Capítulo 14

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No dia seguinte só pela manhã já havia fumado uns três cigarros, estava nervosa, sabia que Hayley estava furiosa comigo e que talvez nem quisesse me ver. Mas mesmo assim fui até a lanchonete aonde ela costumava tomar café da manhã e fiquei esperando ela no estacionamento. Pra minha surpresa ela saiu aos risos com uma garota, e aquilo me deixou um pouco desconfortável. Quando pensei em ir embora já era tarde e ela já havia me visto.

- Taylor... - indagou quase num sussurro.

- Será que poderíamos conversar? - perguntei um pouco sem jeito.

- Eu vou indo, nos vemos mais tarde. - interferiu a garota selando a bochecha da Hayley e saindo andando.

- Quem é ela? - perguntei automaticamente.

- Uma amiga da faculdade, sobre o que quer conversar? - debateu.

- Sobre nós. - respondi.

- Vou ser sincera com você Taylor, se continuar do jeito que está nunca irá existir "nós". - isso foi como uma facada em meu peito.

- Sei que fiz merda, só tenho feito isso, merda... - tentei dizer.

- Realmente. - interrompeu-me- Você só vai se dar conta disso quando perder todos a sua volta.

- Eu já não tenho ninguém. - murmurei.

- Está sendo egoista, tem sua irmã, tem Victória, tem a mim. - ela respirou fundo - Mas se não se cuidar, sinto muito até isso irá perder.

Desviei o olhar e peguei minha carteira de cigarro, na tentativa de tirar um Hayley pegou tudo da minha mão e atirou na direção do lixo acertando em cheio.

- Para de fumar essa porcaria, não vê que essas coisas estão acabando com você? Não estou te reconhecendo. - ela cruzou os braços.

- Para onde está indo? - desconversei.

- Pra casa. - respondeu.

- Vamos, eu te levo. - disse pegando as chaves do carro no bolso.

- Não Taylor, eu vou sozinha... Obrigada. - ela deu um meio sorriso.

Hayley aproximou-se e selou meu rosto pegando no cantinho dos meus lábios e saiu andando. Respirei fundo e entrei no carro, sai cantando pneu e fui para casa, ao chegar no portão fui invadida por fotógrafos e jornalistas que rodearam meu carro. Esperei que o portão se abrisse e entrei rapidamente, os seguranças tomaram a frente e impediram que alguns deles entrassem.

Sai do carro e coloquei o capuz, entrei às pressas em casa e logo fui surpreendida por Victória que mantinha em mãos uma revista e ao lado dela o advogado do meu pai.

- O que está acontecendo aqui? - perguntei fitando os dois.

- A gente ia perguntar a mesma coisa Taylor. - ela aproximou-se e me entregou a revista.

"Taylor Smith seria agora frequentadora de uma das bocas de tráfico mais perigosas de Londres? O que o Sr Smith acharia disso se ainda estivesse entre nós? Teria ela capacidade para dar continuidade nos negócios do pai?" isso estava estampado na capa, e havia uma foto minha entrando no lugar onde Hayley me encontrou.

- Eles não podem... - tentei dizer.

- Eles podem sim Taylor, podem tudo, estão em toda parte e você já deveria saber disso antes de dar uma dessa. - interrompeu o advogado - Você quer acabar com as empresas do seu pai é isso?

- Claro que não. - me defendi.

- É o que parece, sinto lhe informar, mas enquanto isso não mudar você não vai poder assumir as ações. - revelou.

Que Sorte a Nossa (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora