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Acordei moída, mas com um sorriso maravilhoso na minha frente, Humberto estava sentado na cama me observando, provavelmente tinha acabado de chegar.
- Bom dia meu amor. - Eu o abraço e desato a chorar, de saudade e dele e de meus avós. - Estou aqui a gora, esta tudo bem, venha vamos tomar um banho comigo.
Entramos no banheiro e fazemos amor calmamente, talvez pra muito não fosse hora para isso, mas para nós é uma forma de carinho e consolo, nossos corpos juntos saram até um machucado da alma.
Após nos saciarmos um do outro saímos do banho e vestimos nossas roupas, descemos as escadas e Henrique e Sabrina já está nos esperando.
- Os corpos já chegaram. – Henrique avisou.
- Vamos tomar café primeiro, depois nós vamos, Sabrina tem que se alimentar.
Tomamos café e fomos.
Ao chegarmos à igreja ela estava cheia, não pensei que encheria tanto, as pessoas da fazenda estavam, e outras que eu nunca havia visto, fiquei feliz por eles terem tantos amigos, no canto distante de todo mundo Samanta e seu marido, eu não fiz questão de ir até eles e nem Sabrina foi.
Meus amigos todos foram me apoiar, Dona Helena e seu Antonio, Fernando, me senti reconfortada por ter todos ao meu lado.
Foi horrível todo o velório, à tarde fomos para o cemitério fazer o enterro e essa foi a pior hora, Humberto não saiu de perto de mim hora nenhuma, e Henrique também não largou Sabrina vez ou outra olhava para sua mãe para ver a reação dela, mas estava indiferente, ela não chegou perto dela hora nenhuma, que mãe é essa? Agradeço a Deus por ter tido uma mãe abençoada como a minha.
Após o enterro agradecemos as condolências das pessoas que vieram se despedir deles, no final Samanta veio até nós, Sabrina manteve o olhar baixo.
- Quando ia nos contar que esta grávida?
- Nunca.
- Como assim Sabrina nunca? Eu e seu pai temos direito em saber.
- Se você fosse presente saberia.
Ela vira as costas e vai embora, Henrique a acompanha e eu faço o mesmo, meu braço é puxado.
- De quantos meses ela esta?
- Se sua filha não quis te falar, não vai ser eu que vou.
Tiro sua mão do meu braço e vou embora.
Peço Sabrina para ficar lá em casa até o casamento, mas Henrique não quer deixar a fazenda sozinha, disse que tem que cuidar dos animais e fazer as colheitas e plantar mais.
Despeço-me deles e vou tomar um banho, estou cansada com os olhos pesados de tanto chorar, entro no banheiro e Humberto esta debaixo do chuveiro entro e fico abraçada a ele, deixando a água cair em nós, nos lavando do dia cansativo de hoje.
Saímos do banheiro e vamos direto para a cama.
- Como você esta com tudo isso? – Humberto esta agarrado a mim.
- Estou indo, não é fácil, mas é a vida.
- Quer mudar a data do casamento?
- Não, vai ser semana que vem mesmo.
Dormimos coladinhos um no outro, seu cheiro e seu calor me mantêm segura e me faz esquecer meu sofrimento.
Estou com meus avós e meus pais na campina onde eu mais gosto no sitio, estamos todos alegres e sorridentes, minha mãe faz carinho em meus cabelos e minha avó me serve chá, o dia esta lindo, um sol maravilhoso, meu pai e meu avô conversam sobre os animais do sitio, mas de repente vem um vento e varre todas as coisas ao meu redor, a chuva começa a cair e começo a ficar desesperada meus pais estão indo embora e meus avós também, mas eu não consigo me levantar, algo me segura no chão, eu grito para eles me esperarem, mas eles não me escutam apenas sorriem e acenam para mim.
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Alma Gemea
عاطفيةHelena é uma jovem universitária bonita e determinada, com a morte dos pais se aproximou da família de seu amigo Fernando. Fernando é louco por ela desde que a conheceu, mas ela só o vê como amigo. Um acidente na família faz com que o irmão...