14. A IMORTALIDADE DA ALMA

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A compreensão da imortalidade da alma, que é um dos pontos basilares do Espiritismo, é de importante relevância para aqueles que estão iniciando na Doutrina Espírita.

A respeito desse tema muitas questões existem que, para muitos, não há respostas satisfatórias. Dentre as questões que poderiam se apresentar, formularemos aqui as principais que seriam: A morte é o fim de tudo? Será que realmente algo sobrevive após o decesso? Se sobrevive, qual será o seu Destino? Para onde irá o ser após a morte?

Para que o leitor possa estudar afundo sobre essa questão, sugerimos a leitura da obra: O Céu e o Inferno, de Allan Kardec. Entretanto, iremos fornecer aqui, neste capítulo, alguns subsídios para melhor situá-lo sobre o tema.

No livro: Obras Póstumas, de autoria também de Kardec, ao tratar sobre a vida futura, ele nos apresenta as seguintes alternativas:

1ª. Segundo a doutrina materialista:

O Nada ou Niilismo - do lat. nihil, nada - significa ausência de toda a crença. Como a matéria é a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. Os adeptos do materialismo incentivam o gozo dos bens materiais, dizendo que quanto mais usufruirmos deles, mais felizes seremos.

Essa doutrina é a mais perniciosa que existe, pois que, certo de se extinguir após a morte, nada impede que o homem siga o caminho do mal e se torne uma ameaça para si e para o próximo.


2ª. Segundo a doutrina panteísta:

O Panteísmo – do grego pan, o todo, e Theos, Deus – significa absorção no todo. De acordo com essa doutrina, o Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da morte, à massa comum. As consequências morais dessa doutrina são semelhantes às do materialismo, pois ir para o todo, sem individualidade e sem consciência de si, é como não existir. Para alguns Panteístas, o indivíduo ao retornar ao mundo espiritual, não perderia sua individualidade de imediato, pois o mesmo teria ainda que progredir até atingir um grau mais elevado, onde então se reintegraria no Todo Universal. Isso seria ainda pior, pois, de que adiantaria progredir se no final o ser perderia a sua individualidade?

3a. Segundo a doutrina Deísta:

O deísmo compreende duas categorias bem distintas de crentes: os deístas independentes e os deístas providencialistas.

Os primeiros creem em Deus; admitem todos os seus atributos como criador. Deus, dizem eles, estabeleceu as leis gerais que regem o Universo; mas, uma vez estabelecidas, essas leis funcionam por si só e aquele que as promulgou de mais nada se ocupa. As criaturas fazem o que querem ou o que podem, sem que ele se inquiete. Não há providência; não se ocupando Deus conosco, nada temos que lhe agradecer, nem que lhe pedir.

Os que negam qualquer intervenção providencial na vida do homem são como crianças que se julgam muito ajuizadas para se libertarem da tutela, dos conselhos e da proteção de seus pais, ou que pensam não deverem estes ocupar-se mais com eles, desde que os puseram no mundo. Sob o pretexto de glorificarem a Deus, demasiado grande, dizem, para se abaixar até às suas criaturas, fazem dele um grande egoísta e o rebaixam até ao nível dos animais que abandonam suas crias à Natureza.

Essa crença é resultado do orgulho; é sempre a ideia de que estamos submetidos a um poder superior que fere o amor-próprio e do qual procuram eximir-se. Enquanto uns negam absolutamente esse poder, outros consentem em reconhecer-lhe a existência, embora condenando-a à nulidade.

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IIOnde histórias criam vida. Descubra agora