Continuação 07/02
Apenas concordei com minha mãe, não queria que ela soubesse o motivo de estar chateada com Gus. Eu sei, talvez seja um motivo meio infantil, mas eu me senti ofendida por ele ter me chamado de lesma.
Estava em meu quarto observando minha parede preta com listras brancas e as fotos que tinha colocado nela uma semana atrás, até que minha mãe me chama.- Está pronto. Você pode levar para mim?
- Claro, mãe. – disse nem um pouco empolgada.
Peguei os cookies e a cada passo meu corpo estremecia. Pensei que não tinha que me importar com o que ele falasse, era só ir.
Ao chegar pensei duas vezes antes de bater em sua porta e então finalmente bato.- Oi – o homem alto que estava em minha frente fez uma cara de quem não estava entendo nada.
- Oi... moro no apartamento ao lado. Minha mãe fez cookies para vocês.
- Ah, claro! Muito obrigado... – ele apertou minha mão e perguntou mentalmente o meu nome.
- Meu nome é Bia. – aperto sua mão de volta. – Bianca.
- Prazer, sou Scott. Muito obrigado mesmo pelos cookies. Quer entrar? – ele olhou para trás e disse – Filho venha cumprimentar nossa vizinha.
- Não precisa, Senhor Scott. Já estou indo. – disse me virando para ir embora.
- Espere, mocinha. Ele vai adorar te
conhecer.- Oi, Bia. – disse Gus ao lado de seu pai.
Ouvir sua voz era o que eu temia.
- Vocês já se conhecem? – perguntou o homem grisalho.
- Estudamos juntos, pai.
- É. Estudamos juntos – eu disse já entrando em meu apartamento.
Ao entrar fui direto para o meu quarto e mandei mensagem para Belly.
Você enviou a lista para o email? 15:00
Você pode enviar para mim? 15:10
Claro. 15:10
Quando estava indo pegar meu notebook ouço o som da campainha, ouço mamãe conversando e vejo que é Mands e seu pai, nosso pai. Mamãe pede para que nós fossemos tomar um sorvete ou ficar lá na portaria conversando com Ed, mas decidimos chamar Maria, ela topou, mas decidiu chamar Augusto (infelizmente). Fomos a praia.
O vento estava fraco e o mar calmo, de longe ouvia-se o som dos pássaros voando e da onda batendo em alguma rocha. Maria sentou-se do meu lado calmamente e perguntou.- O que aconteceu aquela noite?
Olhei para ela.
- Que vocês saíram. – Maria disse – Você e Augusto.
- Só saímos. – dei de ombros – Esquece isso, é passado.
- Você não contou nada para mim.
Eu não contei para ninguém como tinha sido naquela noite, não tinha coragem para dizer a ninguém, eu só queria guardar para mim e fingir que nada aconteceu.
Mands sentou-se ao nosso lado e comentou- O Augusto é um gatinho. Vocês já repararam no bumbum dele? Mas que popô.
Maria e eu nos olhamos e ela queria rir. Maria adorava rir, ela ria de tudo. Podia estar o clima pesado que ela ria.
- Pode rir. – falei.
- Rir do que? – Mands perguntou confusa.
- Desculpa, Mands. Eu sou completamente #teamBigus. - revelou Maria.
- Bi o que? – ela ainda estava confusa.
- Bigus. – eu disse. – Maria criou um shipp para nós.
- Então, vocês estão juntos? – ela perguntou surpresa.
- Não, não. Apenas sinto algo por ele a um tempinho.
- Talvez cinco anos. - disse Maria.
- E ele sabe? – Mands estava muito curiosa.
- Não. – Maria afirmou.
- Sim. – disse e me levantei.
- O que? Quando ele soube? Por que você não me conta mais nada? – Maria me questionava como se fosse a coisa mais importante do mundo.
Sai andando calmamente, deixando as duas sentadas e Augusto que estava no mar.
Quando cheguei em meu apartamento escutei minha mãe e o Sr. Otávio, vulgo meu pai discutirem.- Você vai ter que pagar rindo ou chorando. – gritou minha mãe – Ela ainda é menor de idade.
- Será que os dois podem discutir mais baixo? Consigo ouvir do andar de baixo. – falei indo para o meu quarto. Precisava me deitar. Estava cansada, da minha vida, dos meus amigos e de tudo.
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Desastre
Teen FictionA vida para Bianca não é nada fácil, ainda mais acompanhada com seu velho amigo Desastre. Diário pessoal (ou não) de Bianca.