Capítulo 17

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Com o primeiro dia de fisioterapia descobrimos que eu havia acomodado demais na cadeira, pois quando a doutora foi mexer nas minhas pernas eu senti um pouco de dor e ela disse que se eu realmente estivesse paraplégica não devia estar sentindo nada. Então eu vi que realmente foi um milagre sair viva desse acidente e com um problema que pode ser resolvido. Isso me deu até ânimo para continuar tentando, mas resolvi tentar em outro lugar com pessoas mais experientes no assunto e profissionais, pagaria uma nota, mas quero um resultado rápido.

Estava dando uma volta com Hayley pelo parque, quando de repente fotógrafos e jornalistas nos cercaram. A quantidade flashes que invadiam nossos rostos estavam me deixando cega, além de estar confusa com tantas perguntas.

" Como aconteceu esse acidente Taylor, você estava bêbada? "

"Essa aí é sua namorada?"

" É verdade que você estaria possivelmente mentindo a respeito da sua paraplegia?"

- É mentira sim! - gritou um rapaz em meio aos fotógrafos, comecei a procurar de onde aquela voz veio.- Ela é uma mentirosa, tudo isso foi pra chamar atenção e eu vou provar pra vocês que é tudo uma farça.

Em um gesto rápido o rapaz saltou entre os fotógrafos e sem que menos esperassemos ele enfiou um canivete em minha coxa sem dó.

- AAAAAAAAAAAAAAAAH!! - soltei um grito rouco ao sentir e em frações de segundos comecei a chorar.

- Viu só, se ela realmente tivesse paraplégica ela não teria sentido dor alguma. - finalizou o rapaz sendo imobilizado por alguns fotógrafos.

- Você está louco? - vociferou Hayley indo na direção dele - Vou enfiar uma dessa em seu traseiro pra ver se sente alguma coisa também seu maluco. - ela deu-lhe um soco na boca, nem parecia a Hayley delicada que conheço, mas ainda estava sentindo aquele canivete queimar em minha coxa.

- Se ela não tivesse nenhum problema com as pernas ela tinha se esquivado. - comentou um dos rapazes - Eu mesmo meteria essa cadeira nas suas costas, alguém chama a polícia?

- Taylor, está tudo bem? - perguntou agora abaixada na minha frente - Claro que não está né, que pergunta idiota, vou chamar ajuda.

- Vamos eu levo ela até o hospital. - Um dos fotógrafos me pegou no colo e me levou até o carro dele.

Hayley veio logo atrás com a cadeira, colocou no porta malas e entrou no carro para que fôssemos ao hospital. Graças a Deus correu tudo bem, mas levei o dia todo naquela porcaria e eu achando que não voltaria para lá tão cedo.

No final da tarde Victória foi nos buscar, logo que cheguei em casa tomei um banho com a ajuda de Hayley e sosseguei na minha cama, ela sentou-se na beirada e ficou horas me fitando.

- Devo ser muito azarada pra me acontecer tudo isso. - olhei para o céu através da porta da sacada ainda na cama - Já pode parar de me castigar eu já entendi, e já aprendi. - resmunguei como se houvesse alguém la em cima me escutando.

- Pelo menos no meio disso tudo tivemos uma boa notícia, se você sentiu mesmo aquele golpe o doutor pode ter dado o diagnóstico errado, ou você realmente teve muita sorte. - contestou Hayley - Seus hematomas estão até melhores, mas ainda está roxa em alguns lugares.

- Você não vai embora agora né? Já são quase 23:00hrs da noite, pode ser perigoso. - desconversei.

- Era só dizer que você quer que eu fique. - ela sorriu - Até porque mesmo se fosse tarde Steban poderia me levar.

- Sendo assim, fica aqui comigo? - lancei-lhe um olhar de cão sem dono.

- Com esse olhar quem resiste? - respondeu sorrindo - Eu só vou tomar um banho tá, preciso muito de um banho depois desse dia exaustivo.

Que Sorte a Nossa (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora