Cap. 10

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6:30 segunda feira

Levantei, tomei meu café, tomei banho, me arrumei... A rotina de sempre.

Hoje era o grande dia para uns ou um dia normal para outros que no meu caso é um dia normal.

Estava esperando Maria e meu namorado como sempre na porta do elevador, eles demoraram como sempre, mas não chegamos atrasados como sempre.

Chegamos na escola e fomos direto para o pátio como o inspetor orientou, mas fomos barrados por um menino que logo deduzi que era o Marcos Brayam.

- Gente, quero convidar vocês para a minha festa. - Ele entrega o convite e eu vejo o que está escrito.

- Hoje a noite? Sério? - Do convite olhei para ele - É segunda cara.

- Não há dias certos para uma festinha - Ele disse e continuou - É só uma social, vamos. Vai ser legal.

Olhei para Maria e ela concordou, olhei para Augusto e ele disse

- Nós vamos, mas só porque é seu aniversário.

Nos despedimos e fomos para o pátio que estava cheio de alunos, era uma multidão de gente falando, empurrando e soando.

- 1 2 3 testando - A diretora disse e logo fez aquele barulhinho irritante fazendo com que os alunos ficassem quietos. - Pessoal, peço que a todos vão para a quadra em ordem. Hoje a turma que vai jogar é o 9° A e o 1° C.

Os alunos não fizeram nada que a diretora disse. Eles foram eufóricos para a quadra, correndo e empurrando todos pela frente.
Maria e Augusto decidiram esperar para nós não nos machucar naquela multidão de alunos.

Chegamos na quadra e o jogo já havia começado.

- Parece que o 9° tá ganhando em. - Maria comentou.

- Vamos só ver se vai continuar assim. - Augusto a respondeu - Quero pegar eles.

Eu estava concentrada e Augusto me abraçou por trás, só percebi que Lucas disse.

- E aí Gus. - Lucas se virou para mim e eu estremeci, não havia esquecido da tarde anterior. - Oi namorada do Gus e Oi Maria.

- Oi... - Eu disse e Gus percebeu que eu estava diferente.

- Foi só um sonho, relaxa. Eu tô aqui - Ele sussurrou e beijou minha orelha.

- Bem, eu vou indo. Os caras tão me chamando aí. Tchau, galera. - Ele disse indo em direção ao seus amigos e eu agradeci mentalmente.

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- Maria, o que eu compro para o Bray? - Eu disse entrando em meu apartamento.

- Não sei, Bia. - Ela disse - Um DVD da Demi Lovato?

- Demi Lovato? - Eu disse fazendo careta para ela.

- Ele é gay. Qualquer coisa pop ele fica feliz.

- E o que você vai dar para ele? - Perguntei.

- Um CD Cry Baby da Melanie Martinez. - Ela deu de ombros.

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- Augusto está aí. Você já ta pronta? - Minha mãe abre a porta para me avisar.

- Sim, mãe. Pede para ele entrar.

- No seu quarto? Não mesmo. - Ela surta.

- Qual é mãe? Você acha que vamos fazer algo com você aqui?

- Está bem, mas deixa a porta aberta. - Ela diz indo para cozinha e chamando ele.

Me levanto para olhar no espelho. Eu estava com uma saia branca, uma blusa preta e um salto preto. Eu já tinha feito a maquiagem que era o de sempre, mas hoje passei delineador e rímel. E o cabelo eu estava prestes a arrumar quando ouço alguém dizendo.

- Você está linda. - Ele beija meu pescoço e me vira. - Você é linda.

- Obrigada Gus, mas estamos atrasados, deixa eu só terminar aqui meu cabel... - Ele me interrompe e me beija.

- Posso secar seu cabelo?

- Que? - Pergunto surpresa - Desde quando você seca cabelo das pessoas?

- Ah. Eu sempre sequei o da minha irmã quando minha mãe trabalhava, agora posso secar o da minha namorada também.

- Está bem, mas cuidado para não me queimar. - Eu disse me sentando.

Ele estava concentrado em meu cabelo, eu acho que eu nunca tinha notado realmente o quanto ele era lindo em tudo. Eu estava completamente apaixonada.

- Pronto. Vamos? - Ele disse

- Vamos.

Minha mãe disse para não chegar tarde e ter juízo, como sempre.

Ao sair vejo uma linda limousine rosa e vejo Bray saindo dela.

- Oi, eu estou passando pegar todo mundo. - Bray disse.

- Eu nunca tinha andado em uma antes. - Eu disse impressionada.

- Temos a primeira vez para tudo. - Ele disse fazendo sinal para nós entrarmos.

O caminho todo foi percorrido por música alta e bebidas que eu acho que era alcoólicas. Augusto disse para eu relaxar e curtir aquele momento.

Chegando na festa eu percebi que não era uma social como bray tinha dito mais cedo não. Era um puta festão que após entrarmos começou tocar Cool For The Summer da Demi Lovato.

Eu percebi que Maria tinha razão e que ele gostava de Demi Lovato. Eu agradeci, pois meu presente era um CD cujo álbum era unbroken.

- Eu pensei que era só uma social. - Eu gritei para Augusto.

- Amor, relaxa. - Ele disse me arrastando para pegar uma bebida. - O que você quer beber?

- Uma água. - Eu disse.

- Duas vodka, por favor. - Ele disse e eu revirei os olhos. - Só relaxa.

Eu virei o copo e nem me importei se iria fazer cara feia. Eu queria que tudo aquilo acabasse para que eu fosse para minha casa e deitasse na minha cama.

- Vamos dançar. - Gus disse me puxando para o meio da multidão.

- Não faz isso comigo. - Eu disse parando.- Vai você, eu fico aqui com Maria.

- Eu amo você. - Ele grita se perdendo no meio da multidão.

- Ele é um namorado legal - Maria comenta. - Você tem sorte.

- É, tenho sim. - Eu disse bebendo mais um copo de vodka.

Eu nem tinha percebido a hora passar e também não tinha percebido o quanto bebi, eu estava tonta e não aguentava com meu corpo.

Disse para a Maria que iria procurar Gus para que fôssemos para casa e aqui estou eu andando no meio da rua, chorando por ter visto aquela cena.
Augusto estava beijando Mands. Eu não conseguiria acreditar se me contassem, pois era minha meia irmã e meu namorado.

Eu estava arrependida e com frio, minha maquiagem já estava borrada e estava começando a chover quando percebo que um carro para ao meu lado. Era Lucas e algum amigo seu.

- Sozinha? - Ele perguntou apreensivo - Quer carona?

Eu apenas concordei com a cabeça e entrei no carro.

- Nossa, você está péssima. - Ele disse olhando para trás e depois se virou para dizer algo que eu não entendi para seu amigo. - Vamos, beba isso aqui.

Eu bebi, senti tontura, era tanta tontura que não aguentei, deitei no banco de trás e apaguei.

Acordei em uma cama de casal e em um lugar claro, tão claro que eu não conseguia abrir os olhos sem arder.

- Ela está acordando. - Alguém disse.

- Você está bem? - Lucas diz sentando do meu lado da cama.

- Sim. Obrigada, você me ajudou muito, mas eu preciso ir - Eu disse me afastando dele com medo do que poderia acontecer.

- Ah... - Ele choraminga colocando a mão em minha coxa - Nenhuma ajuda é de graça, querida. Não para mim.

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