Como vimos no capítulo anterior, que trata da criação do universo, não podemos, pelo menos por enquanto, saber quando Deus começou a criar. Contudo, sabemos que tudo o que Ele faz é perfeito, e hoje, graças ao nosso pequeno progresso evolutivo, e também graças as informações trazidas pelo mundo espiritual superior, podemos compreender que Ele, ao arquitetar tudo isso, estabeleceu leis que pudessem reger toda a Sua obra.
Não seria difícil para nenhum de nós entender que, num universo incomensurável como esse, cuja harmonia e perfeição ressalta ao nosso olhos, existissem leis que dirigissem, determinassem e organizassem tudo isso. Caso contrário, o caos predominaria.
Essas leis criadas por Deus, fazem parte de todo o Seu projeto divino. Elas são imperiosas e jamais poderão ser derrogadas, pois que são leis imutáveis, justas e sábias, não podendo nenhuma criatura modificá-la ou mesmo ignorá-la.
Assim, de acordo com o que os Espíritos superiores nos ensinam, as leis Divinas são perfeitas e possuem o propósito de manter a harmonia e a ordem de todas as coisas.
De acordo com a classificação do mundo em que vivemos – no nosso caso um mundo de provas e expiações - precisamos, além das leis Divinas, das leis criadas pelos homens – nem sempre justas e sábias – para que possamos manter a ordem e a disciplina. Infelizmente, quanto mais atrasado é um povo, mais duras devem ser essa leis para conter tanta inferioridade. Contudo, nos mundos superiores não há mais a necessidade das leis humanas, pois, como os seres que neles habitam já atingiram um grau de evolução bastante elevado, eles se guiam, de forma natural, apenas pelas leis de Deus, já que, nesses mundos, todos já amam a Deus e a seu próximo como a si mesmo, e todos já são conscientes de seus deveres e direitos.
Em virtude de sermos habitantes de um mundo ainda inferior, por sermos ainda inferiores, é claro, fica evidente que muitos são os que se rebelam contra as leis humanas e também contra as leis de Deus.
Muitos ainda têm uma grande dificuldade para entender e respeitar as leis, de maneira geral, em virtude de não possuírem, ainda, um estado de consciência do que sejam direitos e deveres; do que seja verdadeiramente a liberdade. Além disso, podemos acrescentar também, como não poderia deixar de ser, a total falta de vivência do Evangelho de Jesus.
No que se refere as leis de Deus, provavelmente a que mais é ignorada, ou desconhecida, ou mal interpretada, ou até mesmo tudo isso junto, seja aquela que está muito relacionada conosco, pois depende exclusivamente de nossos atos. É aquela que talvez nos chame mais a atenção; a que mexa mais com nossas vidas; é a lei de causa e efeito. Dela, trataremos de forma mais detalhada no capítulo trinta e três.
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As leis Divinas são bastante flexíveis e, ao contrário do que se possa imaginar, permitem que nos movimentemos até com certa liberdade, dentro de um limite estabelecido. Seria como um vasto espaço que Deus nos concede, de forma que, para nós, esse limite de liberdade possa nos parecer infinito, com possibilidades para fazer o que quisermos, embora jamais possamos ultrapassar as medidas que determinam esse espaço.
No tocante ao entendimento das leis, se faz necessário diferenciar as que são Divinas das humanas. Vejamos em seguida algumas definições e aspectos sobre leis:
A expressão lei, em sentido lato e técnico, pode ser compreendida, segundo o Aurélio, como uma obrigação imposta pela consciência e pela sociedade.
De acordo com a Doutrina Espírita, classificamos as leis como humanas ou divinas(também chamadas de leis naturais).
As leis humanas são as criadas pelos homens, sendo imperfeitas e mutáveis como os seus próprios criadores. Já as leis divinas são as leis de Deus, eternas e imutáveis como o próprio Criador.
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Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume II
EspiritualTodos os dias, nas Casas Espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos, interessados no conhecimento do Espiritismo. Curiosos uns, desesperados outros, enfermos aqueloutros, porém, todos eles, de uma forma geral, são carentes e necessitados da...