A loucura de uma criança psicótica

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Sozinho num dia chuvoso. A mercê da mesmisse diária que acompanhava-me corriqueiramente, o vulgo tédio. Nada mais que isso.

Andando pelos gélidos corredores emersos em densas penumbras, acabei por perder-me como numa praia vazia em meio as ondas. Algo desesperador, mas também, contraditoriamente emocionante.

Correndo com os pés despidos nas frias lajotas de mármore, eu ria de forma sapeca no silêncio da calada madrugada quebrando quaisquer males escondidos nas formas inaudíveis. Não havia o que temer, a lucidez se deixara para que que a loucura emergisse, enchendo de alegria e sutileza o auto devaneio, a auto sabotagem.

Como num labirinto de armadilhas, barulhos estrondosos se propagavam ecoando pelos arredores similares a retumbantes rugidos. Monstros furtivos se levantavam, porém medo não existia. Ainda mais alto ria eu, enquanto as luzernas das paredes se quebravam ao mesmo tempo que as lâmpadas oscilavam.

Passos pesados de dezenas pés rigidos ecoavam pelos corredores. Seres brancos saiam das portas ao redor. Uma pequena brincadeira de pegar. Acelerando, corri até chegar numa porta ao final do corredor imaginando-me numa pista de corrida. Rapidamente entro nela a fechando. Acabo por mergulhar num novo corredor penumbrante, este porém, vazio. Sem perder tempo acelero novamente, formas brancas se formavam pelas portas escancaradas. Não havia tempo para olhar. A porta fora arrombada logo atrás

Um segundo se passa e uma criança cai apagada no chão. Seres brancos a erguem levando-a revolta ao recinto acolchoado amarrada em uma camisa inibidora. Ela dormia profundamente com um tímido sorriso estampado.

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