Capítulo 3

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Eu já estava pra La de Bagdá com as bebidas, e Fernando e Erika não estavam diferentes, os dois agora dançavam coladinhos, e por incrível que pareça não senti ciúmes. Comecei a passar mal, e resolvi me afastar, gritei no ouvido de Fernando que ia ao banheiro e ele só balançou a cabeça.

Fui ao banheiro joguei água no meu rosto e virei uma panda, a maquiagem foi por água a baixo, mas não me importei o calor e a zonzeira estava muito forte, passei toalha para tirar a maquiagem sem espalhar no rosto inteiro. Passei na cozinha e enchi um copo com água.

Mãos me apertaram a cintura me pressionando contra a pia, levei um susto e mais uma vez ao virar-me encontro com aqueles olhos azuis. Humberto me avaliava, e naquele momento o que eu mais queria eram seus lábios nos meus, a sensação dele perto de mim era única. Ele me olhava como se eu não fosse de vidro, diferente de Fernando que sempre me via como a sua princesa.

- Esta passando mal? – Ele avaliava meu rosto, balancei a cabeça em afirmativa. - Quer que eu te leve para casa?

- Eu quero ir aonde você for. – tapei a boca automaticamente, puta merda, não acredito que soltei essas.

Ele me olhou com uma cara de safado, chegou seu rosto mais para perto do meu, seu cheiro era maravilhoso, senti arrepios só com sua proximidade.

- sinceramente você não gostaria de ir aonde penso em ir com você. – e mordeu minha orelha, soltei um gemido involuntário, eu estava me transformando em uma pervertida, será que é a bebida?

- A é? – o encarei. – E aonde você gostaria de me levar?

Ele me deu um tapa no traseiro, que ousado.

- Um dia quem sabe te levo. – ele deu as costas e começou a andar, mas o puxei de volta, dessa vez ele não iria me deixar sozinha.

- Um dia nada eu quero agora. – eu o puxei para mais perto e o beijei, ele se afastou e olhou bem na minha cara.

- Eu acho melhor você não fazer isso.

- E porque não? – e estava muito petulante com ele.

- Porque eu tenho certeza que amanha você vai se arrepender de tudo o que fez, eu vou ficar sendo o irmão que quer roubar a namorada do irmão, e eu já estou cansado disso.

Eu o olhei e senti pena dele, seu olhar ficou distante, como se lembrasse de algo, mas minha vontade de beija-lo não passou, só aumentou.

- Mas eu te quero. – Prossegui com minha sinceridade pós-alcoólica.

- No momento é o que você quer, mas depois não vai ser. Acho melhor eu me afastar de você.

- Como assim. – já me desesperei.

- Você não entenderia, é muito complicado.

Ele foi embora a passos largos me deixando com esta incógnita, eu o queria mais que tudo, e ele partiu me deixando sozinha.

Voltei para a pista de dança e descontei minha raiva em Fernando, o puxei e o beijei, mas o beijo não era intenso, seus braços nem tão poucos eram tão fortes como o dele, Humberto, este nome pairava em minha mente.

Fernando se empolgou e chamou um taxi para irmos pra casa, fomos para o apartamento dele, assim que chegamos ele me jogou no sofá da sala e começou a me beijar, agora com mais intensidade que o normal, suas mãos me apertavam tentando aproximar mais de mim, senti seu membro me roçando e imaginei Humberto. Fiquei excitada com a imaginação, e mesmo sabendo que estava errada continuei, eu sabia que ia me arrepender no outro dia, mas por agora só queria me saciar.

Alma GemeaOnde histórias criam vida. Descubra agora