o garoto solitário do parquinho

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Um dia nublado se derramava pela cidade como um tsunami cinzento, estava frio com leves brisas que traziam consigo o doce aroma do inverno e folhas secas que jazem na terra. Não haviam pessoas pelos corredores de ruas silenciosas que mesmo em plena manhã de domingo pareciam inundados por uma grossa penumbra, um dia de domingo sombrio.
Sozinho num balanço do parquinho agitava o corpo nas correntes do pêndulo do brinquedo fazendo ecoar leves rangeres  que a muito eram familiares.
Apenas ali, sentindo o corpo ao ar no doce movimento, fitando o dia que era tão igual a madrugada. Como se o mundo estivesse morto e apenas ali permanecendo moribundo eu.
Lumes se fechando e sentindo como se não houvesse nada sob os pés, voando na imaginação enquanto as lágrimas escorriam pelo resto gritando em silêncio um leve suspiro de socorro.

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