Domingo é dia de acordar duas horas da tarde na minha opinião, mas na de mamãe tenho que acordar cedo. Agora me diz, o que eu vou fazer domingo às nove horas?
Maria está dormindo com certeza. Augusto deve estar acordado porque uma vez ele me disse que costuma assistir um programa que passa nas manhãs de domingo, mas eu não me importo com Augusto.
Estou escutando vozes vindo da cozinha que não consigo reconhecer e nem faço questão, pois estou concentrada olhando para o teto.
Decido levantar depois da terceira chamada de mamãe, ela quer que eu vá receber a visita. Me olho no espelho e noto o quanto acordo acabada, mas eu não tô afim de me arrumar só para receber essa pessoa gloriosa, quem sabe se eu apareço lá assim ela não se assusta e vai embora?
- Bom dia filha - minha mãe fala enquanto serve alguma coisa para Augusto.
Augusto? Tenho duas opções agora, continuar aqui ou correr para me arrumar. Para que me arrumar? Para Augusto? Não.
Estou em minha casa, em meu conforto, tenho direito de andar até pelada se eu quiser.Eu nem tinha com o que me importar, o meu pijama rosa de coelhinhos azuis é lindo, sem contar meu chinelo em forma de oncinha.
Olho para Augusto e ele me encara sem graça, ele parece querer dizer alguma coisa, mas de sua boca nada sai.
- Augusto veio te ver, filha.
- Ah! Que ótimo. Tô aqui e a porta ta ali também.
Minha mãe me olha confusa e eu percebo que ela me fuzila mentalmente. Eu não quero saber se Augusto se importa comigo, até porque se ele se importasse não beijaria a Mands.
Por falar em Mands, meu pai me convidou para ir no shopping hoje à tarde. Eu nem falei para minha mãe e prefiro não falar enquanto Gus estiver aqui, vai que ele me segue.
No fundo eu não me importaria se Augusto me seguisse. Eu ainda gosto dele, mas ninguém precisa saber. Meu orgulho é muito forte para voltar rastejando de volta para ele.
- Ele trouxe torta. - ela disse desvencilhando do assunto - E flores.
- Sim. A torta para sua mãe e as flores para você. - ele continuou.
- Prefiro a torta - dou de ombros.
- Foi meu pai que fez pra ela.
- Tanto faz - falo e olho para minha mãe e ela parece com vergonha.
Agora era só o que me faltava. Minha mãe de amorzinho com o pai de Augusto. Eu não mereço.
Se eles ficarem juntos e se casarem, eu vou ter que morar com Augusto e eu não suportaria isso, mas calma. É só uma suposição, isso não vai acontecer.- Ele é muito generoso - minha mãe diz soltando um suspiro.
Alguém me segura porque eu vou cair morta aqui.
Decido ligar para meu pai perguntando se ele pode me buscar mais cedo, tipo agora e ele diz que sim, que só vai sair do trabalho e vai me buscar. Quem trabalha no domingo, meu senhor.- Mãe, vou sair com meu pai.
- Quando? - ela para de conversar com Gus e se vira para mim.
- Agora. - dou de ombros.
- Mas Augusto ia te chamar pra sair.
- Tarde demais. Se ele quiser pode ir com nós, mas vai ter que tomar cuidado para não sair beijando a Amanda na frente de todo mundo.
Que ideia maravilhosa de chamar Augusto. O que eu tenho na cabeça? Espero que a Mands não vai, porque com certeza ela vai ficar se jogando para cima dele. Eu odeio aquela nojenta.
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Desastre
Teen FictionA vida para Bianca não é nada fácil, ainda mais acompanhada com seu velho amigo Desastre. Diário pessoal (ou não) de Bianca.