Xxx: Calma! – Riu-se. – Eu estava a chamar-te, mas nem sequer olhas-te para trás, calculei que estivesses a ouvir música. – Disse Harry.
Eu: Sim, a música é a minha única companhia.
Harry: Errado! – Exclamou Harry.
Eu: Errado? Então porquê?
Harry: A partir de agora vou ser eu e a música as tuas companhias! – Disse-me sorrindo.
Eu: Harry, posso fazer-te uma pergunta?
Harry: Claro que sim!
Eu: Tu estás mesmo preocupado comigo?
Harry: Claro que estou, senão porque é que “andava” sempre atrás de ti?
Eu: Não sei, mas toda a gente goza comigo, não consigo acreditar como é que um rapaz como tu se preocupa.
Harry: Já te disse que sou diferente das outras pessoas. Um rapaz como eu? Como assim?
Eu: Sim, como tu! Tu és lindo, simpático, divertido, tu és daqueles rapazes que todas as raparigas querem ter do seu lado.
Harry: Ahahahah, nada disso. – Disse Harry, corando.
Eu: É verdade e não digas que não!
Harry: Bem, é melhor mudar-mos de assunto. Não gosto de corar à frente das pessoas. – Disse o Harry na brincadeira.
Eu: Então e já fizeste muitos amigos?
Harry: Não muitos, aqui as pessoas são um pouco parvas.
Eu: A quem o dizes. – Disse com uma cara triste.
Harry: Mas já valeu a pena mudar-me. – Disse-me sorrindo.
Eu: Então porquê?
Harry: Conheci uma rapariga linda! Ela é maravilhosa, mas um pouco insegura.
Eu: Que sorte que essa rapariga tem, por ter captado a tua atenção. – Disse-lhe eu sorrindo, mas na verdade tinha ficado com um pouco de ciúmes, é, eu não sou de ter ciúmes. Talvez seja por ser o meu único amigo.
Apesar de mal o conhecer, ele ontem à noite só com as palavras dele, já me ajudou bastante. Eu tenho medo de me aproximar mais do Harry e que um dia ele se canse de mim, da minha vida, eu não tenho propriamente uma vida fácil e ele pode cansar-se e ir embora. Eu tenho medo de ficar outra vez sozinha, tenho medo do futuro. Afinal, a minha vida é só feita de medos, medos que um dia se podem tornar insuportáveis e se houver um dia que eu não consigo controlar os meus medos e cometa uma loucura? O Harry de certeza que não irá querer ser amigo de uma louca.
Sem dar por mim comecei a chorar, tentei ao máximo controlar-me para o Harry não ver, mas não consegui, então baixei a cara, mas ele reparou. Olhou para mim, pegou no meu queixo com a sua mão e olhou-me nos olhos.
Harry: Está tudo bem pequenina, eu estou aqui! – Abraçou-me.
Quando ele me chamou pequenina lembrei-me do meu pai, ele é que me costumava tratar por pequenina. Tenho tantas saudades dele e da minha mãe, mas eu sei que eles estão sempre aqui comigo, no meu coração. Mas sabem, às vezes é difícil de lidar com as saudades e para tornar tudo pior, existe aquele homem que infelizmente é meu padrasto. Será que ele algum dia bateu na minha mãe? Eu matava-o se descobrisse que ele tinha batido nela. Se soubessem o “nojo” que eu tenho dele.
Continuámos o nosso caminho até chegarmos à escola, eu não podia ver o Harry a ser gozado por causa de mim…