o que me fez.

— Elyza… — Ben aproximou-se da loira,sim absurdo é o que passava pela cabeça dele. — Ele quase tirou sua vida,como pode simplesmente perdoá-lo?

— Todos lutam para sobreviver. — Em nenhum momento deixou de observar Christopher. — E deixá-los lá fora é jogá-los para morte,minha ordem é que fiquem.

Ben apertou os lábios e suspirou ao notar os olhares descrentes de todos naquele acampamento,olhares que apontavam o descontentamento de todos diante da ordem da superior. Com sua carabina ,Ben se colocou ao lado da garota que deu a ordem.

— Eu apóio. — Disse ele em voz alta.

— Alguém vai contra meu pedido? — Nenhum diálogo contraditório,Elyza voltou sua atenção para Christopher. — Está absolvido do que fez Christopher Manawa,e sabendo que preza pela segurança de seu pai não irá sair por aquele portão por orgulho.

Chris balançou a cabeça assentindo. Não queria que ninguém sofresse as consequências de seu próprio ato covarde.

— Tudo bem? — Questionou Ben ao notar a loira respirar fundo.

— Dor! — Curvou com a feição carregada de dor. Alicia logo passou o braço nos ombros da loira sustentando seu peso. — Preciso deitar.

— Deveria ter ficado na cama. — Alicia acabou repreendendo a loira arrancando um riso dela.

Madison e Travis tiveram uma troca de olhar sugestiva. A mulher apontou para o jovem Manawa que ficou em seu canto sem nem mesmo saber para onde ir. Travis se aproximou e apanhou a mochila do jovem rapaz espalmou amigável a mão no ombro de Chris logo o guiando para a cabana em que foi instalado desde que chegara.

— Quer conversar? — O pai receoso perguntou,recebeu um negar com a cabeça. — Bom…. Estarei por ai caso queira conversar.

Deixou a cabana e aliviado soltou uma lufada de ar. Abraçou a mulher que estava em seu caminho,Madison sentiu-se aliviada afinal teria tantas preocupações em manter-se viva por sua filha e a proteger de tudo que lhe fosse perigoso.

— Só queria que isso tudo acabasse. — Confessou ela abraçada ao seu companheiro. — Não aguento mais isso.

— Não podemos mudar nada,mais podemos nos adaptar a isso. — Ele a segurou pelos braços na intenção de fazê-la olhar para ele. — Juntos lutaremos,vamos correr juntos,gritar juntos,chorar juntos,sorrir juntos e talvez morrer juntos. — A mulher sorriu o beijando. — Eu te amo ok?

— Eu também. — Murmurou contra o peito do homem o abraçando forte.

Elyza deitou na cama com cuidado,a insuportável dor a fez franzir a testa e respirar várias vezes pois até o respirar a fazia sentir a maldita dor. Diana não deu sermão ou algo do tipo,levantou a camisa de sua filha constatando que nenhum ponto foi solto.

— A dor foi causada por esforços. — A mulher entregou a filha um comprimido e água. — Isso fará sua dor passar.

— Isso me fará dormir? — Questionou com o pequeno remédio de cor branca na palma de sua mão,Diana apenas assentiu. — Não quero mais dormir.

— É para seu bem. — Alicia carinhosa disse,apanhou o pequeno comprimido e o colocou na boca da loira. — Agora descanse.

— Só não vá embora. — A garota praticamente implorou temendo que a morena fosse sair do portão para fora e nunca mais voltaria.

— Não vou a lugar nenhum.

Alicia passou a velar o sono de Elyza. Perto da porta uma presença inesperada pela morena,Alicia olhou para Christopher questionando ele com olhar o do por que estar ali,no canto da janela do lado de fora Ben com sua arma e atenção em Christopher qualquer movimento suspeita seria uma bala certeira em sua nuca.

Com as mãos nos bolsos e ombros encolhidos ele deu mais alguns passos lentos até chegar a Alicia e Elyza. Olhares feios ele ganhou da parte de Samara,Diana e Haley. Diana e Haley decidiram sair deixando apenas Samara para observar o estado de saúde de Elyza.

— Tudo bem? — A pergunta partiu do latino ainda receoso numa distância boa.

— Semanas nessa cama na luta contra a morte,acredita que ela teve uma parada cardíaca? Acredita que a cura feita por Haley e Diana não era 100% confiável? — Chris desviou olhar da morena furiosa para a loira adormecida. — Você teria feito nossa cova Chris.

— Não pedi para ninguém ir comigo.

— Seu pai não lhe deixaria sozinho e minha mãe não iria ficar sem Travis. — Suspirando o rapaz passou as mãos no rosto. — Qual seu objetivo em ter vindo aqui?

— Pedido de desculpa. — Voltou a posição de indefeso e assustado. — Errei,quase a matei, mais ela não nos deixou ir.

— Chris…

— Eu achei que seria fácil para mim matando-a e consequentemente esquecendo a dor de ter perdido minha mãe, sempre ao fechar os olhos eu via nitidamente seu corpo caindo sobre a areia e Elyza com a arma apontada em direção a minha mãe.

Ele deu a volta ocupando o banquinho de madeira,apoiou os cotovelos nas coxas e juntou as mãos tendo olhar vagando pelo chão.

— Eu consegui atingir ela,mais depois de semanas trancado em uma sala escura onde apenas meus pensamentos eram minha companhia vi o rosto da minha mãe em desapontamento pelo que fiz. — Os resquícios de lágrimas começaram a aparecer chamando atenção de Alicia. — Em sonho ela me desprezava pelo que fiz,em pensamentos eu ouvia sua voz dizendo " Não filho,isso não foi certo."

— Sônia era uma pessoa incrível, ela queria seu bem.

— Eu sei,pelo menos agora. — Sorriu,observando Elyza naquela cama dormindo. — Quando ela acordar irei conversar,não irei atacá-la fique tranquila.

— Chris… — Chamou o rapaz que parou com a mão já na maçaneta. — Isso é bom,reconhecer um erro e tentar concertar ele, seja qual for a gravidade.

Um sorriso fraco desenhou-se nos lábios do latino,balançou a cabeça e então se retirou do local deixando Alicia a cuidar da sua loira.

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