Capítulo 8

106 5 1
                                    


Coloquei Lorde para tocar no radio e zarpei cidade adentro, a viajem ate a fazenda poço fundo é muito longe, eu sabia da demora toda para chegar, mas estava disposta, indo de carro ao menos a noite posso sair na cidade vizinha para me divertir.

Quatro horas depois me encontro na estrada de terra próximo a fazenda de meus avós, andei mais uns trinta minutos no meio do mato e enfim avistei a porteira, a fazenda não tinha mudado nada, a entrada era cheia de trepadeiras , formava um túnel de tão entrelaçadas que eram as plantas.

Assim que estacionei minha avó levantou sua cabecinha branca da cadeira, seu sorriso iluminou seu rosto já castigado pelo tempo, senti uma dor no peito, sou uma péssima neta mesmo, tanto tempo se passou e eu não vim os visitar.

Desci do carro e antes de chegar na cadeira minha avó já tinha levantado.

- Heleninha minha neta quanta saudade.

A abracei forte, não sabia que estava com tanta saudade assim.

- Benção minha vó. – meus olhos estavam marejados de lagrimas pela emoção de reencontra-la.

- Deu te abençoe minha filha, venha vamos ver seu avô.

Ela me puxou para dentro da casa, chegando no quarto ele estava deitado na cama dormindo, minha avó ia o acordar mas não deixei, coitado, sempre gostou de dormir depois do almoço.

- Quando ele acordar eu vou estar aqui vó, deixe-o dormir.

- Você vai ficar aqui? – seus olhos brilharam de expectativa.

- Vou vó. – a acalmei. - estou de férias, vou ficar uns dias aqui com vocês.

- Sabrina vai gostar de saber que você vai ficar aqui coitada, tão jovem e só sabe ficar aqui com a gente.

Sabrina é uma de minhas primas, mas como não mantenho contado com ninguém quase que nem me lembrava dela.

Fomos para cozinha e minha avó me empanturrou de coisas para comer, já não estava aguentando ver nada na minha frente.

Assim que acabei de tomar um suco natural de uva a porta da cozinha se abriu.

-Helena? – Sabrina, não me recordava muito dela, era loira, mas um loiro mais escuro que o meus, seus olhos eram da mesma cor dos meus, mas seus olhos eram menores que os meus, e ela tinha mais bunda do que eu, mesmo com o vestido surrado dava para ver a sombra da bunda no chão. – O senhor ouviu minhas preces, alguém normal para conversar. - Ela veio até mim e me deu um abraço. – como você esta bonita.

- Obrigada, você também não esta nada mal. – Eu a encarei de cima a baixo.

- Não brinca com minha cara. O que te fez vir parar neste buraco?

- Vim ver a vovó mais o Vovô, não sabia que você estava morando com eles.

- Pois é alguém tem que cuidar deles, meus pais não podiam vir por isso deixou este trabalho em minhas mãos sabe.

- Vou deixar vocês conversando vou me deitar um pouco.

- Pode ir vó.

Ela saiu em direção ao quarto, e Sabrina me olhou com expectativa.

- Não to acreditando que você veio até agora. – ela ria de orelha a orelha.

- Pois é, nem eu estava acreditando até hoje cedo.

Sabrina encheu minha cabeça de falatórios, eu ate que gostei me fez esquecer os problemas que deixei para trás.

- Voce é muito calada, não acredito que não tenha nada para falar. – ela me acusava de ser calada, mas na verdade eu sempre fui muito fechada, não gostava de contar minhas coisas para qualquer um.

Alma GemeaOnde histórias criam vida. Descubra agora