Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume II

05 - Os Espíritos

            Os Espíritos são os seres inteligentes do universo. Eles são incorpóreos e independentes da matéria. Foram criados por Deus, assim como todas as coisas, e são de natureza imortal, ou seja, a partir de sua criação, são infinitos, não têm mais fim. Prescindindo do mundo corporal, agem sobre ele de forma constante. Eles são de todos os tempos e, sabendo-se que a criação divina é infinita, sempre existiram e jamais deixarão de existir.

Segundo nos informa a Codificação, esses Espíritos são criados simples e ignorantes e, somente através das experiências vivenciadas, seja no plano espiritual ou no plano material, é que eles atingem um objetivo determinado: o da evolução, até que se tornem puros.

Os Espíritos, quando não estão encarnados, ou seja, quando estão sem a roupagem física, habitam o mundo espiritual, como veremos mais adiante e, também lá, realizam atividades, cumprem tarefas, enfim, eles também trabalham com o fim de progredirem e servirem na obra do Senhor, assim como nós fazemos aqui, no plano material. Isto para os que já transitam no campo do bem. Os outros, que ainda se encontram no campo da maldade e do desequilíbrio, vivem em sofrimentos constantes e seus objetivos visam, apenas, fazer o mal a outras pessoas, sejam elas encarnadas ou não, bem como satisfazerem suas paixões inferiores. De qualquer forma, os Espíritos que se encontram no plano espiritual, e que ainda têm que passar pelas expiações e provas, são considerados como Espíritos errantes e, por isso, vivem na erraticidade.

Por serem de constituição diferente do nosso corpo físico – a matéria de que são feitos é muito mais quintessenciada – habitam em uma outra dimensão, um outro plano da vida, entretanto, podem influenciar e interferir na nossa dimensão física.

De acordo com a constituição pela qual são formados, são imunes a qualquer obstáculo de natureza material, e podem irradiar-se em todas as direções, assim como de participar, simultaneamente, de vários acontecimentos, sem nenhum tipo de prejuízo para a própria integridade. Contudo, vale salientar que tudo isto ocorrerá, de acordo com o grau de “maturidade” espiritual, ou seja, de acordo com o grau evolutivo que possuam. Espíritos ainda inferiores, vivem sempre de forma muito semelhante a que tinham quando estavam encarnados. Sofrem com muitas necessidades inerentes ao corpo físico que possuíam, tais como: fome, sede, frio, calor, e tantas outras sensações semelhantes.

Além disso, muitos são os que não conseguem transpor os obstáculos materiais, que ainda caminham com os pés, assim como faziam antes, e também vivem imiscuídos na humanidade encarnada, tentando ainda terem uma vida igual a que tinham antes de morrer.

Os Espíritos possuem vários níveis de conhecimento, ou melhor, vários níveis evolutivos. Eles podem ser agrupados, para um melhor entendimento, em uma espécie de classificação. Existem os imperfeitos; os de nível mediano; os superiores; e os que já atingiram a condição de Espíritos puros. Estes, já gozam de uma perfeição relativa, pois, só Deus possui a perfeição absoluta. São conhecidos também como: serafins; querubins; anjos e arcanjos; tudo de acordo com as várias denominações religiosas, mas, para nós, espíritas, eles são conhecidos como Espíritos puros, pois já se despojaram totalmente das influencias que o elemento material exerce nas outras classes de Espíritos.

Dentro de cada nível, vamos encontrar várias subdivisões, de acordo com a classificação dada por Kardec, porém, tudo isso é uma forma apenas didática, para que possamos melhor compreender que os Espíritos, assim como nós, possuem diferentes graus de evolução.

Os Espíritos imperfeitos, ou inferiores, que transitam no campo da maldade, vivem a nos atormentar, a insuflar em nós seus maus pensamentos e, compactuam com todos aqueles encarnados que se afinizam com eles.

Os Espíritos superiores, assim como os puros, possuem a missão de nos guiar nos caminhos do bem e do amor, nos auxiliando na construção de um mundo cada vez melhor, e auxiliando aqueles que ainda se encontram no desequilíbrio a retornarem ao caminho da paz e da harmonia.