Cap. 14

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Já se passou uma semana desde o que aconteceu.
Eu não falei com Augusto desde então, também ainda estou me recuperando. Meus amigos vem me visitar para passar as matérias.
Não tinha nem sinal do Lucas e seu amigo Andersom.
Meu pai por algum motivo resolveu ajudar contratando alguém para procura-lo. Ainda não entendi essa reaproximação dele, mas mamãe está bem, então tanto faz.

Aproveitei a manhã para mudar para o quarto de visitas, porque a sacada do antigo dava para o quarto de Augusto.
Mamãe deixou eu pintar as paredes, decidi optar por uma parede vermelha e as outras três preta.
Esse quarto só tem duas tomadas, coloquei minha cama perto de uma e o computador na outra, o espaço que sobrou eu tentei colocar o guarda roupa.

Já desistindo de arrastar ele a campainha toca, logo pensei que fosse Maria, mas me impressionei quando abri a porta. Era Augusto.

- É... – ele diz enquanto olho confusa – Posso entrar?

- Depende. Se você for me ajudar.

- No que? – Ele pergunta e eu faço sinal para ele me seguir.

O levo para o meu quarto e aponto para o guarda roupa.

- Não consegue arrastar, Bia?

- Não deixei você entrar atoa. – Disse enquanto ele arrastava – Cuidado, tem coisas nele.

- Além de mandar ainda é exigente?

- Pessoas como você merece sofrer. – estava me referindo a noite da festa e acho que ele entendeu.

- Um pouco. – terminando de arrastar ele se vira para mim – Maria não pôde vir, então eu vim.

- Isso é notável. Não precisa, peço pra ela vir outro dia.

- Melhor agora porque se não acumula matéria.

- Tá.

Ele me segue até a sala, faço sinal com que ele sente no sofá e ele deseja as coisas na mesinha.

- Matemática? – pergunto.

- Inglês.

- Isso é sério? – olho para ele – Eu não preciso de ajuda em inglês.

- Tá. Matemática?

- Maria passou pra mim ontem.

- Física?

- Essa é da beka. – reviro os olhos – Bom, acho que você não tem mais nada pra fazer aqui.

- Pelo menos você tá falando comigo.

- Não que eu queira.

- Foi ela. Eu juro – ele se refere ao beijo

- Sempre é ela – vou em direção a porta e suspiro – Olha é melhor deixar isso pra lá. Tchau querido.

Ele hesita em sair, mas logo vai pegando suas coisas.

- Isso não vai ficar assim, você vai ver. – ele diz saindo.

-  Vou sim – grito ao ver ele entrar em seu apartamento.

A dor de cabeça era constante em minha vida nesses últimos dias, doía tanto ao ponto de explodi-la, talvez menos, mas dói bastante. Está bem, é indecifrável essa dor que eu sinto.

A campainha tocou fazendo minha cabeça latejar, eu abri pensando ser Augusto, mas Maria me olhava com cara de tédio perguntando mentalmente quando eu iria deixar ela entrar.

Eu tinha até me esquecido que ela prometeu vir agora a tarde para fazermos alguma coisa, ou fazer nada porque quando ela vem aqui a única coisa que fazemos é ficar no celular ou fofocando da vida alheia.

- Como foi sua conversa com o Gus? – ela me pergunta fazendo com que eu engasgue com o que eu estava bebendo.

- Normal – dou de ombros. – Nada demais.

- Voltaram?

- Ele tá com a Mands. – falo sem mais nem menos e fiz com que ela engasgue dessa vez

- Mas... – ela me olha confusa – Que?

- Ele já beijou ela duas vezes quando estava comigo. – disse suspirando – Você acha que ele se importa?

- Ele me disse que foi ela que o atacou.

- Ela é minha irmã. – rebati

- Uma megera também.

- Você tem razão – Maria era um tanto quanto insistente, não queria iniciar uma discussão logo agora. – Vou ir falar com ele sobre isso.

- Sério?

- Não – falei interrogativa – Você sabe que não.

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Agora a pouco minha mãe recebeu uma ligação de meu pai informando que amanhã eu irei almoçar com a família dele. Sabe o que minha mãe fez? Concordou, exato!

Não que eu odiasse completamente a dona Regina, ela é adorável e se minha mãe ouvisse isso, eu me consideraria morta. Mas o grande problema está concentrado na Amanda, que talvez tenha beijado meu ex namorado enquanto namorávamos. E também tem meu pai que me desprezou esses anos todos e agora resolveu me notar.

Sábado. Amanhã, seria um dia de grande desafio e eu não estava nem um pouco a disposição disso tudo, se é que me entendem.

DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora