Cap. 4

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05/02 ainda na casa de Gus

- Por que você está tremendo? - perguntou ele indo a um cômodo onde seria o seu quarto.

- Quem está tremendo?

- Tem mais alguém aqui além de nós dois? - ele perguntou olhando para os lados.

- Tenho que ir para casa. Vai ficar perigoso para eu ir embora depois, está tarde e frio. - disse.

- Você mora aqui do lado e eu posso te emprestar um casaco.

Apenas concordei com a cabeça, estava com medo de falar algo que não deveria.
Gus sugeriu de ligarmos para o grupo e combinar quando iríamos comprar as coisas. Sim, ele estava levando isso de ganhar as Olimpíadas muito a sério.

06/02

Nós decidimos que hoje de manhã todos iam levar o dinheiro no colégio e depois da aula iriam se encontrar em frente do meu prédio para as meninas irem comprar as coisas e os meninos irem na quadra da cidade para treinar. E assim foi feito Rebeka foi a primeira a chegar, eu estranhei quando a campainha tocou, pois mamãe tinha a chave e não esperava nenhuma visita. Ela me contou que não viu ninguém lá em frente, perguntou para Ed se nós já tínhamos ido e ele a deixou subir. Maria chegou minutos depois com Gus e ele estava lindo, nós decidimos descer e esperar o resto da turma na recepção.
Assim que os meninos chegaram, eles foram para a quadra que fica a dois quarteirões do meu prédio. As meninas chegaram logo depois deles terem saído, confirmamos o dinheiro e fomos.

- Cadê a Mands? - perguntei.

- Ela disse que iria ficar em casa fazendo a playlist. - afirmou Rebeka - E minha tia tem uma loja de uniformes, quem sabe se eu for com vocês ela dá um desconto. Posso ir?

- Ajudaria muito, beka.

Beka deu a quantia necessária de dinheiro para cada uma e fomos para a loja. Mandix não pode vir, pois teria aula de piano, então para ajudar Amanda com as compras, Gabi veio em seu lugar.

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07/02 sétimo dia de aula.

7:00

Hoje eu acordei muito atrasada. Calculando em minha mente tinha 15 minutos para me arrumar e 15 para chegar na escola, então comecei a dividir os horários mentalmente. Tenho 2 minutos para tomar aquilo que chamo de café, 5 para tomar banho, 3 para meu cabelo, 3 para a maquiagem e 2 para o uniforme.
Estava tudo certo até a hora do banho.

- Ah. Fala sério! - disse chutando a porta. - Tinha mesmo que acabar a água bem na hora que vou tomar banho? Isso só deve ser culpa sua, Desastre.

Peguei água da geladeira, esquentei por um instante no microondas e fui escovar os dentes e lavar o rosto.
Fiz minha maquiagem que por algum motivo especial não ficou "apresentável" como deixo. Ficou extremamente forte e borrada, mas eu não tinha tempo para arrumar.
Na hora de pentear o cabelo tive que pegar a escova de mamãe, pois não estava achando a minha. Fui então, por meu uniforme e tinha uma pequena, talvez grande mancha na minha camiseta, mas o Senhor Desastre não ia me pegar de novo. Coloquei meu moletom por cima e fui.
Maria não estava no corredor me esperando, então mandei uma mensagem

Onde você está? 7:16

A um quarteirão do colégio 7:16

Me espere aí onde está! 7:17

Tive que descer pelas escadas, por algum motivo o elevador não estava funcionando. Hoje era realmente o meu dia.

Eu corria, corria muito. Quando eu finalmente consegui chegar onde eles estavam, tive que parar para recuperar o fôlego.

- Você está bem? - perguntou Maria segurando meu ombro.

- S-sim - ainda com falta de ar continuei - N-não.

- Eu vi você correndo, já pensou em ser atleta? - Gus perguntou sério - Sei onde você pode ir para virar uma.

- Sério? - perguntei não botando muita fé - Onde?

- Se chama "Centro de atletismo para lesmas" - Gus diz gargalhando - Vi na internet.

Eu olhei para Maria e notei que ela estava segurando o riso. Ela não vai rir. Ela não vai rir. Ela riu.

- Ah. Sério? Você não tem algo melhor para pesquisar na internet não?

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Era a última aula e hoje seria inglês. Eu adoro inglês e me dou super bem com a matéria e a professora.

- Bom dia, turma - disse a professora - teremos prova surpresa sobre o que vocês aprenderam nesses últimos dias.

Ela vestia um vestido azul com bolinhas amarelas, um casaco enorme marrom e um sapato plataforma vermelho. Eu realmente adorava aquela professora, mas para ser sincera seus gostos era um pouco peculiares.

A prova estava fácil até a última questão. Eu não sabia a matéria. E não, eu não tinha esquecido eu só... O plano de fuga. Eu estava planejando a fuga enquanto a matéria estava sendo dada. Droga.
Tive sorte, pelo menos uma até agora. A questão era de marque X, então ao terminar a prova pude ir direto para casa. Decidi não esperar Maria, porque pela cara dela percebi que ela não iria terminar tão cedo.

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Ao chegar em casa encontro minha mãe na cozinha

- Chegou mais cedo, querida?

- É, foi prova. - disse

- Como foi? Estou fazendo cookies.

- Foi bem, mãe. - fui pegar um de seus cookies que já estava pronto e ela bate em minha mão.

- Não. Esses são para nossos vizinhos.

- Sr. Almir deve ser diabético, mãe.

- Não são do Sr. Almir. São dos nossos novos vizinhos. - disse empolgada. - E você vai levar.

Droga...

DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora