06 - Classificação dos Espíritos

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No capítulo anterior fizemos uma ligeira introdução acerca da classificação dos Espíritos. Aqui, detalharemos melhor essa classificação, utilizando-nos para isso das informações dadas a Allan Kardec.

Para aqueles que estão iniciando no Espiritismo é importante saber que, nenhum de nós, após a morte do corpo físico, nos tornaremos diferentes daquilo que somos. Não seremos melhores nem piores. Seremos simplesmente: nós mesmos. A morte não transforma ninguém. Ela apenas possibilita a mudança de plano dimensional. Só isso.

Como os Espíritos nada mais são do que os homens que agora se encontram sem a sua “roupagem física”, natural que também os encontremos nas mais variadas classes, da mesma forma como se encontravam quando estavam encarnados. Dentre eles existem os sábios, os ignorantes, os que transitam no bem, os que se encontram ainda no mal, enfim, tudo da mesma forma como é aqui, na vida física, onde encontramos pessoas das mais diversas ordens e classes. Daí, é sempre bom repetir: Nós não deixamos de ser aquilo que somos, quando “vivos”, simplesmente porque voltamos a nossa condição de Espíritos desencarnados.

Para um melhor enriquecimento sobre esse tema, iremos mais uma vez, transcrever as informações contidas em “O Livro dos Espíritos”, por elas serem mais concisas e sem a necessidade de algum acréscimo para o nosso entendimento.

Os Espíritos forneceram a Kardec, uma espécie de escala, contendo uma classificação, digamos, didática, para que pudéssemos ter uma noção mais aproximada, porém nunca generalizada, de como eles se encontram dentro do processo da evolução moral. O leitor irá perceber que, é difícil saber, com exatidão, em qual grupo podemos nos enquadrar, pois cada um deles, pode conter algo que se identifique conosco. Isso mostra que essa escala não tem nada de definitiva; até porque, diante da natureza humana, não se pode fixar isto ou aquilo.

Vejamos a escala:

Escala Espírita

100. Observações preliminares: A classificação dos Espíritos é baseada no grau de seu adiantamento, nas qualidades que adquiriram e nas imperfeições de que ainda devam se livrar. Essa classificação não tem nada de absoluto. Cada categoria apenas apresenta um caráter nítido em seu conjunto, mas de um grau a outro a transição é insensível e nos extremos as diferenças se apagam como nos reinos da natureza, nas cores do arco-íris, ou, ainda, como nos diferentes períodos da vida do homem. Pode-se formar um número de classes mais ou menos grande, segundo o ponto de vista de que se considere a questão. Ocorre o mesmo com todos os sistemas de classificações científicas: esses sistemas podem ser mais ou menos completos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos para a inteligência, mas, quaisquer que sejam não mudam em nada as bases da ciência. Assim, os Espíritos interrogados sobre esse ponto puderam variar no número de categorias sem que isso tenha consequências. Armaram-se alguns contestadores da Doutrina com essa contradição aparente, sem refletir que os Espíritos não dão nenhuma importância ao que é puramente convencional. Para eles, o pensamento é tudo. Deixam para nós à forma, a escolha dos termos, as classificações, numa palavra, os sistemas. Acrescentamos ainda esta consideração, que jamais se deve perder de vista: é que entre os Espíritos, assim como entre os homens, há os muito ignorantes, e nunca será demais se prevenir contra a tendência de acreditar que todos devem saber tudo só porque são Espíritos. Qualquer classificação exige método, análise e conhecimento profundo do assunto. Portanto, no mundo dos Espíritos, aqueles que têm conhecimentos limitados são, como na Terra, os ignorantes, incapazes de abranger um conjunto para formular um sistema. Só imperfeitamente conhecem ou compreendem uma classificação qualquer. Para eles, todos os Espíritos que lhes são superiores são de primeira ordem, sem que possam apreciar as diferenças de saber, capacidade e moralidade que os distinguem entre si, como fariam entre nós um homem rude em relação aos homens civilizados. Mesmo os que têm capacidade de fazê-lo podem variar nos detalhes, de acordo com seus pontos de vista, principalmente quando uma divisão como esta não tem limites fixados, nada de absoluto. Lineu, Jussieue Tournefort proclamaram, cada um, seu método, e a botânica não se alterou em nada por causa disso. É que o método deles não inventou as plantas, nem seus caracteres. Eles apenas observaram as semelhanças e funções com as quais depois formaram grupos ou classes. Da mesma maneira procedemos nós. Não inventamos os Espíritos, nem seus caracteres. Vimos e observamos. Nós os julgamos por suas palavras e seus atos e depois os classificamos por semelhanças, baseando-nos em dados que eles próprios nos forneceram.

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IIOnde histórias criam vida. Descubra agora