Capítulo - 2

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O trânsito estava uma loucura, alguns carros quase batendo um nos outros, e tirando as motos que corriam muito, sem nem se preocupar com a segurança deles.

Estava perdida no meu pensamento quando uma moça se sentou do meu lado, e começou a conversar comigo.

- Oi. Tudo bem? - olhei meia estranha com ela, hoje em dia, quase as pessoas não tem educação, e alguém chegar e falar com você, e uma raridade.

- Olá, tudo sim e com você? - sorri de lado, não sabia na verdade o que a moça queria, mas deixei que ela continuasse.

- Tudo sim, graças a Deus! - esperei ela falar mas alguma coisa e vi que o assunto tinha terminado, então só que algumas palavras pra ela não ficar totalmente no vaco.

- Que bom então! - sorri outra vez de lado, e comecei a procurar meu celular na bolsa.

- Você deve está achando estranho, eu vim sentar do seu lado e agora começar a falar com você, assim do nada. - ainda bem que ela percebeu, porque pra mim não tinha se tido algum.

- Pra te falar a verdade, eu achei estranho sim, não é todo dia que alguém chega falando com você! - ela sorriu e afirmou com a cabeça.

- Verdade viu, muitas pessoas perderam a educação, mas ainda existem muitas pessoas educadas. Mas deixa eu me apresentar, sou a Clara, e tenho vinte e um anos e você? - eu não podia falar que não gostei dela, mas ela tinha algo que brilhava, e a deixava muita bonita.

- Sou a Manuella, e tenho dezenove anos, prazer. - sorri com sinceridade, estava sentindo uma coisa, que não conseguia explicar direito.

- Então Manuella, posso te chamar de Manu? - não queria ser mal educada, mas só as pessoas íntimas que me chamavam assim.

- Pode sim claro, mas porque você está conversando comigo? - seu sorriso se abriu ainda mais e logo me respondeu o que eu queria saber.

- Eu te vi aqui no ônibus e queria ser sua amiga, você pareci uma pessoa boa, e eu queria poder te conhecer mais. - aquilo ficava estranho cada vez mais, para mim tinha algo a mais do que isso.

- Ah sim, claro, vai ser um prazer ser sua amiga, mas me conta um pouco mais de você. - ela me olhava de uma forma, que não conseguia explicar, parecia que me conhecia a séculos, mas o que custa dá uma chance para Clara, ela pareci uma pessoa boa.

- Eu voltei para minha cidade, tive que ir embora quando era criança, meus pais não tinham condição, de bancar eu e meus irmãos, e tivemos que ir. Mas agora voltei pra cidade a poucos dias, minha família já está aqui tem três meses, não sei se você conheci a família dos Oliveira. - quando ela disse família dos Oliveiras quase tive um treco, eu trabalhava na empresa dos Oliveiras, e não sabia que eles tinham uma filha. - Meu irmão também veio comigo, aliás foi ele que me convenceu a voltar, não queria voltar, mas seria melhor, me livrar um pouco dos meus problemas. - sabia muito bem o que era por problemas, se eu pudesse fugir claro que eu fugiria, mas infelizmente não podia.

- Sei como é isso, queria poder ter tido a oportunidade de fugir dos meus problemas, mas não teve jeito. - lembrei quando queria sumir da cidade, por causa da minha gravidez.

- Você já sofreu algo muito grave Manu? - o que adianta tentar esconder, todo mundo já sabe mesmo.

- Há alguns meses atrás sofri sim, descobri que estava grávida e muitas pessoas me julgaram e viraram as coisas pra mim. - Clara me olhou com um olhar de pena, mas logo deu a sua opinião.

- Nossa você é mãe? Tão novinha assim. - já estava até acostumada com frases desse tipo, mas não me arrependo.

- Sou mãe, dá princesa mais linda do mundo, todo mundo fala a mesma coisa, mas eu não ligo não, minha filha foi meu melhor presente que eu já podia ter ganhado.

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