Eu: Esconde-te debaixo da cama. – Sussurrei ao Harry e ele numa fração de milésimos de segundos já se tinha atirado para o chão.
O meu padrasto entrou no meu quarto.
Eu: Não está aqui ninguém, fui eu que tive um pesadelo. – Disse.
Padrasto: Coitadinha, a menina teve um pesadelo! Vê se não fazes barulho, se não vamos ter problemas! – Disse a olhar para mim, tinha um olhar de raiva.
O meu padrasto saiu do quarto e o Harry voltou a subir para a cama, sentando-se ao meu lado novamente.
Harry: O que é que se passa? Porque é que o teu padrasto falou assim contigo? – Perguntou ele.
Eu: Não se passa nada, ele costuma ser assim. – Disse.
Harry: Eu sei que estás a mentir, quando toquei à campainha o teu padrasto disse-me que não recebias ninguém e ele parecia até estar um pouco bêbado e além disso, antes de ele me ir abrir a porta eu ouvi gritos.
Eu: Não estou nada a mentir. – Disse num tom atrapalhada.
Harry: Por favor, diz-me.
Eu: Desculpa, mas não… Eu mal te conheço.
Harry: Podes falar comigo, confiar em mim. Estou aqui se precisares de falar com alguém. – Disse-me.
Eu: Não, ainda não estou preparada para te contar o que se passa.
Harry: Mas podes confiar!
Eu: Não, não consigo, eu demoro muito tempo a ganhar confiança nas pessoas. – Disse eu já com as lágrimas no canto dos olhos.
Harry: Está bem, mas quando estiveres preparada para me contar, eu vou estar aqui do teu lado para te ouvir. – Disse-me Harry sorrindo.
Eu: Obrigada. – Esbocei um pequeno sorriso. - Mas porque é que não gozas comigo, como as outras pessoas?
Harry: Porque simplesmente não sou como as outras pessoas!
Naquele momento quando dei por mim, já o estava a abraçar, estivemos um pouco abraçados mas eu afastei-o de mim, dizendo:
Eu: Desculpa, desculpa, desculpa! Foi um impulso, precisava mesmo de fazer isto.
Ele sorriu e respondeu:
Harry: Não tens nada de pedir desculpa. – Sorriu.
Eu simplesmente sorri e disse-lhe:
Eu: Obrigada!
Harry: Obrigada pelo quê? – Perguntou ele.
Eu: Por me tratares tão bem! – Disse sorrindo.
Ele sorriu também e quando demos por nós, estávamos os dois novamente abraçados.
Eu: Bem, secalhar é melhor ires andando para casa, já é um pouco tarde e os teus pais devem estar preocupados! – Disse-lhe eu.
Harry: Ficas bem? – Perguntou ele.
Eu: Sim fico, amanhã falamos. – Disse, arrependendo-me logo a seguir das palavras que tinham acabado de sair da minha boca. – Se quiseres, claro!
Harry: Se eu quiser? Claro que quero! Porque é que não haveria de querer? – Perguntou.
Eu: Podes ter vergonha de falar comigo publicamente. – Expliquei com uma voz triste.
Harry: Que disparate! – Disse ele. – Eu adoro falar contigo e não tenho, nem nunca vou ter vergonha de falar contigo. – Disse sorrindo. – Bem, então secalhar vou andando e espero que um dia me possas abrir esse teu coraçãozinho! Amanhã vemo-nos! – Ele levantou-se, aproximou-se de mim e deu-me um beijo na testa. – E não te esqueças, eu sou diferente das outras pessoas. – Disse, sorrindo.
Eu: Obrigada, mais uma vez! Quem sabe um dia eu te conte tudo. – Disse sorrindo.
Harry: Não tens de agradecer. – Sorriu. – Bem, até amanhã, então. – Disse indo para a varanda.
Eu: Até amanhã.
Harry: Ah e dorme bem. – Disse Harry já saltando para a árvore.
Eu: Dorme bem também. – Sorri, fechando a janela.
Voltei para a cama e adormeci, a sorrir. O Harry estava-me a fazer bem, mas será que ele está mesmo preocupado comigo? Ou será que ele está a fingir? Não sei em que acreditar, ele por um lado parece que está a ser sincero, mas por outro, não sei, toda a gente goza comigo, porque é que ele não gozaria também?
Acordei e comecei a pensar no Harry, foi estranho acordar e pensar logo nele, mas na verdade ele era a única pessoa que me apoiava (acho eu). Levantei-me, preparei-me e quando fui à cozinha o meu padrasto já tinha saído, peguei numa maçã e saí também. Estava a ir para a escola, a ouvir música, como sempre, até que alguém me toca no ombro.
Eu: Que susto! – Disse, dando um pequeno salto.
Xxx: Calma! …