A morte de um escritor

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Sete e meia da noite, a chuva corria afora sendo vista caindo e batendo na janela como se quisesse entrar, cantando uma melodia nostalgicamente agradável. E ali eu estava, sentado na cadeira a frente do papel acompanhado com uma xícara de café escaldante ao lado. Podia escrever algo, queria escrever algo, mas nada surgia. Era irônico o fato de que a falta de inspiração podia ser uma inspiração. Finalmente agarrei o papel para iniciar o que se escreve nesse atual texto. Talvez seja paradoxal o eu-lirico passado e o presente atual estarem se mistificando nesta crônica. Contudo , de que vale uma crônica se ela não trouxer os pensamentos do seu escritor. E eu estou escrevendo-a tanto presente como o lirico para dizer que apenas estou morrendo. Talvez seja uma das últimas crônicas e talvez esse não seja uma crônica, mas uma carta dramática que adquiriu tom melodico abruptamente durante uma passagem a outra, também é uma contradição alguém normalmente delicado como eu sempre fora, agora agir de forma abrupta.

Deixando as complicações de lado e assuntos pessoais, essa é a crônica da morte de um escritor. Quem é esse tal ? Quem sabe, afinal não é preciso de uma resposta. É apenas o fato de que escritores são como aqueles pássaros míticos que renascem das cinzas assim que morrem. Nós morremos, mas após um tempo de recuperação, nascemos de novo e novamente e quantas mais vezes forem precisas. Agora é... ( suspiro )... Talvez tenha parecido um final muito de auto ajuda no estilo Auguste Cury, porém é assim que penso. E aqui encerro a crônica dentro da crônica sobre a morte do escritor.

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