Capítulo 8

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HARRY ON*

Eu: Boa noite Sr. George, eu precisava de falar com a Chloe.

Padrasto: Ela não pode falar com ninguém! – Respondeu-me.

Eu: Por favor, é importante!

Padrasto: Espera um pouco, ela já vem.

Eu: Obrigado. – Sorri.

Ele dirigiu-se a uma porta, entrou e fechou-a.

CHLOE ON*

Eu: É mesmo o Harry. – Pensei eu. – Ele só pode ser o meu anjo da guarda.

No momento em que pensei isto, o meu padrasto entra na casa de banho:

Padrasto: Está ali o teu amiguinho! Aí de ti se lhe dizes alguma coisa! Eu vou ter de sair, por isso, bico calado! – Disse, dando-me um estalo.

Saímos os dois da casa de banho e o meu padrasto dirigiu-se logo à porta de entrada e saiu.

Eu: O que queres? – Perguntei ao Harry.

Harry: O que é que se passa? Estiveste a chorar? – Perguntou-me preocupado.

Eu: Não! – Respondi-lhe num tom frio.

Harry: Eu não vou insistir para tu me dizeres o que tens, pois sei que isso não vai valer de nada. Mas estou preocupado contigo, eu quero ajudar-te! Porque não queres ser ajudada?

Comecei a chorar, sentei-me no sofá e baixei a cabeça. O Harry ajoelhou-se à minha frente, levantou-me a cabeça, limpou-me as lágrimas e abraçou-me.

Eu afastei-o.

Harry: O que é que se passa? Já nem abraçar-te posso? – Perguntou-me já com os olhos brilhantes.

Eu: Não Harry, não me faças isto! – Disse-lhe ainda a chorar.

Harry: Mas não faço o quê? – Perguntou-me confuso.

Eu: Eu estou cansada! Estou cansada de enfrentar tudo e todos para nada! Estou cansada das pessoas que se aproximam de mim, para depois a seguir gozarem comigo! Estou cansada de criar esperanças contigo, estou a afeiçoar-me a ti e eu não quero isso! Não quero! – Disse lavada em lágrimas.

Harry: Mas eu já te disse que sou diferente das outras pessoas! Eu não tenho a intenção de me aproximar de ti e depois deixar-te no estado em que estás! – Disse-me com a voz trémula.

Eu: E como é que eu sei isso?

Harry: Apenas confia em mim.

Eu: Mas como é que queres que eu confie? Não achas estranho, um rapaz como tu, em vez de fazer amigos normais, não, faz amizade logo com uma rapariga que é gozada!

Harry: Mas eu fiz amizade contigo, porque eu gostei de ti, da tu maneira de ser, de como tu és! Não consigo explicar, simplesmente gostei de ti e te quero conhecer melhor! Há coisas que não se falam, não se escrevem e não se explicam, apenas se sentem.

Eu: Eu simplesmente não quero sofrer mais, acho que já basta o que eu sofro todos os dias!

Harry: Mas por isso mesmo é que eu quero estar ao teu lado, para te ajudar nos momentos mais difíceis.

Eu: Eu agradeço-te por isso, mas ninguém me pode ajudar! E para além do mais eu não quero criar ilusões contigo.

Harry: Como é que sabes que ninguém te pode ajudar, se tu não me deixas ajudar-te? Criar ilusões comigo, como assim?

Eu: Simplesmente sei. Não quero criar ilusões contigo, não quero afeiçoar-me a ti e depois ires embora e eu ficar novamente sozinha.

Harry: Mas eu já disse que não te vou deixar!

Eu: Desculpa, sou demasiado insegura, para acreditar nisso. – Disse com uma cara triste.

O Harry abraçou-me e eu comecei novamente a chorar.

Eu: Ninguém me compreende, ninguém sabe o verdadeiro eu. Ninguém sabe quantas vezes eu me sentei no meu quarto e chorei, quantas vezes perdi a esperança, quantas vezes eu fui abaixo. Ninguém sabe quantas vezes eu tive que segurar as lágrimas, ninguém sabe os pensamentos que passam na minha cabeça sempre que eu estou triste, e como eles realmente são horríveis.

Harry: Mas por isso mesmo é que eu te quero ajudar!

De repente só ouvi a porta da entrada a abrir. Fiquei super nervosa e comecei a tremer. Eu só sussurrei ao Harry:

Eu: Vai te embora, por favor!

Harry: Chloe, estás a tremer!

Eu: For favor… Vai te embora!

Harry: Eu vou, mas depois vais-me explicar isto tudo melhor! – Disse-me com um ar preocupado.

Passou pelo meu padrasto e saiu.

Padrasto: Ahahah! Coitado do rapaz se escolheu uma pessoa como tu! Ahahah! – Disse-me em tom de gozo.

Eu só me levantei e dirigi-me para o meu quarto, entrei, fechei a porta e comecei a chorar. Fui à minha casa de banho e cortei-me, não consegui evitar, tinha mesmo que o fazer. Desinfetei o corte e fui-me deitar.

Never Give UpOnde histórias criam vida. Descubra agora