Sob a cama, o ranger do piso em contraste ao lento arrastar de garras afiadas se movendo ecoava rispidamente. Podia ouvir sua pesada respiração e um leve rosnar, estava com medo, não conseguia dormir. Preso dentro de meu refugio sob os lençóis apenas fitava seus olhos vermelhos que brilhavam na escuridão através do reflexo no espelho.
A porta do guarda roupas estava entreaberta, uma pútrida mão transbordava para fora com seus dedos ressequidos e unhas quebradas amostra, no ar o cheiro de carne podre, novos olhos recaiam furtivamente sobre mim que estava apenas a encolher-me em silêncio.
Logo ao lado na cama, algo havia deitado. Pude sentir o peso afundar nas colchas. Pânico, queria apenas correr mas meu corpo dizia para não mover-me, a respiração estava ficando pesada porém não podia deixar-me transparecer quaisquer som.
Desviando o olhar para teto tentando me desvencilhar de tantos infames, sou acometido por mais um ser de olhar vago e penetrante. Uma mulher estava deitada no teto, estava encarando-me com orbitais vazias, parecia triste.
Fechei os olhos, tinha que fugir deles, dos meus monstros o maximo que podia. Quando abri-os de novo em alguns minutos, nada mais havia. Apenas a penumbra e o relógio mostrando a madrugada silenciosa.
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Diário de Gravuras
Short Storypequenos e singelos poemas que faço apenas pelo livre arbítrio de uma degustação própria de minhas reflexões assim como demais textos. Crônicas e as vezes outrem.