12. A EVOLUÇÃO DO ESPÍRITO

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O processo evolutivo dos Espíritos é um assunto que ainda traz grandes dificuldades de entendimento até mesmo para alguns espíritas mais antigos.

Além da falta de um estudo mais aprofundado acerca do tema, por parte de alguns, esta dificuldade pode ocorrer por causa de um atavismo ainda muito forte, proveniente de doutrinas dogmáticas, e que ainda se encontra muito arraigado em boa parte dos espíritas. Para estes, a evolução espiritual ainda é incompreendida, mal interpretada, ou até mesmo recusada, principalmente quando se trata da questão da passagem do Espírito, ou melhor, do princípio espiritual, pelos reinos inferiores da natureza(mineral, vegetal e animal), até que chegue a fase hominal, quando então passa a ser verdadeiramente um Espírito.

Diante do que aprendemos com os Espíritos superiores e fazendo uso da razão e do bom senso, não poderíamos deixar de entender o processo evolutivo, ocorrendo de outra forma que não fosse à gradativa e constante, com estágios em reinos menos complexos, até chegar no mais complexo, já que a obtenção de experiências e conhecimentos é um processo lento, e que requer bastante tempo de experiências.

A natureza jamais poderia dar "saltos". Isso porque, Deus assim determinou quando estabeleceu as leis que regem toda a criação.

Ele, na sua infinita sabedoria, instituiu que o ser, para chegar à condição de Espírito - assim como nós o somos - necessitaria de passar pelas numerosas fieiras reencarnatórias, e em todos os reinos da natureza, até que, depois de ter adquirido inúmeras experiências, indispensáveis para o seu progresso, pudesse atingir a condição de se tornar Espírito, onde passaria a ter a consciência do "existir", e, consequentemente, ser possuidor da razão, da responsabilidade e do livre arbítrio. Só assim, o princípio espiritual, criado simples e ignorante, poderia se gabaritar para assenhorar-se do ser mais elevado da criação: o Homem.

Nessa nova fase de sua existência, estaria ele incurso na Lei de causas e efeitos e seria assim, unicamente, o artífice de seu próprio destino.

Com a evolução do princípio espiritual, a partir dos outros reinos da natureza, fica mais simples compreender porque nós, que já somos Espíritos, possuímos uma superioridade imensa em relação aos outros seres. Fica mais fácil entender porque nos destacamos tanto em relação a eles não só em inteligência, mas também em relação ao sentimento e a moral. Deus não criou os Espíritos já prontos. Ele os criou fadados a evoluírem. Isso também demonstra que os seres inferiores, também terão a oportunidade de evoluírem. Caso contrário, seria a constatação de que Deus seria "parcial" para com sua criação.

Outra questão ainda de difícil aceitação, por também boa parte dos espíritas, é a que trata da condição de Jesus ser um Espírito que também foi criado simples e ignorante, assim como todos nós, e que, através das várias etapas reencarnatórias, tenha chegado à condição de Puro Espírito. Alguns até acham que Jesus é uma criação especial de Deus e que ele sempre foi perfeito.

Esses equívocos, por parte de alguns espíritas, fazem parte de uma realidade tão óbvia, que quase sempre, essas pessoas preferem se abster de falar do assunto para não se comprometerem ou para não reconhecerem o próprio erro. Acreditamos mesmo que a causa principal disso seja o receio de se estar "blasfemando" contra Jesus.

Não é de estranhar que muitos irmãos de outros credos mais antigos, ainda creiam ser Jesus o próprio Deus encarnado, quando aqui esteve conosco, fisicamente falando. Mas, como dissemos anteriormente, tudo isso não passa de preconceitos ainda reinantes na nossa visão a respeito das coisas Divinas, frutos de ensinos deficientes e equivocados, e também de interpretações errôneas.

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IIOnde histórias criam vida. Descubra agora