Harry: Escusas de negar! O teu padrasto contou-me que tu tinhas ido para casa da tua avó que não estava muito bem, eu compreendo isso, apenas queria que me tivesses avisado, que me tivesses atendido o telemóvel e respondido às mensagens! Mas não… fiquei aqui eu a morrer por dentro sem saber nada de ti! – Disse já com os olhos a brilhar.
Ao ouvir aquilo, percebi que só podia ter sido um plano do meu padrasto para o Harry não ir à minha procura. Apenas cheguei ao pé do Harry e o abracei, deixando também cair uma lágrima. Ele ficou admirado pois não percebia o que se estava a passar.
Harry: Está tudo bem contigo? Passou-se alguma coisa com a tua avó?
Eu: É uma longa história, vamos para outro sítio por favor.
Harry: Vamos até minha casa?
Eu: Pode ser. – Disse colocando os óculos e o gorro.
Harry: Porquê é que estás a por esse gorro e esses óculos? E porque é trazes essa mala às costas? Parece estar cheia.
Eu: Explico-te tudo em casa.
Chegámos a casa do Harry e a mãe dele estava lá, cumprimentei-a e pedi ao Harry para irmos para o quarto dele, para falarmos à vontade.
Harry: Então já me podes explicar tudo?
Eu: Em primeiro lugar, eu nunca estive em casa da minha avó, aliás eu nem tenho avó. – O Harry estava a ficar confuso. – Lembraste de quando estava em tua casa e o meu padrasto me ligou? – Acenou que sim com a cabeça. – Pronto, eu cheguei a casa e o meu padrasto começou a ralhar comigo, porque a diretora da escola lhe ligou a dizer que eu tinha faltado às aulas, ele começou com tretas de que custava ganhar o dinheiro para eu andar na escola e eu passei-me e disse-lhe tudo o que achava, que o dinheiro que ele tinha, tinha-lhe sido deixado pela minha mãe e essas coisas todas, ele passou-se também e deu-me um estalo, tirou-me o telemóvel, o computador e trancou-me no quarto, estive lá sempre até ontem à noite. Estava farta de ser controlada pelo meu padrasto então não aguentei mais e fugi.
Harry: Estou chocado… Então e onde é que ficaste esta noite?
Eu: Pois, fugi e como não tinha onde ficar, fui à praia e acabei por ficar lá.
Harry: A sério? Porque é que não vieste ter comigo?
Eu: Eu estava super magoada contigo, pensei que te tivesses esquecido de mim, todos os dias ficava à espera que tu aparecesses para me dares aqueles abraços que só tu sabes dar e dizer-me que estava tudo bem, pois tu estavas a meu lado. Eu só precisava disso… - Dizia, deixando cair algumas lágrimas.
Harry: Oh meu deus! O que te passou por essa cabecinha! – Disse surpreendido. – Mas eu percebo-te, afinal de contas eu não apareci, mas sabes perfeitamente o porquê disso, eu até achei estranho o que o teu padrasto disse, mas não podia fazer nada, ele disse que tu ias ficar com a tua avó dias indeterminados.
Eu não lhe respondi, não sabia o que dizer mais, apenas olhava para ele e via como ele era perfeito. Ele abraçou-me.
Eu: Tinha tantas saudades destes abraços e destes momentos.
Ficámos assim algum tempo, até que ele se chegou para trás, ficámos uns momentos a olhar um para outro, olhos nos olhos, sem dizer uma palavra. Ele começou a movimentar-se para a frente, cada vez a aproximar-se mais de mim, as nossas caras estavam cada vez mais próximas, estávamos prestes a beijar-nos. *TOC TOC* Ouvimos alguém a bater à porta e depois vimos a mãe dele a abri-la passado uns segundos. Afastámo-nos logo um do outro, estávamos super atrapalhados e acho que a mãe dele percebeu tudo.
Anne: Peço desculpa meninos, vinha só perguntar se a Chloe fica para jantar.
(Respondemos ao mesmo tempo).