04 - O Universo

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No capítulo 18, quando falamos sobre a criação Divina, demos uma ligeira pincelada a respeito do universo. Neste capítulo, iremos tratar do mesmo assunto, agora de forma mais detalhada, e trazendo para nosso auxílio o que os Espíritos nos informaram na codificação a respeito do tema.

Como pudemos observar, de acordo com alguns cientistas: cosmólogos, físicos, astrônomos, astrofísicos etc., o universo teve seu início a mais ou menos quinze bilhões de anos, por meio de uma grande explosão, graças a concentração de matéria quente e condensada. Essa explosão recebeu o nome popular de big bang.

Segundo essa teoria, após essa extraordinária explosão, o universo foi se expandindo e, consequentemente, dando origem a todas as coisas que conhecemos até os dias atuais.

Os Espíritos elevados, ao tratarem deste assunto, informaram a Kardec que o universo é infinito, e não poderia ser de outra forma, diante de tudo o que observamos acerca dele, embora saibamos o quanto nos é difícil compreender algo que não tem fim. Eles também informaram a Kardec que, o momento exato da criação do universo ainda é desconhecido.

Na obra, A Gênese, no capítulo VI: Uranografia Geral, ditado pelo Espírito Galileu, e utilizando a mediunidade de Camille Flammarion, vamos encontrar uma excelente definição sobre a infinitude do universo, ao se referir a extensão do espaço universal. Vejamos o que noz diz Galileu:

“Espaço é uma dessas palavras que exprimem uma ideia primitiva e axiomática, de si mesma evidente, e a cujo respeito as diversas definições que se possam dar nada mais fazem do que obscurecê-la. Todos sabemos o que é o espaço e eu apenas quero firmar que ele é infinito, a fim de que os nossos estudos ulteriores não encontrem uma barreira opondo-se às investigações do nosso olhar. Ora, digo que o espaço é infinito, pela razão de ser impossível imaginar-se-lhe um limite qualquer e porque, apesar da dificuldade com que topamos para conceber o infinito, mais fácil nos é avançar eternamente pelo espaço, em pensamento, do que parar num ponto qualquer, depois do qual não mais encontrássemos extensão a percorrer.

Para figurarmos, quanto no-lo permitam as nossas limitadas faculdades, a infinidade do espaço, suponhamos que, partindo da Terra, perdida no meio do infinito, para um ponto qualquer do Universo, com a velocidade prodigiosa da centelha elétrica, que percorre milhares de léguas por segundo, e que, havendo percorrido milhões de léguas mal tenhamos deixado este globo, nos achamos num lugar donde apenas o divisamos sob o aspecto de pálida estrela.

 Passado um instante, seguindo sempre a mesma direção, chegamos a essas estrelas longínquas que mal percebeis da vossa estação terrestre. Daí, não só a Terra nos desaparece inteiramente do olhar nas profundezas do céu, como também o próprio Sol, com todo o seu esplendor, se há eclipsado pela extensão que dele nos separa. Animados sempre da mesma velocidade do relâmpago, a cada passo que avançamos na extensão, transpomos sistemas de mundos, ilhas de luz etérea, estradas estelíferas, paragens suntuosas onde Deus semeou mundos na mesma profusão com que semeou as plantas nas pradarias terrenas. Ora, há apenas poucos minutos que caminhamos e já centenas de milhões de milhões de léguas nos separam da Terra, bilhões de mundos nos passaram sob as vistas e, entretanto, escutai! em realidade, não avançamos um só passo que seja no Universo. Se continuarmos durante anos, séculos, milhares de séculos, milhões de períodos cem vezes seculares e sempre com a mesma velocidade do relâmpago, nem um passo igualmente teremos avançado, qualquer que seja o lado para onde nos dirijamos e qualquer que seja o ponto para onde nos encaminhemos, a partir desse grãozinho invisível donde saímos e a que chamamos Terra. Eis aí o que é o espaço!

Continuando ainda, com a narrativa de Galileu, observemos o que ele ainda nos relata acerca do universo:

Existindo, por sua natureza, desde toda a eternidade, Deus criou desde toda eternidade e não poderia ser de outro modo, visto que, por mais longínqua que seja a época a que recuemos, pela imaginação, os supostos limites da criação, haverá sempre, além desse limite, uma eternidade — ponderai bem esta ideia —, uma eternidade durante a qual as divinas hipóstases, as volições infinitas teriam permanecido sepultadas em muda letargia inativa e infecunda, uma eternidade de morte aparente para o Pai eterno que dá vida aos seres; de mutismo indiferente para o Verbo que os governa; de esterilidade fria e egoísta para o Espírito de amor e vivificação.

Primeiros Passos na Doutrina Espírita - Volume IIOnde histórias criam vida. Descubra agora